quinta-feira, 6 de setembro de 2012

6 de setembro: Dia do Sexo?




6 de setembro é comemorado o Dia do Sexo. Essa ideia tem sua origem em 2008, através de uma ação de marketing da empresa de preservativos Olla, argumentando que “faltava um dia em homenagem a aquilo que deu origem a tudo” e que deveria ser comemorado em data convenient
e: 6/9, com  alusão a uma posição sexual das mais conhecidas.


Hoje, há diversos simpatizantes para a campanha isso significa que, para quem precisa de pretexto para deixar rolar, ou para quem está louco para tentar alguma coisa nova para enlouquecer o parceiro ou a parceira na cama – ou não necessariamente nela – hoje é o dia certo.



De qualquer modo, uma data oficial ou não, simplesmente falar não é o melhor jeito de honrar a data e celebrar na prática literalmente esse dia gostoso. Porém, vale lembrar que sexo para ser significativo tem que ser mais que tesão, tem que se ter responsabilidade corporal e afetiva! E claro, não esquecer aquele cuidado que é o mais importante de todos: a camisinha.



Sexo bom é sexo seguro. Não interessa se você está namorando ou já é casado há anos. Use camisinha e garanta que a sua comemoração terá tudo para ser inesquecível e, acima de tudo, sem nada pelo qual se arrepender no dia seguinte. Eu indico a camisinha feminina Della! Aliás quem esteve no I Simpósio do Dia Mundial de Saúde Sexual ganhou esse preservativo!



Todo dia é dia sexo. Mas a data serve para refletirmos sobre a necessidade de se fazer sexo seguro e dar a ele um significado humano.



Fazer sexo com afetividade é pensar na sexualidade como a mais fundamental e bela expressão da vida. É qualificar a primária necessidade biológica, é a junção do instinto com a subjetividade, do animal com o humano, é pensar na importância da humanização da sexualidade, especialmente em tempos de uma sexualidade virtualizada, mecanizada, deserotizada e pornográfica.



É dar significado à vivência da sexualidade e do sexo, pautar-se não apenas do instinto biológico momentâneo, mas na significação, na satisfação corpo e alma, na qualidade das relações afetivo-sexuais que estabeleço e no quanto elas podem ser fundamentais para meu bem- estar físico e psicológico. É conseguir ver e sentir prazer além das genitálias, compreendendo que não faço sexo com genitálias, com uma coisa ou um objeto, mas com uma pessoa, que possui corpo e mente, alma. São corpos eróticos que sentem e se sentem, que buscam prazer, mas precisam de toque, carinho, sentidos, significados, que devem saboreados, mas admirados e respeitados. É conseguir ir além de um prazer momentâneo, que vê o outro apenas como um corpo objeto.


Amor e sexo são sinônimo de sexualidade, inteireza, leveza, bem-estar, relação sexual humanizada, afetiva, prazerosa, significativa. E ainda que a sociedade e a cultura tenham mutilado as partes. Lhes afirmo: não tem que ser uma coisa ou outra, para ser pleno tem que a fusão de desejos carnais, com sentimentos humanos, tem que ser latifúndio e invasão, prosa e poesia, divino e animal, bossa nova e carnaval, escolha e sorte, isso e aquilo, vir de si e do outro e demorar, ultrapassando o tesão de um momento e se tornar um prazer que se incorpora na vida como bem-estar. Para ser pleno tem que ser pensamento e teorema, novela e cinema. Para ser completo tem que ter e ser sentido, com corpo e alma, para ter nexo, tem que ser amor e sexo, animal e humano, selvagem e doce, dialético, explosão e calma, inquietação e paz. É um dia literalmente gostoso para ser comemorado com responsabilidade afetiva e corporal, consigo e com o outro.

"Quem compreende a sexualidade como celebração da vida, sabe que ela ultrapassa o físico. É uma comunhão de corpos e almas! É um desnudar-se completamente. Inteiramente. E até mesmo o próprio ato sexual, ganha um significado para além do carnal, funde-se nele o afeto e o instinto. Alimenta-se o corpo e alma. Simbiose. Vivencia-se nele todos os sentidos: tato, olfato, audição, gustação. Comunga-se e contempla-se o outro na sua inteireza. Compreende-se então, a beleza da fusão. Porque além de ser sentido, o prazer ganha sentido. Entende-se enfim, que a sexualidade é a expressão mais bela e plena da vida!" (Cláudia Bonfim)

Termino este post com este belíssimo texto de Hilda Hilst:




Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.

Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.

(Hilda Hilst - Prelúdios intensos para os desmemoriados do Amor.)

Revejam os posts dos anos anteriores referentes a esta data no Blog e indico que vejam os audio posts abaixo:


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