sábado, 19 de maio de 2012

Combate ao abuso, exploração e violência sexual de crianças e adolescentes


“Sonho com o dia em que uma criança possa realmente ter efetivado o seu DIREITO de ser CRIANÇA! Ter infância é essencial para que uma pessoa seja um adulto feliz e saudável. Por favor, não trate a criança como adulto, ela está ainda aprendendo, se conhecendo, ajude-a amorosamente a construir seus valores éticos e estéticos, permita que ela desfrute da alegria de se vestir como criança, de fantasiar, de ler histórias, de sonhar, de ver uma vida melhor agora e no futuro. Omissão e permissividade também são crimes! DENUNCIE!  Quebre o Silêncio. “O mundo onde vivemos é perigoso não por aqueles que praticam o mal, mas por aqueles que o vêem ser praticado e nada fazerem!. EDUCAÇÃO AFETIVO SEXUAL EMANCIPATÓRIA É FUNDAMENTAL para a humanização do mundo, inclusive é a melhor forma de prevenção do abuso e violência sexual.  E precisa acontecer em todos os espaços sociais! (Profª Dra Cláudia Bonfim)


Obrigada à Prefeitura Municipal de Leópolis, Câmera de Vereadores, Secretaria Municipal de Educação de Leópolis pela honra e alegria da palestra que ministrei nesta tarde.

Parabéns aos alunos presentes do Ensino Fundamental e Médio pelo comportamento exemplar, atenção e participação.

Aos docentes, autoridades, e pais presentes no evento a vocês meu carinho.
Obrigada especialmente às minhas alunas Cynthia Cezário, Ana Maria Busquim, Isabella Oyamada que me acompanharam na palestra e à minha querida aluna Tatiane Aparecida da Silva pela indicação à Prefeitura do meu nome para estar proferindo a palestra desta tarde.

Todos os presentes fizeram bonito. Juntos na luta que combate o abuso, a violência e a exploração sexual de crianças e adolescentes!
Triste realidade! ACORDA MUNDO!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Pelo direito e urgente necessidade de se ter infância, de ser criança e de amar e ser amada



Hoje comecei a pensar sobre os tempos idos da minha infância e adolescência. Um tempo onde a convivência humana era generosa, e a gente conversava olhando nos olhos e vivia com um sorriso largo no rosto, mesmo vivendo em meio à tanta dificuldade financeira. O nosso universo era em especial a natureza, as árvores, os animais, a cachoeira, as plantas e o mundo social se constituía da escola, dos amigos, da igreja e da família. Porque estou escrevendo isso? Porque tenho duas filhas adolescentes em casa e me preocupo com essa geração de crianças e adolescentes cujo universo se resume aos meios tecnológicos. Onde crianças e adolescentes perderam o prazer do encontro e das descobertas, que em vez de se viciarem em sorrisos e gargalhadas, aventuras e travessuras infantis, se viciam por games, filmes de terror, Ipods, Iphones e Ipads e em drogas. Que não aprenderam ainda, que as coisas mais preciosas da vida são aquelas que nunca estarão à venda e nem dentro desses universos tecnológicos e das vitrines das lojas. Culminando numa adolescência e juventude que troca a família real, os amigos reais, os sonhos reais e possíveis de serem realizados, por coisas que não passam de ilusões, sejam materiais ou não, produtos consumíveis que as tornam produtos consumistas. 
E quem sofre com isso? Elas? Também. Mas todos nós que sabemos da importância de ser ter uma infância feliz. Vivemos numa sociedade onde a afetividade humana tem se perdido. Na minha casa o computador é utilizado sim, mas especialmente como mera ferramenta de humanização, aqui priorizamos o diálogo olhando nos olhos, cantamos, lemos, ouvimos, falamos, nos humanizamos. Ainda que os meios tecnológicos facilitem nossa comunicação eles não podem extinguir a comunicação presencial. Não podemos mais conceber que uma criança seja condenada a viver presa ao mundo virtual e desumanizada, sem se dar conta do mundo real, passando a  viver uma vida tecnológica sem saber usar a lógica da solidariedade, do amor, do abraço, do saber compartilhar, do descobrir, do experenciar relações afetivas presenciais. Elas precisam de limites tecnológicos e consumistas, o único limite que não precisamos lhes dar é aquele que as ensine generosamente a amar.
Precisamos virar o jogo, virar a mesa, deixar a criança saborear a sobremesa da vida, que precisa ser realmente sentida, vivida, experimentada, saboreada com gosto de infância de verdade, de adolescência de verdade. Porque vemos hoje tantas buscar desenfreadas por dinheiro, por casas maiores, por carros melhores, por novos celulares, notbook, por prazeres ilusórios. E especialmente por quê? Eu lhes respondo, porque lhe falta o principal, uma base familiar que lhes colocasse limites, que lhes orientasse adequadamente e lhes ajudadasse a construir seus valores éticos e estéticos. Que lhes desse amor suficiente para entender o que é ser amado e amar, e saber que amor nunca é demasiado, mas é exigente. E que sem amor todo o resto do universo não tem valor, porque nunca nos será suficiente para suprir a lacuna interna, para ser lanterna da alma, para nos trazer luz, paz e virtudes que não se compram. E que por maiores avanços tecnológicos que o homem crie nenhum deles jamais será capaz de nos fazer sentir amor. 
Suicídios, drogas, bebidas.... grande parte da juventude hoje, não sai para se divertir, sorrir, conversar, amar, eles saem para suicidar-se, isso é o resultado de uma sociedade que em vez de contribuir para a humanização das crianças, as informatizam, mecanizam, as presenteiam com coisas materiais e os privam de amor, carinho, atenção, um Deus, bens espirituais.  Os privam da alegria de ser e construir, por uma falsa alegria de ter e usar.

