terça-feira, 31 de julho de 2012

31 de julho - Dia Mundial do Orgasmo


Hoje 31 de julho é comemorado O DIA MUNDIAL DO ORGASMO! Todo dia é dia de sentir orgasmo, mas esse dia é um dia dedicado a se pensar sobre as repressões, dogmas e bloqueios que fazem com que a maioria das mulheres jamais tenham experimentado essa sensação plena do prazer.



E SALVE A SUPERAÇÃO DOS DOGMAS E TABUS RELATIVOS A SEXUALIDADE FEMININA, TODOS TEMOS DIREITO AO PRAZER, COM RESPONSABILIDADE CORPORAL E AFETIVA! COMO DIZ A MÚSICA: " A GENTE QUER MAIS E FINGE QUE SATISFAZ!" CONHECER O PRÓPRIO CORPO E DIALOGAR COM O PARCEIRO É FUNDAMENTAL PARA QUE SE SINTA SEGURA O SUFICIENTE PARA ENTREGAR PLENAMENTE! TEMOS AINDA MUITO QUE LUTAR E SUPERAR! CONTINUEMOS NA LUTA PELA IGUALDADE DE GÊNERO QUE VAI MUITO ALÉM DO QUE O DIREITO DE SE SENTIR PRAZER!
Como bem apontou Alexandra Kollontai nossa luta é para a emancipação da mulher, sem que ela perca suas características individuais: “A autodisciplina, em vez de um sentimentalismo exagerado; a apreciação da liberdade e da independência em vez da submissão e da falta de personalidade; a afirmação de sua individualidade e não os esforços estúpidos para se adaptar ao homem amado; a afirmação do direito de gozar os prazeres terrenos e não a máscara hipócrita da ‘pureza’; e, finalmente, a subordinação das aventuras do amor a um lugar secundário na vida. Diante de nós temos não uma fêmea, nem uma sombra do homem, mas uma mulher-individualidade”.
Abaixo, na íntegra a entrevista que concedi à  Juliana Rangel e Talita Bristotti.  Você pode também conferir a versão editada da entrevista no Blog 
Dividida em dois posts: 
- Como funciona o orgasmo da mulher?
O orgasmo feminino é quando a mulher atinge o ápice de prazer e pela contração vaginal, e os mais comuns são os clitorianos (através da estimulação do clitóris) e raras pela penetração. A resposta orgástica se dá após envolvimento na relação sexual, tendo como consequência o desejo e excitação eficaz, e que após persistir o estímulo e a liberação das tensões ocorre como através de contrações  rítmicas no terço inferior da vagina, contrações uterinas, do esfíncter retal  e uretral. Pode ocorrer outras reações como: arrepios na pele,  taquicardia e espasmos musculares voluntários e involuntários (membros e face). Nas mulheres também  pode-se expelir um líquido. É uma sensação quase indescritível de supremo êxtase, uma sensação corporal e subjetiva plena de prazer. Porém, não há um padrão e a intensidade também é variável. Há que se ressaltar porque muitas pessoas confundo, que que existem dois líquidos expelidos pela mulher durante o ato sexual um com função lubrificante que sai quando a mulher fica excitada, fazendo com que a vagina libere essa secreção, que pode aumentar conforme a excitação, e quanto maior o prazer da mulher maior pode ser sua  quantidade, mas esse líquido é ralo e transparente. Já, a denominada o orgasmo é o momento máximo de prazer onde sai uma secreção que tem outra consistência e intensidade, é mais viscosa, consistente, numa coloração clara, mas meio leitosa. O que se pode afirmar é que há diferença entre o líquido da lubrificação e a secreção expelida no momento do orgasmo. Assim como sensação de prazer que a mulher sente na “ejaculação” que ocorre antes ou durante o ato sexual é diferente da que sente no orgasmo. A “ejaculação” lubrificante ocorre através da estimulação das partes sexuais que circundam a uretra, como o ponto G e o ponto U, que ocorre tanto pela estimulação do clítoris como pela penetração. Quando a mulher atinge o orgasmo, a ejaculação sai da uretra empurrada pelos músculos vaginais. É importante dizer que a maioria das mulheres tem orgasmo clitoriano, raras mulheres atingem o orgasmo só com a penetração.  