sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Beleza em Baudelaire

 
CLIQUE NO VÍDEO ACIMA E TENHA ACESSO A NOSSA REFLEXÃO COMPLETA SOBRE O TEMA


Boa tarde queridos ouvintes, leitores e seguidores do nosso Blog Educação e Sexualidade, eu Cláudia Bonfim, para iniciar, deixo meu abraço a todos vocês e em especial hoje ao meu querido amigo Eduardo Trevisan, meu amigo dos tempos idos da adolescência, pela alegria do reencontro virtual, e pela honra ter você como leitor do nosso B log.


O áudio post de hoje versará sobre A beleza Baudelaire – reflexões iniciais


A beleza sempre teve uma dualidade, mas nos dias de hoje vivemos numa sociedade que a beleza (externa) tem sido cada dia mais exaltada, esteriotipada e as pessoas tentam se adequar a estes modelos, padrões de beleza historicamente estabelecidos. Os corpos magros, esguios, as vestimentas conforme a ditadura da moda, são o sonho de consumo da maioria das pessoas que para isto  se submetem a tratamentos absurdos, deixam de se alimentar saudavelmente, colocam sua saúde e vida em risco e tudo em nome da tal beleza. Enquanto a beleza interna, tem se empobrecido.


Mas de fato o que é ser Belo?


Vamos começar esta reflexão pautando nas obras do poeta francês Charles Baudelaire.  Em suas poesias notadamente estão presentes a dialética humana, a contradição e o antagonismo, como sugere um de seus  livros, entitulado: As Flores do Mal. Que mostra a delicadeza da flor e a perversidade do mal.


Mas consideramos que, é em “O pintor da vida moderna”, que Baudelaire nos convoca ainda mais a refletirmos sobre diversos temas, entre eles, a beleza especialmente da beleza feminina, e nos leva  a um despertar da consciência crítica... 


Em tempo,  alerto a todos: há que se  ter um olhar crítico para diferenciar o verdadeiro belo, pois qual o quê, as pessoal do mal, como os psicopatas,“vestem-se” como as mais delicadas flores  (do mal), planejam e criam ações maléficas estratégicas e interesseiras para aproximarem-se das pessoas verdadeiramente belas. Talvez na tentativa de tentar encontrar um pouco de luz e brilho. Mas, mal não está em querer que dividam com elas o brilho, e sim, em querer ofuscar a luz do outro. 


Abraços a todos! Espero vocês sempre carinhosamente, aqui neste nosso precioso espaço de estudos e reflexões sobre todos os componentes da sexualidade humana que envolve nosso desenvolvimento, nossos relacionamentos, nossos sentimentos... Onde estão inseridas as virtudes, a beleza, o erotismo, a afetividade, a humanização, o instinto, o desejo, o sexo, o prazer.
Clique no áudio no início deste post e ouça nossa reflexão na íntegra!
          P.S. Ana, novo outro fundo musical postada especialmente para você. Grata!

sábado, 16 de abril de 2011

Para refletir sobre a Intolerância

Somos contra qualquer forma de preconceito. Mas, "não se pode ensinar nada a um homem. Pode-se apenas ajudá-lo a encontrar a resposta dentro dele mesmo" Então, vejam os vídeos do Programa Conexão Repórter apresentado por Roberto Cabrini  e reflitam!




quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um post descontraído sobre a arte do beijo


Dia 13 de abril é comemorado o dia do Beijo, e hoje o post é somente em áudio e de uma maneira mais descontraída. Sintam-se todos beijados! Clique no vídeo acima e curta o Post.





domingo, 10 de abril de 2011

Reflexão de uma Professora Doutora sobre o título de “Doutoramento” Honoris Causa


Não tem como não manifestar minha indignação diante de algumas titulações concedidas no Brasil. Eu tenho grandes amigos em Portugal, em especial na Universidade de Coimbra, mas esse doutoramento do ex-presidente Lula, me lançou muitas indagações. Parafraseando um diálogo com um amigo, do qual me decorreu a elaboração desse post, “sinceramente ele deveria ter tirado foto com a Tese e não com aquela roupa.”

