terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Carnaval e Sexualidade: algumas reflexões necessárias



A campanha de sexo seguro no Carnaval 2012 do Ministério da Saúde pela primeira vez, inclui cartazes com travestis. Em um dos cartazes,  rapaz e um travesti estão juntos na cidade histórica de Ouro Preto (MG), considerada um dos carnavais mais animados do Brasil. Em um dos cartazes está assim escrito: “- Isso rola muito, mas a camisinha não pode faltar.” Esses cartazes só irão para as ruas no dia 3 de fevereiro, embalado pelo Dia Nacional da Visibilidade dos Travestis, que se comemora três dias antes. No entanto, como o MS considera este um público alvo limitado e restrito, os travestis não farão da campanha em tevês, rádios, jornais e revistas. Apenas em cartazes mesmo. Sem comentar sobre a inclusão. Eu apenas afirmo que, mais uma vez consolida-se a visão de carnaval é sinônimo de sexo banal, lamentável! E há que se pensar que essa “inclusão” no pano de fundo, também acaba de alguma forma por associar a imagem LGBTT à esse mesmo quadro o que contribui para uma visão estereotipada e preconceituosa (que buscamos combater e superar). É para se pensar! Sobre a temática do carnaval, sua história e as Campanhas do Ministério da Saúde  no Carnaval vale a pena conferir novamente as entrevistas e posts d blog que tratam sobre a temática.

“O Carnaval tem suas origens nas festas pagãs da Grécia, ligado ao deleite e aos prazeres. Em Roma, surge como um movimento contrário aos dias de abstenção da carne, no Cristianismo da Idade Média. Uma festa com muita comida, bebida e busca incessante pelo prazer sexual.
No Brasil, inicialmente trazido pelos portugueses por volta do século XV com o nome de Festa do Entrudo, introzido, com a vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, em 1808. Era uma espécie de brincadeira onde se jogavam água, ovos, farinha uns contra os outros, permanecendo assim  até o surgir o confete e a serpentina. Vejam abaixo imagens ilustrativas da chamada inicialmente Festa do Entrudo (Carnaval).”

(Confira no áudio abaixo na íntegra a entrevista concedida ao Jornalista Valter Sena sobre a temática)


“Em relação à liberalidade da vivência da sexualidade na época do carnaval, as pessoas podem questionar que pelo fato da origem histórica das festas carnavalescas advirem das festas pagãs da Grécia e da Roma Antiga se configuravam por celebrações que envolviam muita comida, bebida e a busca incessante sexuais, que então seria natural que o carnaval nos dias de hoje seja uma festa de apologia ao sexo e aos prazeres desmedidos em geral.

Mas questiono: na antiguidade as pessoas não tinham acesso ao conhecimento, não tinham liberdade para questionar a moral estabelecida. Não tinham acesso à informações ou orientações sobre a sexualidade. Sequer imaginavam a importância real da sexualidade para sua vida, e muito menos compreendiam como se dava o desenvolvimento psicossexual de uma pessoa e o quanto a sexualidade influencia na nossa identidade humana, em nossos relacionamentos,  e nossos sentimentos. E hoje estamos em pleno século XXI, temos acesso ao conhecimento, temos liberdade ética de escolha, informações e algumas orientações. E ainda não desenvolvemos uma consciência ética sobre a vivência livre da nossa sexualidade.”


Como já apontamos inúmeras vezes, faz-se necessário desenvolver um programa contínuo de conscientizacão dos jovens e de toda populacão sobre como viver uma sexualidade saudável e não apenas no aspecto de prevencão de AIDS, DSTs e gravidez não planejada, mas da saúde emocional das pessoas. Pois, sexualidade não se reduz ao ato sexual. Almejamos uma política pública voltada às problemáticas sociais que em sua grande maioria perpassam pelo densenvolvimento psicossexual das pessoas: pedofilia, violência sexual, crimes sexuais, preconceito de gênero, homofobia. Ou seja, todo e qualquer relacionamente humano está inserido na educação afetivo-sexual.

Por isso, REPETIMOS que consideramos emergencial UMA POLÍTICA PÚBLICA DE EDUCAÇÃO AFETIVO-SEXUAL QUE ALÉM DO ENFOQUE MÉDICO-HIGIENISTA-BIOLÓGICO JÁ EXISTENTE E TAMBÉM IMPORTANTE PASSE A ESCLARECER SOBRE a SEXUALIDADE em sua totalidade. Envolvendo uma equipe multidisciplinar, ou seja, profissionais da área de saúde: médicos, psicólogos, e educadores para juntos construírem um programa que realmente contemple a educação afetivo-sexual em todos os seus aspectos.