Orgasmo é indescritível, mas poderíamos tentar definir como a experiência única da sensação plena de morte e vida, unificadas. Você pensa que vai morrer de tanto prazer e renasce plena de vida, de paz. Sentir prazer numa relação sexual, ou sentir muito prazer não caracteriza o orgasmo, que só pode ser atingido quando há uma entrega plena, total da mulher. O orgasmo não depende exclusivamente do homem (ou da outra pessa) como muitas pessoas pensam, claro que o clima, as carícias ajudam, mas quem permite ou não o orgasmo é a mente mulher, isso depende da nossa capacidade de fantasiar, de se entregar, da superação dos traumas, medos, culpas, tabus a que foi condicionada em sua sexualidade. Você goza com sua psique, é a mente nosso estímulo mais potente. Para se atingir o orgasmo nosso corpo e nossa mente precisam estar plenamente entregues, sintonizados. Orgasmo é muito mais que prazer e só pode ser vivenciado quando a mulher se permite conhecer seu próprio corpo, tocar-se e viver e descobrir todas as potencialidades de prazer que ela pode sentir e proporcionar
- Todas podem conseguir chegar no orgasmo múltiplo? - Qual o apelo das posições sexuais para o homem? E para as mulheres?
SimSentir orgasmo também é um aprendizado. Para algumas pessoas esse aprendizado se dá de forma natural, para outras se dá pela busca, pela superação de alguma disfunção ou bloqueio mental.  Cada um tem seu chamado ponto “G”, lembrando nosso corpo todo é erótico, mas é fato, que cada pessoa tem pontos do corpo que quando tocados/estimulados provocam uma sensação maior de prazer. Devemos procurar posições sexuais que a mulher que coloque diretamente o clitóris em contato mais direto com a pele do outro, ou que possibilitando de alguma a fricção do mesmo. Uma das posições que podemos exemplificar seria o “cavalgar” de frente que favorece esse estímulo. Senão, durante a penetração a mulher pode também tocar-se ou pedir para o parceiro tocá-la, e obter os dois estímulos juntos de penetração e fricção aumentando a intensidade do estímulo, do prazer. No entanto, é importante lembrar que se a mulher não estiver entregue ao prazer, com mente estimulada, de nada adianta, pois nosso “maior órgão sexual e mais potente é psique, é a mente. Se você leva para a cama todos os problemas do mundo, e não consegue entregar-se plenamente a genitália sozinha não funciona, ai não se consegue nem lubrificação, e muito menos atingir o orgasmo. A intensidade da entrega conduz à intensidade do prazer. Salvo, quando esta não possui problemas fisiológicos, que ai devem ser tratados com o auxílio de um(a) ginecologista. A  ativação da libido e especialmente a estimulação do clitóris provoca sensações de prazer, que podem inclusive levar ao orgasmo Mas esta resposta sensorial não depende de sua constituição; e sim condições psicossomáticas da mulher.  Homens e mulheres precisam entender que embora o papel do parceiro seja importante, ou seja, a forma de acariciar, o beijo, as preliminares, não é o homem diretamente que leva uma mulher ao orgasmo. Volto a afirmar, que nosso maior órgão sexual é a mente (psique), para que uma mulher atinja o orgasmo ela precisa despir não apenas seu corpo, mas sua alma, de culpas, problemas, dogmas, medo, tabus e entregar-se plena, inteira e intensamente àquele momento supremo de amor e prazer. 