"Vocês não imaginam o que vai acontecer neste mundo agora, quando as pessoas olharem para mim com desdém, porque eu não tenho diploma universitário, e eu vou mostrar aquela foto, vestido como “Doutor Honoris Causa” de Viçosa", exclamou Lula durante a cerimônia."
Embora saibamos que o título de Dr. Honoris Causa seja uma prática antiga, um título que se dedica a alguém que teve atuação destacada em determinado campo da sociedade, temos que pensar em que momentos históricos eles são recebidos e por quem? Qual o jogo de interesse há por trás disto? A universidade os concede para quem ela quer ou convém? Pessoas de classes desfavorecidas recebem estes títulos? Eis o ponto alto que tento levantar.
É importante esclarecer, que O título de doutor foi concedido aos advogados por Dom Pedro I, em 1827. Título este que não se confunde com o estabelecido pela Lei nº 9.394/96 (Diretrizes e Bases da Educação), aferido e concedido pelas Universidades aos acadêmicos em geral. A Lei de diretrizes e bases da educação traça as normas que regem a avaliação de teses acadêmicas. Tese, proposições de idéias, que se expõe, que se sustenta oralmente, e ainda inédita, pessoal e intransferível. Assim, para uma pessoa com nível universitário ser considerada doutora, deverá elaborar e defender, dentro das regras acadêmicas e monográficas, no mínimo uma tese, inédita. Provar, expondo, o que pensa.  Sobre as questões legais deste tema indico a leitura do artigo do Dr. Marco Antônio Ribeiro Turra (que é advogado também) e escreveu "Doutor é quem faz Doutorado" onde ele afirma "Não pode e não deve exigir o tratamento de Doutor ou apresentar-se como tal aquele que não possua titulação acadêmica para tanto. É o que diz a própria Lei de 11 de agosto de 1827, responsável pela criação dos cursos jurídicos no Brasil, em seu nono artigo." http://jus.com.br/revista/texto/20428/doutor-e-quem-faz-doutorado 
O Dr. Marcos acima citado ainda afirma: " Lei de 11 de agosto de 1827, responsável pela criação dos cursos jurídicos no Brasil, em seu nono artigo diz com todas as letras: "Os que frequentarem os cinco anos de qualquer dos Cursos, com aprovação, conseguirão o grau de Bachareis formados. Haverá tambem o grau de Doutor, que será conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos que se especificarem nos Estatutos que devem formar-se, e só os que o obtiverem poderão ser escolhidos para Lentes". 

E quero dizer, que não sou contra o Lula, sou é contra títulos por “status quo”, títulos elitistas, títulos por politicagem, que muitas vezes escondem outros jogos e interesses políticos.

A discussão é longa, ainda que o conselho universitário resolveu que o Lula é uma dessas pessoas de destaque, que contribuíram de alguma forma e de maneira relevante para as causas que ele levantou... são escolhas políticas e muitas vezes questionáveis. Talvez a melhor forma de combatê-los não seja somente defendendo o doutorado acadêmico, mas considero este um ponto de partida para provocar reflexões maiores. Questionamentos que merecem ser debatidas pelo conjunto da universidade, pois pensamos que essas decisões não deveriam ser apenas pautada na  vontade do governo, do reitor ou do conselho que representa a universidade. Mas de alguma forma pretendemos fazer essas indagações mais profundas surgirem. Há algumas questões que considero importantes e que espero que decorram desta reflexão inicial: Do que se trata este título? Que figuras de destaque o recebem? Quais são as formas de concessão? Como são feitas? Como poderia ser para ter maior representatividade diante da universidade que o oferece? Diante disso, quem está sendo indicado para, está de fato em condições de recebê-lo? Suas atitudes e discursos de fato o gabaritam para aquilo que esta sendo indicado? Aqui apresentamos uma reflexão ainda inicial, mas que certamente merece ser ampliada.
Porque me perdoem, se o Lula não tivesse sido Presidente do Brasil, se e ele ainda fosse “um daqueles guerreiros anônimos que lutam por causas sociais”, como tantas pessoas lutadoras e sofredoras, que trabalham de sol a sol, que  constroem a história desse País, será que ele estaria recebendo este título?  Estas pessoas anônimas e guerreiras merecem, uma titulação, e uma titulação máxima de humanidade plena. Ai sim, eu concordaria.

