terça-feira, 12 de outubro de 2010

Fase Fálica - Desenvolvimento Psicossexual - Freud




 
De volta ao nosso blog Educação e Sexualidade, eu professora Doutora Cláudia Bonfim, inicio como sempre mandando um abraço aos queridos leitores, seguidores e ouvintes do nosso blog. O primeiro abraço vai para o meu leitor e aluno do Curso de Direito da Faculdade Dom Bosco de Cornélio Procópio, e professor na rede estadual de ensino do Estado do Paraná, o Neilor Alexandre, e também para o Lourival Minhoni, que é diretor na rede estadual de São Paulo, e foi meu aluno no curso de Especialização em Gestão Educacional quando então, atuávamos como professora formadora, na Ead da Unicamp.
Importante esclarecermos que o conteúdo do nosso blog é de caráter educacional, pautado em estudos científicos, objetivando a socialização dos nossos estudos, desenvolvidos como pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Paidéia – Unicamp e também na Associação Brasileira de Educação Sexual (ABRADES), onde atuamos como vice-presidente, buscando a superação da linguagem senso-comum, muitas vezes vulgar, que contribui para uma banalização do tema, quando o assunto é sexo ou sexualidade. Buscando a conscientização crítica e o desenvolvimento saudável, qualitativo, prazeroso, afetivo, ético e responsável da vivência da sexualidade, visando superar a visão reducionista da sexualidade humana disseminada pela sociedade capitalista e mercantil que tornou esta quantitativa e produto de consumo.
Como estamos abordando a sexualidade  humana se dá através de fases, que Freud denomina de desenvolvimento psicossexual. As regiões do corpo (zonas erógenas) e a relação que a criança estabelece com essas regiões, que são "zonas" geradoras de prazer, e que não necessariamente são áreas genitais é que caracteriza a evolução destas fases e a aquisição da maturidade e desenvolvimento da sexualidade.
Até agora estamos abordando sobre o que Freud denominou de fases pré-genitais, ou seja, a fase oral e a fase anal e a fase fálica que é hoje o tema do nosso post. Conforme apontamos nos artigos anteriores, durante as fases pré-genitais, o prazer da criança está concentrado em regiões distintas do corpo, na fase, como vimos, o prazer da criança se concentra na boca e nos atos de sugar e morder, fase esta, que ocorre o útero até cerca de dois anos de idade. A Fase anal é onde a zona erógena centra-se na região anal e uretral, através do controle das fezes e a da urina. E a última fase fálica, que se caracteriza como a última fase pré-genital a qual iremos abordar agora.   Vamos à reflexão de hoje...
A denominação Fálica, vem de falo, que significa pênis, e que simbolicamente estaria está ligado ao poder e a disputa. E a fase fálica, ocorre entre 3 e 5/6 anos de idade. Onde se torna comum que a criança manipule os próprios genitais, reconhecendo essa região como uma zona geradora do prazer.
Nesta fase a zona de erotização é o órgão sexual, focalizando o prazer nas genitálias. Como afirmou Freud, nessa fase que a criança se dá conta de tem um pênis ou que lhe falta de um. É quando as crianças começam a adquirir consciência das diferenças corporais sexuais. O menino desperta um interesse narcísico pelo próprio pênis em contraposição à descoberta da ausência de pênis na menina.

Como aponta Freud (1926, livro 25, p. 130):
Outra característica da sexualidade infantil inicial é que o órgão sexual feminino propriamente dito ainda não desempenha nela qualquer papel: a criança ainda não o descobriu. A ênfase recai inteiramente no órgão masculino; todo o interesse da criança está dirigido para a questão de se ele se acha presente ou não.
Ainda segundo Freud a menina passa a desejar ter um pênis ao aparentemente descobrir que lhe falta "um", o que se constitui num momento crítico ao desenvolvimento psicossexual feminino, pois:
A descoberta de que é castrada representa um marco decisivo no crescimento da menina. Daí partem três linhas de desenvolvimento possíveis: uma conduz à inibição sexual ou à neurose, outra à modificação do caráter no sentido de um complexo de masculinidade e a terceira, finalmente, à feminilidade normal. (1933, livro 29, p.31)
E Freud ainda afirma que: "se penetrarmos profundamente na neurose de uma mulher, não poucas vezes deparamos com o desejo reprimido de possuir um pênis". (1917, livro 27, p.151)
Nesta fase começa a surgir um interesse e a brincadeiras com o sexo oposto, o que leva à criança à descoberta de que seus orgãos sexuais são diferentes. Importante ressaltar que, neste momento, os adultos tem um papel fundamental para que a criança possa entender essa diferença sem traumas ou proibições, vivenciando esta fase de maneira saudável. Porém, sabemos que muitas vezes, por desconhecimento e sem saber como lidar com a sexualidade da criança, os pais, educadores e familiares, entram em pânico e acabam por reprimir e não orientar com naturalidade e tranqüilidade a criança, o que muitas vezes impede que ela complete essa fase.