O importante é a FUNCIONALIDADE, que significa a capacidade e a disposição mental e corporal em receber e transmitir estímulos nervosos. É necessário que a mulher se solte, se permita, se entregue! Nosso ponto G principal é a mente, esse é nosso maior e melhor órgão sexual. Ou seja, o orgasmo é o momento de excitação máxima mas antes de ser  uma experiência corporal é também emocional. Diversos são os fatores ou causas que podem impedir que uma mulher consiga atingir o ápice do seu prazer. Muitas trazem consigo traumas, culpas, medos,  especialmente aquelas que foram vítimas de violência e ou abuso sexual na infância, ou tiveram uma educação sexual repressora, o medo de engravidar, experiências de dor durante a relação sexual, a falta de intimidade com o parceiro, assim como a falta de conhecimento do próprio corpo, o estresse e a rotina no relacionamento.  Os homens também podem ter disfunções sexuais. Há também aquelas pessoas que ou exigem muito de si mesma, ou possuem uma baixa auto estima, bloqueando o prazer sexual e causando uma anorgasmia. Ainda hoje, muitas mulheres têm dificuldade ou incapacidade de chegar ao orgasmo. Mas a maioria finge o que não sentiu, ou falsamente acreditam que a relação sexual se resume ao prazer que foram capazes de sentir.  Pesquisas indicam que muitas mulheres fingem ter atingido o orgasmo como forma de provocar excitação em seus parceiros ou algumas por sentirem dificuldade de chegar ao orgasmo dizem ter chegado ao mesmo como forma de  “concluir” o ato sexual, já que lamentavelmente para muitas pessoas a ato sexual se resume em penetração, ejaculação/orgasmo, portanto, ao atingir este o ato se finda e o prazer também. Como se o prazer e o momento do sexo se limitasse a isso. Fruto da imagem histórica negativa do que o sexo representa para a mulher. Esse quadro assustador não retrata um passado distante. Em pleno século XXI, com toda uma revolução e liberação sexual os números mostram que muitas mulheres ainda trazem marcas profundas da educação sexual patriarcal indicando que grande parte das mulheres tem anorgasmia (falta de orgasmo). Certamente. Como afirmei acima, a intensidade do prazer tem que ser primeira estimulada pela psique. A intensidade da entrega conduz à intensidade do prazer. Salvo, quando esta não possui problemas fisiológicos, que ai devem ser tratados com o auxílio de um(a) ginecologista. A  ativação da libido e especialmente a estimulação do clitóris provoca sensações de prazer, que podem inclusive levar ao orgasmo Mas esta resposta sensorial não depende de sua constituição; e sim condições psicossomáticas da mulher.  Homens e mulheres precisam entender que embora o papel do parceiro seja importante, ou seja, a forma de acariciar, o beijo, as preliminares, não é o homem diretamente que leva uma mulher ao orgasmo. Para que a relação sexual seja uma experiência agradável e prazerosa, faz-se necessário algo que é essencial em toda relação: DIÁLOGO! É importante que homens e mulheres digam aos seus parceiros quais são o pontos mais erógenos do seu corpo. Falar o que você sente, como gostaria que fosse, socializar suas fantasias, sobre as formas que mais gosta de ser acariciada. E isso é mútuo. Outra palavra-chave em toda relação, inclusive na sexual é RECIPROCIDADE. Através do diálogo seu parceiro poderá explorar o que mais te proporciona prazer e vice-versa, sentir e proporcionar prazer é algo como ação-reação.
 Mas para fazer isso, você precisa se conhecer e descobrir quais pontos no seu corpo lhe proporcionam maior prazer.
- E o que seria este orgasmo múltiplo?
Orgasmo Múltiplo é quando o pico de prazer (orgasmos) são contínuos, sequenciais, não havendo intervalos entre um orgasmo e outro, ou seja, mantém-se a excitação e o prazer sem interrupções. Mas há também os múltiplos orgasmos, ou seja, assim como podermos ter um único orgasmo na relação de profunda intensidade, também podemos sentir diversos orgasmos de menor intensidade durante a relação. Ou temos a união dos dois, atingindo o máximo do prazer.  Neste momento é comum percebermos  o aumento súbito  de contrações da vagina pressionando o próprio pênis. Pesquisas comprovam que ter um orgasmo durante a relação sexual já é algo que  maioria das mulheres nunca sentiram, imagine então, um orgasmo múltiplo, eles não são muito frequentes mesmo em mulheres com a potencialidade orgástica.

