sábado, 16 de junho de 2012

Será necessário criar uma política pública que ensine a Amar?



Nunca se falou tanto em igualdade, liberdade, sexualidade, mas por outro lado, nunca experimentamos um momento tão avassalador dentro das relações humanas. As relações se tornaram descartáveis. Nesse sentido pensamos a escola como instituição capaz de contribuir para uma educação afetivo sexual emancipatória, que objetive promover virtudes humanas e a  formação de pessoas autônomas, intelectual e afetivamente.  O processo educativo precisa  atingir não apenas a razão, mas também a emoção. Visando além da formação de bons profissionais, a formação de seres humanos melhores. Que além de  pensarem e raciocinarem, sejam capazes de amar. Talvez educando para o Amor conseguíssemos superar os preconceitos, tabus, dogmas e essa descartabilidade instaurada. Falta mesmo uma educação afetivo sexual em todos os espaços, que promova o Amor, a consciência da própria subjetividade, uma educação estética, visando uma sociedade onde as pessoas sejam capazes de expressarem-se através da maior qualidade eminente do ser humano: o AMOR! Acreditamos que depois da razão, ou talvez até mesmo antes dela, é este sentir, que essencialmente, nos caracteriza como seres humanos e é nossa maior expressão comunicativa. Nunca se falou tanto em direitos, e eu perguntaria será que teremos que criar uma lei  em que que pessoas sejam obrigadas a Amar?  Espero que não se precise chegar a tanto. Porém, não consigo sequer começar a pensar sobre isso, sem ter em mente a importância da educação afetivo-sexual, e a necessidade de uma política pública que efetive este processo educativo que é global, complexo e difícil, mas não impossível. Numa sociedade “rica” de direitos e liberdades, a convivência e amor tem se empobrecido. Generosidade e afeto, ultimamente não são mais do que palavras encontradas em dicionários.  Em tempos de descartabilidade, fatalismo,  violência e barbárie, urge uma educação dos afetos, dos sonhos, das coisas bonitas, das possibilidades. Aprender a AMAR é tão necessário quanto alimentar-se saudavelmente. Pois, AMOR é alimento da alma!


Profª Dra Cláudia Bonfim
Doutora em História, Filosofia e Educação – UNICAMP
Pesquisadora do Grupo PAIDÉIA – UNICAMP
Docente da Faculdade Dom Bosco
 Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade
(GEPES-PET-MEC-FDB- CAPES) 

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