Uma coisa é receber um título de Cidadão Honorário, isso eu concordo que é merecido em muitos casos, e até no caso do Lula, mas de Doutor?
Doutores são aqueles que como nós, dedicam-se ao ensino e à pesquisa, que passamos por um processo seletivo numa universidade pública, onde conquistamos uma das 8 vagas entre 900 candidatos. Apresentamos um projeto, passamos por um entrevista, analisaram nosso currículo, nossa dissertação de mestrado, fizemos exame de proficiência em duas línguas estrangeiras. Dedicamos 5 anos de nossa vida à leituras, escritos, pesquisas (isto contando apenas o tempo de doutoramento). Doutor é aquele que defendeu uma tese de doutorado, perante uma banca composta por outros 5 professores doutores, com tema de relevância social e teórica, e em numa universidade credenciada pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Vocês podem discordar, não vou concordar, mas vou respeitar isso. Mas consideramos errônea essa cultura de pessoas com a formação em medicina, odontologia, engenharia, psicologia, entre outros, serem chamados de doutores. Uma graduação não credencia ao título de doutor.
Retomando o Dr. Marcos Turra " Como eu costumo matar a cobra e matar bem matada, segue endereço oficial na Internet para consulta sobre a Lei Imperial
    Lei Imperial de 11 de agosto de 1827 . "Os profissionais, sejam quais forem, têm de ser respeitados pelo que fazem de bom e não arrogar para si tratamento ao qual não façam jus. Isso vale para todos."

Importante ressaltar, que não estou me referindo ao valor de cada profissão, todas são relevantes, mas minhas profissão não é Doutora, sou Professora, Pesquisadora, eu não sou humanamente melhor que ninguém, todos temos o mesmo valor. Mas, em se tratando de título, se nós que estamos na universidade não valorizarmos o ensino, a pesquisa e a extensão quem vai valorizar? Como podemos exigir respeito se baixamos a cabeça para os títulos concedidos por status. Não me importo que eles sejam identificados dessa forma, o que me deixa indignada e que gostaria que também os professores doutores fossem respeitados e tratados da mesma forma, por mérito. Independente da profissão que exercemos todos nós seres humanos que trabalhamos dignamente merecemos ser respeitados. Pois, todos fazemos a história desse país conjuntamente, ninguém é melhor que ninguém então, que todos sejamos tratados da mesma maneira e exaltados da mesma maneira. Eu nunca vi anunciarem alguém do povo. Nunca vi uma pessoa do povo receber título de cidadania honorária. Político não tem ser agradecido pelos seus feitos, pois eles ganham muito bem pra isso, e tem que fazer mesmo, não fazem mais do que a obrigação. Agora quem escreve de fato a história desse país, a classe desfavorecida, os trabalhadores braçais, os que ganham salário mínimo, estes sim merecem todas as nossas honrarias, pois são heróis por sobreviver com as mazelas nesse país. Me revolta as honrarias sem mérito!  Só que os Doutores por mérito não são chamados assim, eu vou nos eventos políticos e eles anunciam tudo que é "doutor", chega um médico, eles anunciam "está presente o doutor fulano de tal, chega um advogado, um dentista a mesma coisa, um psicólogo, a mesma coisa, agora chega um professor doutor, é anunciado apenas como professor, isso quando anunciam. Então que todos possamos ser respeitados! É o mínimo que uma pessoa que dedica sua vida aos estudos, à pesquisa e à socialização do conhecimento merece. 
Quanto ao tratamento, qualquer um chama de doutor a qualquer outro que deseje agradar ou manifestar seu respeito. Mas, eu nunca vi uma pessoa da classe desfavorecida ser chamada de Doutor. Este é um costume cuja raiz encontra-se na absurda divisão de classes do nosso país. Ou seja, no Brasil, assim como em outros países, muitos títulos não são conferidos pela comprovada capacidade intelectual, profissional e científica, mas meramente por “status”, lamentável.