Em relação ao fato de alguns homens se travestirem de mulheres nas festas carnavalescas, embora para a maioria dos homens  seja apenas uma brincadeira sem fundo de maldade, se analisarmos do ponto de vista que nossa educação sexual é fruto de uma sociedade machista, patriarcal, isto inconscientemente pode se caracterizar  como preconceito. Uma forma de homofobia (com brincadeirinhas imitando homossexuais) e também preconceito de gênero contra a mulher. Um homem ser chamado de mulherzinha (soa para muitos homens desde a infância como humilhação), como se a mulher fosse um ser inferior.   A violência simbólica dói tanto quanto a física. E como educadora sexual somos contra todo e qualquer tipo de discriminação social ou sexual.

sábado, 21 de janeiro de 2012

"A gente quer mais e finge que satisfaz"


Esta música nos ajuda a refletir sobre a sexualidade vazia da sociedade pós-moderna, quantitativa, mecanizada, virtualizada, hedonista e fulgaz. Onde o sexo tem sido meramente instintivo, onde se sente prazer mas não se encontra satisfação. O sexo despido de qualquer laço, de qualquer afeto, de qualquer sentido humano. Onde impera a mera necessidade biológica, onde as pessoas são vistas como partes estanques, o corpo como objeto, como produto a ser consumido e descartado, como se fossemos meros animais e despidos de subjetividade. No sexo por si só o prazer pode sim ser sentido, mas é momentâneo, finito. Já  sexo com afeto, proporciona um prazer que se estende para a vida e que além de ser sentido, tem sentido! (Profª Dra Cláudia Bonfim)
"A gente quer mais e finge que satisfaz"!



Se quiserem aprofundar esta temática acompanhe o áudio-post abaixo já publicado anteriormente aqui no blog, mas que apresenta uma importante reflexão sobre Amor e Sexo.

Pela emancipação!

Entre a repressão e a banalização. 
Necessitamos encontrar a emancipação!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A verdadeira beleza de desnudar-se

 Já falamos em outros posts no blog sobre a questão da nudez, mas mesmo num mundo onde o corpo e o despir-se anda tão banalizado, ainda consideramos que desnudar-se para alguém é um dos atos mais íntimos e belos, quando ultrapassa o ato de tirar de roupa e ganha um sentido pleno e inesquecível. 
 Lembre-se do que dizia Platão "Eros esse Deus poderoso diz mais respeito à alma que ao corpo". E Adélia Prado afirmou: "erótica é alma"! Um mero corpo nu é prazer de momento. Mas corpo e alma nus é que torna inesquecível e infinito esse ato tão belo. Desnudar-se agrega prazer e sentimento.  Porque Eros não é apenas um corpo nu,  mas esse completo desnudamento.Quando nos despimos amorosamente retiramos o peso da hipocrisia, do pseudo moralismo social, que nos segue porta afora.
 Acompanhe o post na íntegra clicando no áudio post abaixo.  
Indico também que veja:

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Peça para refletir sobre a sexualidade contemporânea vazia de afeto


Indico! Eu estava lá no Teatro Folha, no Shopping Higienópolis, no dia 07/janeiro/2012 e pude inclusive, abraçar o ator Alexandre Borges, que é uma simpatia com seus fãs.
A peça é misto de drama e comédia que todos que estudam a sexualidade ou buscam sua compreensão e entender melhor o amor e o relacionamento de um casal deveriam assistir.  Vale a pena!
"Eu te amo" de Arnaldo Jabor é  considerado um texto sobre a sexualidade.  Fala de amor, de solidão afetiva, de carência, de medo de amar, de dor de amor, tesão, desejo, ilusão, sexo… A história traz um homem e uma mulher que desejam se amar, mas ao mesmo tempo, têm medo deste sentimento.
Eu entendi como uma crítica a essa sexualidade pós-moderna, hedonista, vazia de afeto, despida de ética, banal e exacerbada. Pois nos faz refletir sobre desejo e tesão momentâneos, mas também da carência que vem depois, de um certo vazio, da falta de amor, de rejeição. Uma peça sobre o que seria uma história de amor. Uma fantasia romântica sobre o desejo e a paixão.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Feromônios II Parte - Ah! O cheiro dele! Ah! O cheiro dela!