Sobre o orgasmo temos alguns áudio-posts no youtube e no blog, vale a pena pensarmos sobre o por que de grande parte das mulheres, para não dizer a maioria delas nunca sentiram um orgasmo. Muitas fingem, outras pensar ter, enquanto apenas sentem prazer, ou muito prazer, mas sentir orgasmo é muito diferente. Então o que é orgasmo e quais são as causas ou fatores da falta de orgasmo, chamada Anorgasmia?

Confira os áudio posts que vou inserir agora e compreenda mais sobre isto.



Sabemos que a preocupação com o tamanho do pênis equivocadamente aflige muitos homens pela conotação machista que reduziu o "falo" como símbolo de ser homem, da masculinidade, da virilidade e de poder. Mas você sabia que também algumas mulheres que se preocupam com o tamanho do clítoris. Ouça o aúdio post abaixo e desmistifique mais um mito.













domingo, 29 de julho de 2012

Dia Mundial da Saúde Sexual no Paraná!

Venha participar deste dia conosco! Entre no blog do evento e confira os detalhes e a programação!


http://diamundialdasaudesexualparana.blogspot.com.br/2012/07/dia-mundial-da-saude-sexual-no-parana.html



domingo, 15 de julho de 2012

Sobre a emancipação da Mulher

Compartilho com vocês um trecho da minha leitura de hoje: Lenin, "Sobre a Emancipação da Mulher"! 

Destaco a seguinte fala, para quem deseja compreender que a verdadeira liberdade sexual pela qual lutamos, que é muito diferente desta da liberdade sexual burguesa que as pessoas e inclusive muitos estudiosos empreendem nos dias atuais:

"[...] O jugo das leis do Estado burguês relativas ao matrimônio e à família agravam o mal e amplificam os conflitos. É o jugo da "sacrossanta propriedade privada". Esta consagra a venalidade, a baixeza, a sujeira moral. O engano convencional da "respeitável" sociedade burguesa coroa o resto. As pessoas se rebelam contra as abominações e as perversidades imperantes. E nesta época, quando se desmoronam Estados poderosos, quanto caem podres as velhas relações de domínio, quando começa a perecer todo um mundo social, nesta época as emoções do homem experimentam rápidas mudanças. O desejo veemente na diversidade dos prazeres adquire facilmente uma força irrefreável. As formas do matrimônio e das relações entre os sexos no sentido burguês já não satisfazem. No terreno do matrimônio e das relações sexuais se aproxima uma revolução em conssonância com a revolução proletária. Compreende-se que o acúmulo de questões extraordiariamente complexo, que isto planteia na ordem do dia, preocupa profundamente tanto a mulher como a juventude. A mulher e a juventude sofrem com particular rigor as consequências da irregularidade na esfera das relações sexuais. A juventude se levanta contra isto com ímpeto próprio de sua idade. Isto é compreensível. Nada mais falso que predicar à juventude um ascetismo monacal e a satidade da suja moral burguesa. No entanto, não está correto que nestes anos as questões sexuais, colocadas com intensa força por causas naturais, passem a ser as questões centrais na vida psíquica da juventude. As consequências são simplesmente fatais.