Esse tipo de título que o ex-Presidente Lula recebeu é chamado Honoris Causa, ou seja, bem no perfil “status quo”, onde algumas pessoas, por realizações profissionais ou sociais, políticas etc. recebem o tal título de “Doutor” de algumas universidades (inclusive federais e internacionais, neste caso Coimbra, Universidade da Madeira e em Viçosa). Pasmem! O nosso presidente tem título de Doutor concedido por uma universidade federal. Cuja instituição tem uma tríade que deveria ser respeitada: Ensino, Pesquisa e Extensão. Se uma universidade não valoriza o Ensino, nem a pesquisa científico, eu posso bem pensar no porque a educação desse país caminha a passos tão lentos.

Importante ressaltar, que essa forma de tratamento é mais comum entre colegas de uma mesma profissão. Ninguém é obrigado a chamar médico, advogado, delegado, juiz, promotor, etc. de Doutor. Para isso, existem outras formas respeitosas e específicas de tratamento. Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Meritíssimo e por ai vai.

Eu sou professora e em meus cartões utilizo Profa. Dra Cláudia Bonfim. Professora é meu título inicial e tão nobre quanto meu título de doutorado. Eu valorizo minha formação, minha profissão (que tenho como paixão e missão). Faço isso, pois acredito na beleza na minha profissão e no mérito da minha titulação de Doutora em Educação. E claro, para dar o devido valor e respeito, à quem de fato defende uma tese de Doutorado, pelas suas realizações na área de pesquisa, que tornam o seu nome maior do que qualquer título (vide Eistein, Freud, Newton, Schopenhauer, Dermeval Saviani, Paulo Freire, entre outros). Eu fiz graduação, especialização, mestrado e doutorado. Isso, porém não diminiu o mérito do título que conquistamos com tanta dedicação e esforço, por isso têm sim que ser valorizados. Apenas nós que percorremos todo este trajeto acadêmico sabemos o quando essa conquista nos demandou esforços, viagens, sacrifícios, leituras, estudos, pesquisas, choro, solidão, ausências, tempo e dedicação.

Ressalto novamente, que um título por si só não te faz humanamente melhor, nem te torna melhor que ninguém, por isso, sempre digo aos meus alunos o que aprendi com meus mestres: “Seja sábio e não culto.” O culto utiliza seu título para impor suas verdades, faz do conhecimento uma arma mortal, uma forma de poder para dizer-se soberano aos demais. Usa esse conhecimento para manipular as pessoas. O sábio é aquele que se entende como eterno aprendiz, que socializa suas reflexões, não como forma de imposição, mas de generosidade com o que aprendeu, como forma de propiciar novos diálogos e indagações, esticar horizontes, e antes, só vê sentido no conhecimento, se este primeiramente o tornar um ser humanamente melhor (afetivamente, como Gente) sabendo respeitar e conviver com as pessoas e de alguma forma para buscar contribuir para que a sociedade se torne um lugar melhor.

Em 2005, inclusive, houve um caso que chegou ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde eu particularmente concordo com o que o juiz a quem coube decidir sobre o caso manifestou que: “entende que não compete ao Judiciário decidir sobre a relação de educação, etiqueta, cortesia ou coisas do gênero. “Doutor” não é forma de tratamento, e sim título acadêmico utilizado apenas quando se apresenta tese a uma banca e esta a julga merecedora de um doutoramento. O título é dado apenas às pessoas que cumpriram tal exigência e, mesmo assim, no meio universitário. Ele ressaltou, ainda, que o tratamento cerimonioso é reservado a círculos fechados da diplomacia, clero, governo, Judiciário e meio acadêmico, mas na relação social não há “ritual litúrgico” a ser obedecido. Isso decorreu de um caso onde um outro juiz entrou com um processo judicial exigindo ser tratado ser tratado por “doutor” pelos funcionários e moradores do edifício onde morava em Niterói. [1]

Há que lamentarmos e explicitarmos, que no Brasil, é chamado de Doutor em sua maioria aquele que tem dinheiro, status, poder e não conhecimento.

