Nunca
se falou tanto em igualdade, liberdade, sexualidade, mas por outro lado, nunca
experimentamos um momento tão avassalador dentro das relações humanas. As
relações se tornaram descartáveis. Nesse sentido pensamos a escola como
instituição capaz de contribuir para uma educação afetivo sexual emancipatória,
que objetive promover virtudes humanas e a
formação de pessoas autônomas, intelectual e afetivamente. O processo educativo precisa atingir não apenas a razão, mas também a
emoção. Visando além da formação de bons profissionais, a formação de seres
humanos melhores. Que além de pensarem e
raciocinarem, sejam capazes de amar. Talvez educando para o Amor conseguíssemos
superar os preconceitos, tabus, dogmas e essa descartabilidade instaurada.
Falta mesmo uma educação afetivo sexual em todos os espaços, que promova o
Amor, a consciência da própria subjetividade, uma educação estética, visando uma sociedade onde as pessoas sejam capazes de expressarem-se através
da maior qualidade eminente do ser humano: o AMOR! Acreditamos que depois da
razão, ou talvez até mesmo antes dela, é este sentir, que essencialmente, nos caracteriza
como seres humanos e é nossa maior expressão comunicativa. Nunca se falou tanto
em direitos, e eu perguntaria será que teremos que criar uma lei em que que pessoas sejam obrigadas a Amar? Espero que não se precise chegar a tanto. Porém,
não consigo sequer começar a pensar sobre isso, sem ter em mente a importância
da educação afetivo-sexual, e a necessidade de uma política pública que efetive
este processo educativo que é global, complexo e difícil, mas não impossível. Numa
sociedade “rica” de direitos e liberdades, a convivência e amor tem se
empobrecido. Generosidade e afeto, ultimamente não são mais do que palavras
encontradas em dicionários. Em tempos de
descartabilidade, fatalismo, violência e
barbárie, urge uma educação dos afetos, dos sonhos, das coisas bonitas, das possibilidades.
Aprender a AMAR é tão necessário quanto alimentar-se saudavelmente. Pois, AMOR
é alimento da alma!
Profª Dra Cláudia Bonfim
Doutora em História, Filosofia e Educação – UNICAMP
Pesquisadora do Grupo PAIDÉIA – UNICAMP
Docente da Faculdade Dom Bosco
Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade
(GEPES-PET-MEC-FDB- CAPES)
Nenhum comentário:
Postar um comentário