A nova atitude da jovem geração com as questões da vida sexual é uma atitude "de princípios" e se fundamenta em uma suposta teoria. Muitos qualificam sua posição de "revolucionária" e "comunista". Pensam sinceramente que isto assim é. Eu, um velho, não sou desta opinião. Ainda que não tenha nada de um asecta sombrio, a chamava "nova vida sexual" da juventude - e frequentemente dos adultos -, me parece, com bastante frequência, uma vida puramente burguesa, me parece uma variedade das respeitáveis casas burguesas de tolerância. Tudo isto não tem nada de comum com o amor livre, como o entendemos os comunistas. Você, naturalmente, conhece a famosa teoria de que, na sociedade comunista, satisfazer o desejo sexual e as inquietudes amorosas é uma coisa tão simples e de tão pouca importância como beber um copo d'água. Por causa desta teoria do "copo d'água" nossa juventude perdeu as estribeiras, simplesmente perdeu as estribeiras. Esta teoria se tem convertido em uma sina fatal para muitos jovens. Os partidários dela afirmam que é uma teoria marxista. Graças sejam dadas a este "marxismo", para o qual todos os fenômenos e mudanças na superestrutura ideológica da sociedade se deduzem, exclusivamente, de maniera imediata e direta, e sem exceção, da base econômica. A questão não é tão simples, muito pelo contrário. Um tal Frederich Engels estabeleceu há muito tempo esta verdade, referente ao materialismo histórico.

Creio que a famosa teoria do "copo d'água" não tem nada de marxista e, além disso, é anti-social. Na vida sexual se manifesta não só ao que o homem lhe dá a natureza, mas também o que - de grandioso ou de mal - lhe aportou a cultura. Na "Origem da Família" Engels assinala quão significativo é que a simples atração sexual se tenha desenvolvido até converter-se no amor sexual individual e se tenha elevado mais e mais. As relações entre os sexos não são a simples expressão do jogo entre a economia sexual e a necessidade física. Não seria marxismo, mas racionalismo, tratar de reduzir diretamente à base econômica da sociedade a mudança destas relações por si mesmas, desligadas de sua conexão geral com toda a ideologia. Naturalmente a sede exige ser satisfeita. Mas, acaso uma pessoa normal, em condições normais, se meteria em plena rua a beber água da lama ou de um copo cujas bordas tenham passado por dezenas de lábios? Porém o mais importante de tudo isso é o aspecto social. Beber água é realmente coisa individual. Porém, no amor participam dois e surge uma terceira, uma nova vida. Aqui, aparece já o interesse social, surge o dever ante a sociedade.

Como comunista, não sinto a menor simpatia pelas teorias do "copo d'água" ainda que ostente a etiqueta do "amor livre". Para acrescentar, não é nova nem comunista. Você, provavelmente, recordará que esta teoria era preconizada plea literatura aproximadamente em meados do século passado, como a "emancipação do coração". Na prática burguesa, esta teoria se converteu em emancipação do corpo. As prédicas daquele tempo eram mais inteligentes que agora: no que concerne a prática, não posso julgar.

Não que eu queira, com minha crítica, pregar o ascetismo. Nem pensar em tal coisa. O comunismo deve trazer consigo não o ascetismo, mas a alegria de viver e o otimismo, suscitado também pela plenitude da vida amorosa. No entanto, segundo me parece, o excesso da vida sexual que hoje constantemente observamos, longe de aportar alegria vital e otimismo, os diminui. Em tempos de revolução, isto é mau, muito mau.

A juventude necessita particularmente alegria vital e otimismo. Esporte saudável - ginástica, natação, excursões, exercícios físicos de toda classe -, diversidade de inquietudes espirituais, estudo análise, investigação, e tudo isto combinado, se possível! Tudo isto dá à juventude mais que as eternas conferências e discussões sobre os problemas sexuais e o chamado "gozo da vida". Uma mente são em corpo são! Nem um monge nem um Don Juan, nem, tampouco, um filisteu alemão como termo médio. Você conhecerá, talvez o jovem camarada XYZ. Magnífico e inteligente rapaz! Temo que, apesar de tudo, dele não sairá nada de proveitoso! Cai de uma história amorosa a outra. Isto não serve nem para a luita política nem para a revolução. Tampouco garanto a firmeza e o brio na luta daquelas mulheres cujas veleidades amorosas se entrelaçam com a política e daqueles homens que não perdem o olhar a cada saia que passa e que se deixam enredar por cada jovenzinha que conhecem. Não, não, isto não se afina com a revolução.