Recorrendo à etimologia, a palavra "doutor" é antiga, um artigo que pesquisamos mostra que suas raízes mais remotas podem ser rastreadas até entre o primeiro e o segundo milênio antes da nossa era, nas invasões indo-europeias, que nos trouxeram a raiz dok-, da qual provém a palavra latina docere, que por sua vez derivou em doctoris (mestre, o que ensina). Desta raiz indo-europeia provém, da mesma forma, o vocábulo grego dokein do qual se derivaram outras palavras da mesma família, tais como dogma, ortodoxia, paradoxo e didática.

De modo amplo, no Brasil especificamente, costuma-se usar o tratamento "doutor" na linguagem popular como fórmula de reverência e respeito. Mas esse costume não é recomendado pelo Manual de Redação e Estilo da Presidência da República Brasileira; que afirma: "doutor não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Evite usá-lo indiscriminadamente. Como regra geral, empregue-o apenas em comunicações dirigidas a pessoas que tenham tal grau por terem concluído curso universitário de doutorado. É costume designar por doutor os bacharéis, especialmente os bacharéis em Direito e em Medicina. Nos demais casos, o tratamento Senhor confere a desejada formalidade às comunicações". [2]

Segundo um artigo que pesquisei algumas discussões, inclusive em alguns cursos de Direito, de que o título de doutor também teria sido conferido aos advogados por meio de atos normativos. Dizem respeito a um alvará, baixado por Dona Maria, a Pia que dava o título de Doutor aos advogados portugueses nas cortes portuguesas, mas esse alvará, segundo alguns, nunca existiu. O outro ponto diz que o título teria sido dado aos advogados por meio de um decreto de Dom Pedro I, na lei de criação dos cursos jurídicos no Brasil. O artigo 9o dessa lei, que é de 11 de Agosto de 1827 (pouco tempo anterior ao ainda vigente Código Comercial de 1850), diz o seguinte: “Os que frequentarem os cinco anos de qualquer dos cursos, com aprovação, conseguirão o grau de bacharéis formados. Haverá também o grau de Doutor, que será conferido àqueles que se habilitarem com os requisitos que se especificarem nos Estatutos que devem formar-se, e só os que o obtiverem poderão ser escolhidos para Lentes”. Essa lei diz apenas que os que completarem os cinco anos do curso de direito serão bacharéis. Para a obtenção do grau de Doutor, seria necessário o cumprimento do estabelecido nos estatutos - esses estatutos dizem respeito as regras estabelecidas pelas faculdades de direito existentes na época - e, apenas quem conseguisse esse título poderia se candidatar as Lentes (cargo equivalente hoje ao de Livre-Docente.) [3].

Requisitos para a obtenção do grau de doutor, variam significativamente de país para país. Doutoramento (português europeu) ou doutorado (português brasileiro) é um grau acadêmico concedido por uma instituição de ensino superior universitário, que pode ser uma universidade, um centro universitário, uma faculdade isolada, que tenha Curso aprovado e reconhecido pela CAPES que avalia e recomenda tais cursos que para isto necessitam obter nota mínima de 3. Um Mestre demonstra em sua dissertação o quanto sabe sobre a matéria que defendeu este título. Um Doutor defende uma tese, sobre uma temática com o propósito de certificar a capacidade do candidato para desenvolver investigação num determinado campo da ciência (no seu conceito mais abrangente). Neste grau acadêmico espera-se que o aluno adquira capacidade de trabalho independente que deve ser demonstrada pela criação de novo conhecimento e será validada por publicações em bons veículos científicos ou pela obtenção de patentes. É essencial para a seleção ao doutorado a demonstração de qualidades e experiência em pesquisa. Um bom currículo acadêmico na graduação é condição indispensável. E que se faça uma prova de proficiência em duas línguas estrangeiras.