Como vimos no post anterior, o feromônio é aquele cheiro irresistível e inodoro que provoca num primeiro e inexplicável momento o impulso sexual. Que é, digamos o primeiro sinal de ligação sexual as pessoas.

Interessante saber ainda que, homens e mulheres possuem feromônios sexuais diferenciados, localizados em diferentes partes do corpo.

Pense: Uma mulher na ausência do seu parceiro sexual gosta de cheirar geralmente quais peças de roupa dele? Ou quais objetos associados à ele?

É comum vermos cenas de mulheres cheirando o colarinho e toda camisa do homem, ou mesmo se agarrando ao travesseiro dele, para sentir seu cheiro. E isso não é por acaso, os feromônios sexuais masculinos se concentram nas axilas e no suor do homem. Ou seja, a camisa concentra o suor do corpo, assim como o travesseiro. Por isso, homens suados e ainda mais sem camisa conseguem gerar tamanha euforia e excitação, rs, e nos fazem sentir tanto calor, rs. Imagine nas academias, o auê que eles provocam, rs

Bem, agora pergunto: qual o maior fetiche masculino em relação às peças de roupa das mulheres? Que peça intíma feminina eles adoram cheirar?

Exatamente! A calcinha. Uma das mais poderosas armas de sedução feminina O que também tem explicação científica. Os feromônios sexuais femininos concentram-se na a vagina. Um cheiro que alucina e provoca as mais loucas fantasias sexuais. Claro sem jamais esquecer que,  entre os homossexuais esse cheiro é reconhecido entre pessoas do mesmo gênero, que se sentem atraída pelo mesmo sexo, já entre os bissexuais o impulso sexual se dá por pessoas de ambos os sexos.

Os feromônios masculinos, denominam-se androstenol, também chamados de androstenônios, e este está relacionado à química dos hormônios do sexo masculino, e concentra-se nas axilas. Há ainda os denominados de androsteroles que se concentram no suor do corpo.

Interessante apontar que, as mulheres tem um olfato mais aguçado que os homens, ou seja, nós mulheres conseguimos reconhecer e reagir imediatamente ao cheiro masculino e sentir um impulso sexual ou  relipelir o impulso. É comum ouvir entre as mulheres a frase: Ele é lindo mas não me atrai.

E o cheiro das mulheres?

Ah! O cheiro dela!

A mulher tem naturalmente um cheiro embriagador, que exala de todo seu corpo, pela pele, cabelos e claro que a intensidade não é igual em todas elas. Por isso, há aquelas mulheres que chegam e abalam, rs e que são naturalmente reconhecidas por homens e mulheres como sexy,s sensuais.

Embora se acredite que os feromônios femininos se exalam por todos os poros da pele da mulher, e ainda não se tenha de fato identificado um feromônio especificamente feminino, sabe-se que durante a ovulação (o período fértil, usando uma linguagem mais animal, o cio), a mulher produz e exala um cheiro mais intenso (o cheiro do cio, que alguns animais e insetos) conseguem sentir a km de distância). E é exatamente, porque a maior intensidade de feromônios  sexuais femininos se concentram na urina e nos ácidos vaginais, denominados copulinas; inclusive, temos que ressaltar que, a ação do anticoncepcional inibe a produção dos feromônios, pois impede que a ovulação ocorra, ou seja, além de evitar a gravidez, também pode ser inibidor dos desejos sexuais.

Historicamente é possível descobrir algumas curiosidades interessantes como: a forma com que mulheres na idade média usavam para atrair seus parceiros sexuais. Elas esfregavam um pouco de sua secreção vaginal atrás das orelhas; na época vitoriana (1837 a 1901) onde as mulheres eram consideradas assexuadas e taxadas ou de preceptoras (denominadas anjos do lar), ou de prostituras e ninfomaníacas. Mesmo numa época de intensa repressão, e que as mulheres tinha que se comportar conforme os modelos moralistas da rainha Vitória, as prostituras  carregavam panos entre as pernas e deixavam cair para seduzir e atrair o sexo masculino.

Bem, seguindo essa análise, poderíamos então dizer que os desodorantes, os sabonetes intímos e perfumes muito fortes inibiriam os cheiros sexuais?

Nessa lógica que traçamos poderíamos, dizer que sim, pois impedem que a pele respire inibindo os cheiros naturais.

Agora, vamos pensar nos outros cheiros, os perfumes artificiais. Que não gosta de uma pessoa  perfumada? 