A minha infância e minha adolescência me ensinaram a viver em comunidade, a ter amigos, a valorizar minha família, meus sonhos e a saber-se amada e amar.

No dia 12 de julho de 1974, nascia na cidade Cornélio Procópio, norte do Paraná, Cláudia Ramos de Souza, a segunda filha, de uma família de 6 filhos, 5 vivos. Cláudia que ainda considero “menina” nos sentimentos que nutre dentro de si, como a afetividade, a sensibilidade, os sonhos, e o desejar e buscar sempre o bem comum. Ramos, veio de minha mãe, dona Cleusa, mulher de sentimentos tão raros, bondosa, companheira, guerreira, amiga, orgulho e estímulo para novos horizontes, mesmo sem ter conseguido, pelas condições materiais e históricas concluir sequer o antigo primário; Souza veio de meu pai, Sr. Afonso uma pessoa de personalidade forte, também sem concluir os estudos, mas um pai dedicado, trabalhador, honesto, mas rigoroso e com uma visão tradicional e moralista da vida; com meus pais aprendi valores como o amor ao próximo, a dignidade, força de vontade e a ser guerreira. Minha infância, de quando consigo rememorar marca nossa mudança de Cornélio Procópio para um pequeno município (na época um distrito) chamado Godoy Moreira aqui mesmo no estado do Paraná , lá vivi dos três aos nove anos de idade, os momentos mais marcantes de minha infância, uma espécie de povoado, a liberdade que eu desfrutava na infância, hoje lamento que minhas filhas não possam ter. Meus pais lá arrendaram dois sítios e trabalhavam noite e dia para que não nos faltasse o básico; a vida era sofrida para eles econômica e fisicamente, juntos eles trabalhavam duro na roça para sobreviver, saiam de casa quando o dia ainda estava escuro e só retornavam quando a noite já despontava, só os dois na enxada, sol e chuva. À noite meu pai ainda trabalhava num pequeno bar que ainda tem como ofício até os dias de hoje. Minha infância foi muito humilde, comida nunca faltou, mas as demais condições e carências materiais eram precárias, mas amor, isso sempre tive em demasia. Minha avó Dona Olívia (que carinhosamente chamávamos de “Vó Nega”, morou com a gente desde que meus pais se casaram, era quem cuidava de mim e minha irmã enquanto nossa mãe trabalhava na roça, sempre do jeito de vó mimando, mas ensinando limites e valores.