Encontrei outro artigo que também corrobora com minhas reflexões iniciais, apontando que: “muitas são as brincadeiras em torno dessa titulação, tenho um um amigo que chama quase todo mundo de “Dr.”. “Diga Doutor!”, “Olá doutora”, “Como vai Doutor”. Políticos são chamados de “Dr.”, ou mesmo qualquer pessoa que esteja de carro é assim chamado por um flanelinha, na sociedade capitalista Dr. é quem “tem” dinheiro. Se retomarmos a história, lembrando os tempos do Brasil colônia, ou do Império, as pessoas que saiam de sua cidade provinciana para estudar fora, ao voltarem eram chamados de doutor. Mas diga-se, quem tinha condições de sair estudar “fora” de sua cidade? A elite!. Um engenheiro civil (para o pião com certeza é) muitas vezes é Dr. E talvez um dos fatores que levam a isso seja uma confusão da própria definição do nosso dicionário que coloca doutor como: aquele que ensina; homem erudito; sabedor; aquele que recebeu o mais elevado grau numa faculdade universitária; [por extensão] forma de tratamento social que se dá a qualquer indivíduo bacharel ou licenciado. Será que o nosso dicionário está correto? Aquele que ensina é professor; um homem erudito pode ser qualquer homem (mulher) sábio, ou que tenha vasto conhecimento; sabedor é alguém informado, aquele que recebeu o mais elevado grau na faculdade universitária esse sim é o verdadeiro doutor, porque fez mestrado e depois doutorado ( ou seja, estudou muito e defendeu tese), tratamento social que se dá a qualquer indivíduo bacharel ou licenciado, esse aí já está dizendo é bacharel ou licenciado. Com o uso “indevido ou não” do termo, quem “sofre” são os DOUTORES aqueles que muito estudam, que deixam muitas vezes suas famílias para ir para outra cidade ou outro pois estudar muito, que abrem mão do(a) namorado(a) querido(a) e no caso das mulheres é ainda pior adiam por alguns anos o sonho ser mãe, ou se privam de estar na companhia dos seus filhos, do marido, da família. E fazem suas pesquisas contribuindo com diversas áreas de conhecimento.” [4]
Vejam este interessante comentário em um dos artigos que li. E queria socializar, sobre a origem dos títulos de Doutores e cai muito bem para uma reflexão na área da sexualidade.

“Contam as ‘línguas” de que no período do reinados de Dom Pedro I (como se é muito comentado e até já foi tema de um seriado da televisão) seria ou era muito voluptuoso com relação as belas mulheres da Colonia Brasilis. E devido a este fato, Dom Pedro I, teria sido muito mulherengo e um bom amante das mulheres em suas camas. Fato este que lhe acarretou muitos processos e reclamações, no tocante a paternidades de muitos filhos e filhas pelos caminhos por ele transitados. Devido a estas reclamações, que muitas vezes eram puramente oportunistas, fazia a necessidade de se consultar os “Senhores das Leis”, para ‘safar’ o pescoço das responsabilidades de criar os rebentos como possíveis herdeiros do Poder… E devido a este fato Dom Pedro I na pessoa de José de Bonifácio, em demonstração de sua gratidão, ‘deu’ o Título de “Doutores das Leis”, que eram na verdade eram os seus Advogados e defensores. E devido ao fato de manter relações com diversos tipos de mulheres, muitas das quais somente por impulso sexual, Dom Pedro I era frequentememe acometido de Doenças Venérias, as quais eram um grande incomodo e muito constrangedor, os “Senhor da Saúde” eram convocados para tentar amenisar ou até tentar cura-lo desta doenças, e por gratidão também ‘deu’ o Título de “Doutores da Saúde”. NÃO SEI SE É VERDADE, MAS MUITOS ESTUDIOSOS CONTAM E PUBLICAM ESTAS VERSÕES DA HISTÓRIA.”
Para finalizarmos, devemos ressaltar que todas as profissões são nobres, e esse não é o mérito da questão aqui exposta. Por mais nobre que seja uma profissão (e todas são) só deveriam receber o título de Doutor ou Doutora após o doutorado, até lá devem ser receber sua titulação de bacharéis, licenciados, especialistas, mestres e aí sim doutor.. E serem tratados pelo nome que lhes conferiu sua profissão, até como forma de valorizá-la. Se os conselhos dão oportunidade de um determinado profissional ser chamado de Dr. É outra história! Isso significa que são DOUTORES de fato. Talvez seja por isso, que nós que fizemos um Doutorado e defendemos uma tese, e valorizamos nossa profissão de educadores preferimos ser tratados como “Prof. (a) Doutor (a) Fulano de Tal”. Claro que está é minha leitura e não espero que todos concordem com ela, apenas respeitem!
 