Lenin se pôs de pé, golpeou com o punho a mesa e deu uns quantos passos pela sala.

- A revolução exige das massas e dos indivíduos concentração interna e tensão das forças. Não aceita estados de orgia como os habituais para os heróis e heroínas de D'Annunzio. A incontinência na vida sexual é burguesa: é um signo de degeneração. O proletariado é uma classe ascendente. Não necessita de embriaguez que o enerve ou o excite. Não necessita nem da enbriaguez da incontinência sexual nem de embriaguez alcoólica. Não pensa nem quer esquecer a vileza, a podridão nem a barbárie do capitalismo. Extrai os mais fortes estímulos para a luta da situação de sua classe, do ideal comunista. Necessita clareza, clareza e, uma vez mais, clareza. Por isso, repito, não deve haver a menos debilidade, o menor desperdício e esgotamento de forças. O domínio de si mesmo e a autodisciplina não significam escravidão: necessita-se igualmente no amor. Porém, perdoe-me Clara. Afastei-me muito do ponto de partida de nossa conversação. Por que você não me chamou a atenção? O alarme me obrigou a falar demais."

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sem tabus: Sexualidade se aprende em casa e na escola

                                                                             Texto: Mariana Tamashiro


Em Desnudando a educação sexual (Papirus Editora), Cláudia Bonfim propõe que o esclarecimento das crianças sobre sexualidade deve ser feito de maneira ampla nos ambientes familiar e escolar .
Como abordar o tema sexualidade com seu filho? E em que idade? Qual é o papel da escola nessa situação? Essas e outras perguntas rondam a cabeça de pais e de educadores que, de maneira equivocada, seja por timidez, por achar o assunto delicado ou até mesmo por desconhecimento, muitas vezes consideram a educação sexual apenas uma forma de evitar a gravidez na adolescência ou gravidez não planejada e DST´s e Aids. A autora Cláudia Bonfim, em Desnudando a educação sexual, lançamento da Papirus Editora, defende que a sexualidade deve ser tratada de forma mais ampla no ambiente familiar e escolar, abordando questões culturais, sociais e psicológicas.
A obra busca orientar pais, educadores, agentes sociais, pesquisadores da sexualidade e todos aqueles que buscam compreender e vivenciar de maneira bonita, prazerosa, afetiva e qualitativa essa dimensão essencial de nossa vida. “A sexualidade ainda é um tema restrito porque as pessoas não foram educadas a conhecê-la. Aprendem que é feia, errada, suja, perigosa, se sentem envergonhadas ou tímidas, desconhecem seu próprio corpo, tratam a sexualidade de forma superficial e não sabem como abordá-la. Para que ela deixe de ser vista dessa maneira acredito que necessitamos superar essa fragmentação e essa visão reduzida do que é sexualidade, por isso a necessidade de esclarecer aos pais, educadores e gestores o que é sexualidade”, diz Cláudia. Ela acrescenta que esse esclarecimento deve ser feito da maneira mais ampla possível. “Deve-se levar em conta a dimensão da sexualidade, a amplitude, a importância na formação do ser humano, tanto para sua humanização e autoestima quanto para as relações afetivas e sexuais. A partir dessa compreensão é possível começar a pensar na superação dos preconceitos e tabus relacionados à sexualidade”, explica a autora.
Cláudia Bonfim dividiu o livro em duas vertentes: a família e a escola. “Penso que as duas são instituições primordiais para tratar a educação sexual de maneira significativa. Entendendo a sexualidade como uma construção sócio-histórica-cultural, que perpassa especialmente pelas nossas experiências e vivências afetivas e sexuais. A sexualidade só pode ser compreendida a partir de nossa totalidade, e essa totalidade se desenvolve principalmente no ambiente familiar e escolar”, diz. A autora destaca que, segundo Freud, experiências vividas na infância marcam a personalidade e a forma como as pessoas irão se relacionar com elas mesmas, com as demais e com o mundo para toda vida. “Por isso é essencial que os pais e docentes compreendam como a sexualidade se desenvolve para poder contribuir de maneira significativa e positiva no desenvolvimento da sexualidade das crianças e dos adolescentes”, ressalta Cláudia.
Ainda de acordo com ela, o livro é uma tentativa de esclarecer a educação sexual, abordando didaticamente conceitos que são fundamentais ao entendimento da sexualidade humana. “Baseei o livro em estudiosos conceituados do campo da sexualidade e educação sexual, nos quais busquei subsídios teóricos e orientações pedagógicas práticas que pudessem ser desenvolvidas na práxis, para proporcionar reflexões sobre a vivência da sexualidade na escola”, conta.
No livro, Cláudia mostra a importância da educação sexual na família e no ambiente escolar, apontando questões que precisam ser superadas e potencializadas para que as pessoas possam pensar a sexualidade numa perspectiva emancipatória. “Mostro também a importância e as fases do desenvolvimento psicossexual da criança a partir de Freud. Faço ainda uma crítica aos fatores que influenciam negativamente a vivência da sexualidade”, enfatiza.
Ela acrescenta que a capa do livro Desnudando a Educação Sexual (um fio de linha se desenrolando) retrata a intenção do seu conteúdo. “É uma síntese do livro, que é desnudar, desenrolar, esclarecer a sexualidade, usando a linha como metáfora, o fio de uma roupa sendo desfeita, e dentro, as palavras tentando desfazer os (pré)conceitos que carregamos em cada um de nós, passando a enxergar a sexualidade em sua essência humanizadora, prazerosa e afetiva”, finaliza Cláudia Bonfim.