Minha vida escolar se iniciou neste então distrito de Godoy Moreira, com seis anos de idade estava eu ingressa na primeira série do ensino primário, na Escola Estadual Presidente Costa e Silva, onde despertei meu gosto pelos estudos e a vontade de um dia ser professora. A minha primeira professora Gesa Donizete Moreira, certamente foi quem, com sua dedicação, paciência e amor pela sua profissão fez nascer em mim a paixão pela docência, pelo modo carinhoso com que nos passava seus ensinamentos...

Quando eu tinha 3 anos de idade que meus pais se mudaram para aquele patrimônio rural, chamado Godoy Moreira, que hoje já é um pequeno município. Morávamos num velho casarão de madeira com um quintal enorme e sem cercas e no fundão tinha uma oficina e funilaria. Minha avó Olívia morava com a gente, era ela quem durante o dia cuidava da gente para que minha mãe fosse para roça. Mas dia feliz para mim era quando eles nos levavam para a roça, lembro bem do prazer que eu sentia em andar a cavalo, em brincar nos galhos e arvores caídas, em subir nas árvores colher fruta no pé e chupar, lembro do pé de ingá, da amoreira, dos porcos, de correr no meio da roça, uma sensação indescritível de plena liberdade. Até catar algodão se transformava numa brincadeira divertida, colher mamoma para vender e comprar um chocolate. Ir dormir no sítio na casa da minha professora Gesa, ouvir meu pai e meu avô contar causos. Brincar de esconde-esconde, de passa anel, de casinha, de pular corda, de pique pega, de sonhar tb. Como era bom não ter TV em casa, eu lembro bem que quem nos presentou com uma TV foi meu querido tio Dito que morava em São Paulo, mas eu nunca troquei as minhas alegrias reais pela sedução daquela tela, o máximo era assistir o sitio do pica pau. Nunca fui mto de ver novela. 

Na adolescência minha alegria era ir para Fazendinha do meu tio Olívio, tirar leite da vaca, subir nas arvores e comer fruta no pomar, andar a cavalo, ou ir pro rio pescar com meus pais. Ele nadava com a gente nas costas. Eram coisas que não se comprava mas cujo valor não tem preço.

... A adolescência, a religião, a poesia e as paixões...

Minha adolescência foi marcada especialmente pela participação na catequese, nas atividades da igreja e no grupo de jovens. Minha mãe sempre foi uma pessoa devota, de muita fé, e despertou em mim a necessidade de crer em Deus, mas isso não foi suficiente para me cegar. Meus pais sempre me disseram que a educação era o que de mais importante havia na vida e eu os amava tanto que acreditei sem hesitações. Mesmo depois de ter lido, ainda criança, as obras de Lobato, eu sempre e só poderia ter o inconformismo da Emília. Penso que duas palavras especialmente me caracterizam: ousadia e sensibilidade. Sempre amei poesias, na adolescência escrevi 12 cadernos de poemas. Lembro bem o dia em que numa pesquisa escolar na biblioteca municipal vasculhando a estante de livros de poesia encontrei um escrito de Gregório de Mattos e Guerra, Drummond e Camões. Depois disso, me fascinei com a linguagem que tentaram me fazer crer descabida.

Lembro com alegrias dos jogos de Stop, das reuniões e pequeniques do grupo de jovens no antigo seminário, ajudar no churrascos da igreja, tudo tinha um sentido e era sentido.

Lembro-me da minha curiosidade pelo livros, meu gosto pela escrita de poemas, era a forma que eu encontrava de dar corpo aos meus sonhos e sentimentos. A cultura, a música era algo que também me alegrava a alma.