 Os pais não devem comparar este ato da criança tocar a genitália e a curiosidade em relação à sexualidade na infância com olhar os atos e olhar de um adulto. Compreendendo que a criança não faz nenhuma associação deste ato com o "sexo em si", ela apenas sente prazer. Se for reprimida, a criança sentirá culpa, e na fase adulta consolidará a visão de que de que tocar-se, e a sexualidade é algo que deve ser reprimido, que é feio, sujo, proibido... Ocasionando dificuldades de relacionar-se sexualmente e sentir prazer na fase adulta.
As vivências sócio-afetivas-sexuais nesta fase, assim como nas demais, podem marcar positivamente ou negativamente a construção da identidade de uma pessoa, sua personalidade, seu caráter. Especialmente porque esta fase dá início a fase edípica, da lenda grega   de Édipo que se apaixona por sua mãe. É quando as crianças vêem em seus pais os objetos de desejo. A menina elege o pai como namorado e o menino, a mãe. Surgem ainda as perguntas e curiosidades sobre a sexualidade, mas sobre o Complexo de Édipo e como esclarecer as curiosidades das crianças abordaremos num próximo post. Grande abraço e até lá! 

10 comentários:

  1. Olá professora Cláudia, parabéns pelo post. Obrigada por nos proporcionar esclarecimentos, e por nos despertar da cultura equivocada em que fomos criados, a partir destes conhecimentos tenho maiores condições de trabalho no dia a dia com meus futuros alunos...
    Um beijo grande!!

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  2. Primeiro quero dizer-lhe que o layout ficou ótimo! A idéia das páginas também foi excelente! Ficou um ambiente agradável, leve e organizado.

    Andei passeando pelos áudios e pelas matérias. Era exatamente isso que mencionei num comentário bem antigo, a necessidade de alcançar outros lugares, tornar conhecido esse trabalho de extremada qualidade e importância, que você disponbiliza sem reservas.

    O seu blog deveria ser divulgado nas mais diversas instituições educacionais (Educação Básica), considerando-se a potencial ferramenta de complemento de estudos em que se tornou.

    Na próxima semana, inclusive, divulgarei o seu blog junto a coordenadores do Ensino Médio e Fundamental II, com vistas a utilizar o conteúdo no planejamento pedagógico da escola em que estou atuando, num processo de intervenção institucional.

    Parabéns, professora! Pela "gigantesca" atitude de educadora e pelo seu dia!

    Meu carinho a você!

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  3. Poxa!! Professora você está de parabéns. Queria que todos os sites de pesquisa tivesse uma linguagem clara e precisa como a sua, que facilita o entendimento. Estudo Psicologia e tem muitos assuntos complicados que confundem a mente. Mas, o seu texto é muito fácil de entender o que facilita a aprendizagem. Obrigada por agora fazer parte de minha vida...

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  4. Gostei muito de sua explicação professora!
    Simples e sem muito pedantismos.

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  5. Sou estudante de Pedagogia EAD/UFRGS esse blog é uma ferramenta de estudo muito importante para nós acadêmicos por se tratar de temas complexos, mas aqui exposto de forma coerente e com escrita bem acessível.

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  6. Adotei a página, super esclarecedora. Bj

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  7. Parabéns Professora Clâudia! Estou cursando o primeiro semestre se Psicologia, o Post tá me ajudando muito.

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  8. Muito bom; simples, claro e objetivo. Adorei

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  9. Muito bom; bem claro, objetivo e de facil compreensão.

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