Sobre a autora:

Cláudia Bonfim é licenciada em Biologia, especialista em Metodologia e Didática do Ensino, ambos pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cornélio Procópio, campus da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Faficop/Uenp). Mestre em Educação pela Uenp, doutorou-se em Educação na área de história, filosofia e educação na Unicamp, onde é membro do Grupo de Estudos e Pesquisa Paideia. Professora universitária na Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco (FDB), em Cornélio Procópio, é ainda coordenadora/tutora do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Sexualidade (Gepes), financiado pelo Programa de Educação Tutorial (PET) do Ministério da Educação (MEC) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Ocupa a vice-presidência nacional da Associação Brasileira para a Educação Sexual (Abrades) e atua principalmente com os temas: educação sexual, educação e diversidade, ética e educação, história da educação e filosofia da educação. Conta com diversos artigos publicados e apresentações de trabalhos em congressos, além de ser autora do livro Educação sexual e formação de professores: Da educação sexual que temos à educação que queremos.



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Falando sobre sexualidade sem tabus - Cláudia Bonfim - Rádio FM 104

Quadro "Falando sobre Sexualidade sem Tabus" com a Profª Dra Cláudia Bonfim, apresentado na sexta-feira, 06/07/2012, no Programa "Giro de Notícias" da Rádio FM 104 de Cornélio Procópio-PR.
 O tema desta semana foi "SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA".

CLIQUE SOBRE O ÁUDIO POST ABAIXO E ACOMPANHE O QUADRO DESTA SEMANA: 

quinta-feira, 5 de julho de 2012




Alguns prazeres sexuais são parafilias e criminosos, e estes devem ser combatidos de nossa sociedade. Disque 100 e Denuncie! Diga não à violência sexual! Ouça o áudio post abaixo e saiba como identificar esses crimes e denunciá-los!

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