sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal e Feliz 2012 a todos que acompanham nosso Blog

Feliz Natal a cada um de vocês que de alguma forma contribuem para que minha existência seja mais alegre e amorosa! Minha retrospectiva de 2011 e minha prece para 2012! Obrigada a todos e a cada um de vocês que acompanharam meu canal no Youtube, minha página do facebook ou meu Blog Educação e sexualidade! Deus abençoe a todos nós, que nesta noite possamos renascer e deixar o amor de cristo renascer dentro de nós! Que a festa seja do lado de dentro e que haja mais abraços que guloseimas na mesa, que haja mais presenças que presentes, que haja mais encontros que esperas. Feliz NATAL MEUS AMIGOS QUERIDOS E PRECIOSOS!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Desejos e Agradecimentos!


O Post de hoje é apenas para AGRADECER...  a Deus e a cada um de vocês que acompanham meu Blog e me acompanham nesta abençoada vida. Deus tem sido generoso comigo sempre, desde o dia que me concedeu a vida através da minha mãe abençoada, amada e querida. Sua generosidade me faz uma pessoa esperançosa, afetiva, batalhando honesta e amorosamente pelo que acredito e para tornar melhor e mais humano e amoroso esse mundo que anda tão cada dia mais individualista, consumista, hedonista  e desumano. Mas em meus amigos e pessoas como vocês que também considero amigos que seguem meu blog que acompanham meu trabalho anonimamente, que me envio milhares de e-mails que nem sempre dou conta de responder eu só posso dizer de coração: OBRIGADA!


As bênçãos em 2011 foram maravilhosas...


O lançamento do meu primeiro solo (pois tenho um primeiro coletivo) “Educação Sexual e Formação de Professores: Da educação sexual que temos à educação que queremos”, que foi lançado em diversas cidades desse Brasil, com um sucesso além da expectativa, coroando o reconhecimento nacional da minha tese, pois o livro é fruto dela.


A consolidação do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade que criei e coordeno, que é avaliado, aprovado e totalmente financiado pelo MEC e pela Capes, que nesse ano promoveu eventos, palestras que triplicou o número de pessoas presentes e interessadas na busca da compreensão da sexualidade humana, as inúmeras produções científicas produzidas. Inúmeras palestras ministradas na minha cidade e por este Brasil lindo de meu Deus.

Minha primeira reunião com meu supervisor do Pós-Doutorado Prof. Dr. Dermeval Saviani, sobre meu Projeto de Pós-Doutorado que será realizado em 2012.
Para fechar o a vida profissional o presente de natal antecipado após um ano em análise: a aprovação oficial do meu novo livro “Desnudando a Sexualidade” a ser lançado em 2012 pela Editora Papirus.

