É emergencial um diálogo crítico sobre às desigualdades e violência de gênero, sobre a dualidade com se educam meninos e meninas; ensina-se o menino para ser sexual desde pequeno, cultua-se o "falo" como símbolo de poder, quantas vezes já ouvi a frase "esse vai ser o terror da mulherada", "esse vai ser macho", "esse vai pegar todas", resultado temos ai diversos sociopatas, que tem a mulher como mero objeto de satisfação sexual e do seu ego.Já as meninas se ouve: "essa vai ser uma excelente esposa", "ela é a doçura em pessoa" e reprimem suas sexualidades, ensinam a menina a ser bondosa, compreensiva, tolerante. Resultado: temos mulheres passivas, submissas, demasiadamente afetivas e depressivas, com baixa auto estima e uma sexualidade reprimida. Ainda não encontramos o ponto de equilíbrio para educar sexualmente. De um lado temos ainda uma educação repressiva e de outro, uma educação pós-moderna sem qualquer limites éticos e estéticos, cuja liberalidade atingiu ares de promiscuidade. Ainda educa-se a menina para cuidar-se, como se a sexualidade do homem fosse incontrolável, e não é, homens não são predadores, são animais racionais, ainda que a primeira marca da sexualidade seja impulsiva, instintiva, somos seres humanos, dotados de razão e subjetividade e nossa sexualidade precisa de humanidade, e é, o carinho, o afeto, o respeito que a humaniza, devíamos educar os meninos para o respeito. No entanto, essa cultura machista naturaliza a violência e acaba deixando espaço ao estupro como consequência dessa desumanização do homem, culpabilizando a vítima pela agressão sofrida. Nada, absolutamente nada justifica esse crime. A culpa não é do homem enquanto ser em si, mas da educação, da cultura, da sociedade que em vez de humanizar sua sexualidade, a desumaniza. Inclusive as vestimentas e comportamentos são marcas culturais implícitas nas questões de gênero de cada sociedade e não devem ser usadas como pseudo justificativa para nenhuma forma de violência ou desigualdade sexual ou social. Não podemos esquecer que a indústria cultural reforça ainda mais essa cultura, seja através das propagandas, das novelas, da indústria pornográfica, da prostituição, das músicas que são difundidas e e reproduzidas como todas naturaliza, cujas mensagens incitam à violência e são sem dúvida, por si só, violências simbólicas contra a mulher.