A minha infância me deu o privilégio de uma vivência de comunidade e a amar a natureza, a entender e sentir o prazer de ser uma criança livre, no sentido bonito da palavra, eu não tinha brinquedos, nem roupas caras, alias eu tinha pouquíssimas coisas materiais, lembro-me de ter um conga para ir para a escola, uma chinelinha para calçar durante o dia e uma sandalinha para sair aos domingos e ir à missa, que era um lugar que eu adorava ler as leituras e cantar desde pequena. A gente não tinha nada, mas tinha a oportunidade de partilhar o pouco que tinha, comida nunca faltou, não tinha acesso a iogurtes, flans e coisas industrializadas, tudo era feito em casa com todo amor pela minha mãe, o material escolar era do FNDE e muitas vezes eu também ganhava de alguém o uniforme escolar. 

A gente fazia muita traquinice boa, rs. Mas de tudo mesmo eu adorava era subir na árvore e ficar lá em cima tagarelando sobre o mundo que a gente não conhecia, mas sonhava que fosse doce e bonito. Era gostoso também fazer guerra de bolinha de mamona, rs; 

Se soubesse as saudades que eu tenho da minha amada infância e dos meus avós, dos meus tios amados que já se foram, e se soubessem que dor eu sinto em ver essas crianças que não entendem o que eu digo, que não tiveram infância e nem sonhos, desses adolescentes que entendem tudo sobre as novidades tecnológicas, Ipods, Iphones, Ipads mas não entendem de Deus, de amizade de verdade, da importância de uma família e de Amor. 

Brincar é preciso, “é no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou adulto fruem sua liberdade de criação.” (Winnicott, 1975)”. Brincar é vital, primordial e essencial, é humizador pois, esta é a maneira para se estruturar como sujeito da emoção, da razão e da relação."
Eu não quero criança adulta, eu quero criança com o direito de ser criança. De ler sim contos de fadas, Monteiro Lobato, cantar músicas infantis, se vestir como criança, pensar como criança, amar,  fantasiar, de sonhar. E de ser adulto, só quando chegar a hora.

Eu realmente ainda espero que os duendes continuem habitando o imaginário de nossas crianças, em vez destes personagens dos jogos mortais e dos filmes de terror, ou pior os monstros reais, assassinos, traficantes... Ainda prefiro acreditar naquele mundo que possa ter um final feliz, onde o bem vencerá sempre o mal. Do que ver uma geração que sequer sonha e luta pelo bem. Que antes de terem computadores tenham livros, que as roupas de marca e brinquedos caros não sejam usadas para mascarar a falta de atenção, de tempo, de amor. Criança sabe e sente quando ela é amada de verdade. Que os olhos delas brilhem não pelo que vêem  em uma vitrine e querem comprar, mas pelas coisas que são invisíveis aos olhos e não estão à venda.

Que uma criança tenha direito de ser criança! E pra isso ela precisa necessariamente de amor, não de aparatos tecnológicos e coisas de marca. Como afirmou Paulo Freire: "Não se pode falar de educação sem amor. [...] Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."


Hoje o que a gente visualiza na sociedade é criança sem brilhos nos olhos, sem sorriso rosto, sem sonhos na mente, criança com depressão. Que sociedade demente. Isso é o mais vísivel sintoma de uma sociedade doente. E lembrando o mestre Paulo Freire “[..]a história que se processa no mundo é aquela feita pelos seres humanos.” Por favor, vamos mudar esta história?
E diante especialmente da falta de afeto e de condições plenas de uma infância feliz e saudável que a sociedade deixa de efetivamente oferecer às crianças, os frutos de uma sociedade desumana, capitalista, extremista, desigual, vão absurdamente aparecendo... Vítimas possivelmente de outra “vítima” da sociedade, sofrem abuso e violência, consomem ou vende drogas. O descaso social com a infância destrói possibilidades, sonhos... Não há como não se posicionar, não se indignar diante de tamanha barbárie.  E não consigo sequer começar a pensar sobre isso, sem ter em mente as questões sócio-histórico-culturais. Me faz mais uma vez ver, o quão necessária é educação familiar, ter experiências sadias na infância e na escola e a importância da educação afetivo-sexual. Falar de afeto, de sonhos, de coisas bonitas, de possibilidades, de amor é tão necessário na vida como ensinar a ler e a escrever. A sexualidade é afetividade, é desenvolvimento e relacionamento humano. As pessoas não desumanizam sozinhas, elas são frutos de uma história, de uma vida muitas vezes que sequer lhe propiciou humanizar-se. E eis,que outra questão me vem à mente: que mundo é esse onde os seres Humanos, são (des)umanos?