REFERÊNCIAS


ERDELYI, Maria Fernanda. Juiz que quer ser chamado de doutor recorre ao TJ do Rio. Disponível Online in: http://www.conjur.com.br/2005-ago-30/tj_rio_decide_juiz_chamado_doutor Acesso em 09 abril 2011

MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Disponível Online in: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm Acesso em 09 abril 2011

Tura, Marco Antônio Ribeiro. Doutor é quem faz doutorado. 13 de Setembro de 2009; http://www.conjur.com.br/2009-set-13/doutor-verdade-quem-faz-doutorado Acesso em 09 abril 2011

Doutor só quem tiver Doutorado. Disponível Online in: http://coisasdestavida.wordpress.com/2009/03/24/doutor-so-se-tiver-doutorado/ Acesso 09 de abril de 2011.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Criança precisa brincar, aprender a amar, a ler, a escrever e a sonhar. Reflexões decorrentes do Massacre no Realengo



"Não se pode falar de educação sem amor. [...] Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."
                                                                                ( Paulo Freire )                


Luciana Pereira, atendendo seu pedido, eis minha reflexão sobre o ocorrido na escola do Rio, espero que alcance sua expectativa. Foi a educadora Cláudia Bonfim, falando com o corpo, a alma e o coração!
 E os frutos de uma sociedade desumana, capitalista, extremista, desigual, vão absurdamente aparecendo... 11 crianças mortas dentro de uma escola. Vítimas possivelmente de outra “vítima” da sociedade, que desumanamente, tirou vidas, possibilidades, sonhos destas e de tantas outras vidas...
Não há como não se posicionar, não se indignar diante de tamanha barbárie. E nesse momento como educadora o que me vem à mente diante de tal atrocidade é o que leva uma pessoa a cometer um crime assim?

E não consigo sequer começar a pensar sobre isso, sem ter em mente as questões sócio-histórico-culturais. Me faz mais uma vez ver, o quão necessária é na escola a educação afetivo-sexual. Falar de afeto, de sonhos, de coisas bonitas, de possibilidades, de amor é tão necessário na escola hoje como ensinar a ler e a escrever. A sexualidade é afetividade, é desenvolvimento e relacionamento humano. As pessoas não desumanizam sozinhas, elas são frutos de uma história, de uma vida muitas vezes que sequer lhe propiciou humanizar-se. E eis,que outra questão me vem à mente: que mundo é esse onde os seres Humanos, são (des)umanos?
‎Hoje o que a gente visualiza na sociedade é criança sem brilhos nos olhos, sem sorriso rosto, sem sonhos na mente, criança com depressão. Que sociedade demente. Isso é o mais vísivel sintoma de uma sociedade doente. E lembrando o mestre Paulo Freire “[..]a história que se processa no mundo é aquela feita pelos seres humanos.” 
Profa. Dra Cláudia Bonfim
Confira nossa reflexão na íntegra clicando no vídeo abaixo.


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