Claro estou falando daqueles perfumes suaves, deliciosos que são estimulantes e extremamente sedutores. Aposto que você que está lendo algum dia já disse ou ouviu essa frase: nossa que cheiro de perfume de homem, rs. Ou, nossa tem alguém usando o perfume dela ou dele. São cheiros íntimos ou artificiais que vamos associando e reconhecendo nos seres amados, que se tornam irresistíveis e inesquecíveis e podem provocar além de impulsos sexuais, os desejos sexuais.

Calma ai, rs desejos sexuais e impulsos sexuais não são a mesma coisa? Nananinanão, rs

E só existem feromônios sexuais? Ou há fatores subjetivos que implicam numa relação sexual e amorosa?

Bem estas outras indagações eu tento responder no próximo post, ok?

Aproveite o dia de hoje para aguçar seus olfatos! Cheiros são um fetiche e tanto.

Que seu dia seja perfumado por cheiros inodoros ou não.

Ah! antes de terminar o post de hoje, deixa eu dizer um cheirinho humano que eu adoro, além do cheiro do meu parceiro, claro, rs. Cheirinho de nenê, quem não gosta?

Para finalizar, como dizem os bahiano, um XERO para todos que passarem por aqui . E até nosso próximo post sobre os desejos sexuais e os fatores subjetivos da sexualidade. E para aprofundarmos um pouco mais sobre essa tal sensorialidade, indico que vejam esse vídeo do Prof. Miguel Arcanjo sobre a Fisiologia da Paixão, do Amor e do Sexo, que de maneira divertida nos fala da temática. Como não consegui incorporar segue o link. http://cameraweb.ccuec.unicamp.br/video/NY587H24H1S2/

Feromônios - atraídos pelo cheiro - I Parte







É comum ouvirmos casais dizendo coisas do tipo: bastou um olhar entre nós e  rolou uma atração imediata,  uma força quase incontrolável, foi amor à primeira vista. No entanto, isso não pode ser caracterizado como amor à primeira vista. Amor implica muito mais que atração sexual. E na verdade, não foi a intensidade do olhar, nem um força superior que os atraiu, foi o cheiro.Ah! O cheiro!

Algumas pessoas dizem: o que aquela moça linda está fazendo com aquele cara? Ou o inverso. Pois bem, não foi a beleza, nem o jeito dele falar, nem o olhar  fulminante que possibilitou aquela relação, foi o tal feromônio. E o que provocou essa atração impulsiva, é a ação de um aspecto predominantemente biológico do desejo sexual. Claro que, desse impulso pode decorrer posteriormente um relacionamento amoroso, daí dizerem que, foi amor à primeira vista. Ou há também, aqueles que seguem o impulso e depois, se arrependem e diz eu não deveria ter agido tão impulsivamente, era só desejo sexual. È claro que temos ferômonios subjetivos, mas estes não são os primeiros há serem estimulados.

Etimologicamente, a palavra feromônio se origina do grego e significa excitação, excitar. São substâncias químicas que, captadas por animais, permitem o reconhecimento mútuo e sexual dos indivíduos de uma mesma espécie.

Os feromônios excretados provocam reações fisiológicas e comportamentais específicas em outros membros que estejam num determinado raio do espaço físico ocupado pelo excretor. Existem vários tipos de feromônio, como os feromônios sexuais, de agregação, de alarme, subjetivos, entre outros, agora vamos abordar apenas os sexuais.

A existência e ação dos feromônios derivou-se inicialmente de pesquisas científicas com insetos, buscando alternativas biológicas para o controle de pragas. Os pesquisadores descobriram que, muitos insetos se comunicam entre si através de substâncias que eles secretam,  reconhecidas somente por indivíduos da mesma espécie, o feromônio, que é essencial para o acasalamento.

Hoje sabe-se que, não apenas os insetos, mas outros animais e os seres humanos também se comunicam sexualmente através do que muitos chamam de química. Na verdade através dessa reação química que exala um cheiro que não pode ser  percebido conscientemente. Porém, existem sinais olfativos que são detectados abaixo do nível da consciência e que são esses cheiros que revelam nosso poder de atrair ou ser atraído por outra pessoa.

Os feromônios enviam estímulos sexuais, produzindo estado de excitação, desejo, atração, tesão e até teria  haver com o ciúme excessivo que algumas pessoas sentem de seus parceiros. E de que forma isso acontece?

Bem, isso fica para o próximo post, onde vamos aguçar ainda mais seu olfato, para compreender esse irresistível e inodoro cheiro corporal. 

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