Vou terminar falando de algo que mesmo como adulta me humaniza e emociona, creio que nós todos, adultos, crianças e adolescentes mais do que presentes caros e conquistas materiais, estamos precisando aprender a cativar e se permitirmos que sejamos cativados. Leiam e reflitam sobre este trecho do Pequeno Príncipe de Saint Exupéry

"O que é cativar?

(...) "E foi então que apareceu a raposa: 

- Bom dia - disse a raposa. 

- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada. 

- Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira... 

- Quem és tu? - perguntou o principezinho. 

- Tu és bem bonita. 

- Sou uma raposa - disse a raposa. 

- Vem brincar comigo - propôs o princípe 
- estou tão triste... 

- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda. 

- Ah! Desculpa - disse o principezinho. 

Após uma reflexão, acrescentou: 

- O que quer dizer "cativar"?

- Tu não és daqui - disse a raposa. - Que procuras? 

- Procuro amigos - disse. - Que quer dizer cativar? 

- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"... 

- Criar laços? 
- Exatamente. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.

Serás pra mim o único no mundo.

E eu serei para ti a única no mundo...

Mas a raposa voltou a sua idéia:

- A Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco.

Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.

Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros.

Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música. E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!

Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado. O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe: 

- Por favor, cativa-me! disse ela.

- Bem quisera, disse o príncipe, mas eu não tenho tempo.

Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! 

Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."


"Sonho com o dia em que uma criança possa realmente ter efetivado o seu DIREITO de ser CRIANÇA! Ter infância é essencial para ser uma pessoa seja  feliz e saudável. Por favor, não trate a criança como adulto, ela ainda está aprendendo, se conhecendo, ajude-a amorosamente a construir seus valores éticos e estéticos, permita que ela desfrute da alegria de se vestir como criança, de brincar, de fantasiar, de ler histórias, de sonhar, de amar gratuitamente, de ver e crer e ter uma vida melhor agora e no futuro. Não deixe de orientá-las, omissão e permissividade também são crimes. Criança precisa de liberdade e limites para que possam encontrar o equilíbrio do discernimento. Criança tem que ser sinônimo de alegria. E acima de tudo criança precisa de AMOR, atenção, abraço, beijo, carinho. Em tempos de individualismo, descartabilidade, fatalismo,  violência e barbárie, urge uma educação dos afetos, dos sonhos, das coisas bonitas, das possibilidades. Aprender a AMAR é tão necessário quanto aprender a ler , escrever e a alimentar-se saudavelmente. Pois, AMOR e ALEGRIA são alimentos da alma!"  (Profª Dra Cláudia Bonfim)


segunda-feira, 14 de maio de 2012

AS FERRAMENTAS VIRTUAIS COMO POSSIBILIDADE DE PROMOVER A EDUCAÇÃO AFETIVO SEXUAL CRÍTICA E EMANCIPATÓRIA



Clique no Áudio Post abaixo e acompanhe o relato de experiência decorrente de nossa atuação como pesquisadora e educadora sexual, através das interações em nosso Blog “Educação e Sexualidade”, nos áudio posts que publicamos em nosso canal do Youtube, em nossa página no Facebook  e das aulas online que realizamos com os membros do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade da Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco – GEPES inserido no Programa de Educação Tutorial financiado (PET) do Ministério da Educação (MEC) e da Coordenadoria de Aperfeiçoamento do e Pessoal de Nível Superior (CAPES) que avaliam e financiam o Grupo o objetivo  é apontar a possibilidade do uso dos recursos tecnológicos virtuais para a democratização do conhecimento científico e a formação de consciências críticas em relação à compreensão do desenvolvimento da sexualidade visando promover uma vivência qualitativa, saudável, humanizada, afetiva e prazerosa,  pautada em valores éticos e estéticos e com responsabilidade afetiva e corporal, livre de dogmas, preconceitos e tabus. Cumprindo assim, nosso papel social de educadora sexual e de multiplicadores do conhecimento.

Link do nosso canal no Youtube
http://www.youtube.com/user/ProfdraClaudiaBonfim?feature=watch
Link da nossa Página no Facebook   http://www.facebook.com/pages/Educa%C3%A7%C3%A3o-e-Sexualidade-Prof%C2%AA-Dra-Cl%C3%A1udia-Bonfim/145035355564592

terça-feira, 1 de maio de 2012

Trabalho e Sexualidade

Neste dia em que se comemora o dia do trabalho, vale a pensa rememorar essas reflexões! Clique no áudio post abaixo e confira!

Cabe ainda a partir da música abaixo pensarmos sobre  a "mais-valia", sobre a mão de obra mal remunerada, sobre a exploração do homem pelo homem, sobre a alienação social, sobre nossas condições de trabalho, sobre a desumanização do homem em detrimento ao acúmulo do capital.  A mais-valia" é o termo usado por Marx para designar a disparidade entre o salário pago e o valor do trabalho produzido. O valor do que se produz e do que recebe. O sistema capitalista representa a própria exploração do trabalhador por parte do dono dos meios de produção, na disputa desigual entre capital e proletário sempre o primeiro sai vencedor. Desse modo, o salário pago representa um pequeno percentual do resultado final do trabalho (mercadoria ou produto), então a disparidade configura concretamente a chamada mais-valia, dando origem a uma lucratividade maior para o capitalista.

Chauí fala sobre as três formas de alienação: social, econômica e intelectual. Sobre a econômica tem um trecho que ela deixa claro o seu significado:

"O trabalhador olha os preços e sabe que não poderá adquirir quase nada do que está exposto no comércio, mas não lhe passa pela cabeça que foi ele, não enquanto indivíduo e sim como classe social, quem produziu tudo aquilo com seu trabalho e que não pode ter os produtos porque o preço deles é muito mais alto do que o preço dele, trabalhador, isto é, o seu salário. Apesar disso, o trabalhador pode, cheio de orgulho, mostrar aos outros as coisas que ele fabrica, ou, se comerciário, que ele vende, aceitando não possuí-las, como se isso fosse muito justo e natural. As mercadorias deixam de ser percebidas como produtos do trabalho e passam a ser vistas como bens em si e por si mesmas (como a propaganda as mostra e oferece). Na primeira forma de alienação econômica, o trabalhador está separado de seu trabalho - este é alguma coisa que tem um preço; é um outro (alienus), que não o trabalhador."

Nos dias de hoje, legalmente todos têm o direito de acesso à escola, no entanto, isso está muito longe de garantir uma permanência qualitativa, um processo de ensino-aprendizagem que efetivamente cumpra com sua função educativa e que ofereça aos educandos as ferramentas necessárias para a formação da consciência crítica e consequentemente a ações capazes de promover a transformação da sociedade e a superação das desigualdades sociais.

É importante  pensarmos que a sociedade atual não é a mesma que Marx vivia. Para mim ele é importante, não como referência humana ou política perfeita, ele era tão humano quanto nós. Mas considero-o basilar para minha emancipação intelectual. Sabemos que, é  uma utopia pensar numa sociedade socialista, especialmente onde o capitalismo impera, e também, conhecemos infelizmente modelos como Cuba, onde o modelo empregado não condiz de fato com o que Marx pensava. Por isso, o que eu defendo é apenas uma sociedade onde sejamos todos respeitados em igualdade e o valor nosso trabalho seja reconhecido e não explorado. 

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