E na vida pessoal inúmeras realizações e alegrias incontáveis... como o nascimento de meu sobrinho Davi Lucas, que para mim simboliza o renascer da vida, a promessa de Deus, de novos tempos...
Os quinze anos completados de minha filha Caroline, com sua festa dos sonhos, marcando a concretização real da minha existência pela existência dela, pois os filhos são de certa forma nossa maneira de eternização e extensão nesse mundo e nossa maior realização.
Então, só tenho mesmo que AGRADECER, se eu tiver o direito de ainda pedir algo minha prece seria apenas para que essas alegrias se mantenham e que eu possa ter sáude, para continuar, lutando, sonhando, desejando, amando, sorrindo, trabalhando, escrevendo, sentindo...
Agradeço a todos os leitores, ouvintes e seguidores do  nosso Blog Educação e Sexualidade e desejo um natal de muito amor, paz, alegria junto às pessoas que verdadeiramente te amam. Hoje só passei aqui pra dizer que o meu desejo maior era que em todos os dias do ano, as pessoas tivessem esse espírito de amor, esperança e paz que se irradia no natal.
Aproveito também reforçar os objetivos deste espaço de socialização de nossos estudos, sentimentos, sonhos e reflexões sobre sexualidade humana, educação e educação sexual. Buscamos uma educação para o amor, pois assim entendemos que conseguiremos alcançar a tão almejada educação afetivo-sexual emancipatória.
Relembrando que nossa intenção é levar ao leitor a compreensão, de que a sexualidade transcende o ato sexual, mostrando sua totalidade, buscando explicitar como se construiu histórica, cultural e socialmente a sexualidade humana, na procura dos indícios de uma possível emancipação e superação da forma como a sexualidade foi e está condicionada a ser vivida na sociedade, engendrando assim, um campo no qual são manifestas as possibilidades de uma vivência consciente, crítica, libertadora da sexualidade. Considerando a importância da escola intervir na construção social de uma "educação sexual outra", mais humana, não-mercadológica, não-quantitativa, pautada na formação do educando, como sujeito histórico e produtor de sua história.
Nosso desejo é de provocar diálogos sobre os preconceitos, tabus, dogmas, sobre a repressão e ou a banalização da sexualidade vivida pelos sujeitos na sociedade capitalista, globalizada, midiática e consumista, buscando refletir criticamente sobre a opressão e ou a exacerbação da sexualidade, perpassando as visões reducionistas impostas pela sociedade.
Acreditamos que seja necessário ainda construirmos uma ponte de equilíbrio para a vivência de uma sexualidade saudável e qualitativa, pois muitas pessoas ainda vivem nos extremos da sexualidade, ou ainda carregam as marcas da sexualidade repressora construindo a imagem de culpabilização do desejo, medo, vergonha, impedindo a vivência natural e plena da sexualidade. Ou as pessoas, vivem uma sexualidade exacerbada, fruto especialmente da visão difundida pela mídia de sexualidade mercantilista, que constrói uma imagem quantitativa, genitalista, meramente instintiva, de liberalidade e banalização.
Nossas reflexões visam contribuir para a construção de experiências prazerosas, qualitativas, significativas e afetivas, bem como, de resistências ativas contra a visão reducionista e banal da sexualidade, acreditando que estas resistências podem emergir na sociedade e nas próprias escolas e universidades, por considerarmos o ambiente educativo um espaço esclarecedor fundamental por oferecer reflexões éticas, estéticas e críticas capazes de possibilitar a humanização das relações, culminando na (re)invenção e (re)construção da forma como as sujeitos (crianças, adolescentes, jovens desenvolvem sua sexualidade, bem como, os adultos a vivenciam. Com o intuito de qualificar a vivência da sexualidade humana.
Ainda estamos diante de uma realidade distante da educação sexual que queremos e  deveríamos vivenciar e ensinar. Lamentavelmente, a educação sexual em nossa sociedade ainda se dá em seus extremos ou focando os aspectos negativos da sexualidade (DSTs, gravidez não planejada, AIDS, etc.). E dentro de um contexto a Educação Sexual se depara a falta de preparo dos docentes e dos pais que acabam contribuindo para uma educação sexual repressora e silenciada, outra banalizada, precocemente estimulada e exacerbada. Porém, história é possibilidade, e sempre haverá pessoas do bem dispostas a mudar esta história e buscar formas de repensar e superar a visão hegemônica através de uma de Educação Sexual Emancipatória que vise atender as reais necessidades sociais e aos anseios dos nossos jovens, para assim conseguirmos atingir a vivência saudável, plena, emancipatória e prazerosa da sexualidade.
Esperamos ainda que, nossos escritos e estudos, mesmo sendo utopias lúcidas, sejam, capazes de fomentar diálogos, reflexões individuais e debates coletivos acerca das relações e saberes construídos sobre a sexualidade humana.
Mais um vez agradecemos a todos que visitam nosso Blog, aqueles que deixam aqui seus comentários e registros, ou mesmo aqueles que nos visitam anonimamente, são vocês que nos motivam a continuar a socializar nossa luta e nossos sonhos!
Convidamos todos que continuarem participando sempre deste espaço de reflexão e de partilha de experiências e lutas que alimentam sonhos de uma vivência plena e significativa da sexualidade... Comentando, divulgando este espaço, narrando, questionando, sugerindo e assim, nos ajudando a produzir práticas diferenciadas na construção da vivência de uma sexualidade livre de repressões, dogmas, preconceitos, mas acima de tudo responsável afetiva e corporalmente, buscando uma vivência emancipatória e prazerosa da sexualidade de nossos sonhos aqui (compartilhados)!
 Natal é um momento de renascer, agradecer, revigorar os sonhos, alimentar a alma, fazer preces, renovar a fé, pensar o bem, renascer pleno de amor e de vida.
Termino com a letra desta música  que creio que representa bem espírito do Natal e a Diversidade e que fica como uma reflexão...
 (Abre o seu coração - Peninha) 
Vê se tira de uma vez toda mágoa do seu coração
Tá na hora de soltar a criança que existe em você
Pega o barco da alegria sem medo e navega
Deixa o teu amor fluir natural
Porque vale a pena, porque a vida é linda
Porque é natal
Você pode se quiser, dividir pra somar com alguém
Um sorriso, uma palavra de amor não machuca ninguém
Hoje pode ser um tempo melhor do que ontem
Basta cada um fazer seu papel e não tem desculpas
Todo mundo pode ser papai noel
Vem me dar de presente o teu perdão
Um abrigo, um abraço, atenção
Um brinquedo, uma luz, abre o coração
Um amigo de fé traz o céu pro chão
Vem se dar sem pensar em receber
Teu carinho no escuro é um clarão
Tem alguém precisando de você
Um feliz natal, vamos dar as mãos

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Liberdade(s), Amor e Ética Sexual



Neste Post, vamos retomar a temática, já abordada aqui, sobre a importância da “Liberdade” e dos limites éticos aos relacionamentos afetivos-sexuais.

Thomas Hobbes afirmou que a Liberdade não está no querer. Está no fazer. Então, reflita comigo...

“O querer é natural, instintivo, necessidade”… Quem age instintivamente é livre? Não. Exemplificando: Ninguém é livre para não sentir sede. O instinto é necessidade biológica. Por isso, “Liberdade é o conhecimento e a superação da necessidade.”

“Já o Fazer, advém das possibilidades, das escolhas”. Mesmo sentindo sede, posso escolher não beber nada naquela hora. Ainda que esteja sentindo raiva, não vou agredir outra pessoa. Mesmo que eu sentisse vontade, não sairia por aí transado com todo mundo, porque minha responsabilidade ética, corporal, afetiva e individual não me permitiria.

No entanto, esse processo se dá pelo conhecimento. Pela busca da consciência dos meus atos. Somente dessa forma as pessoas podem dizer-se “livres”. A liberdade nasce e se dá dentro de nós.

Voltando à reflexão anterior: a realidade é que, por mais que se fale em liberdades, os homens não são completamente livres. Estou me contradizendo? Não. É que a liberdade possui limites éticos (internos), os quais advêm da reflexão sobre os limites morais socialmente impostos. Muitos desses limites necessitam ser superados.

O que não se pode é perder os limites éticos, porque assim cairíamos na banalidade, no vício, no libertinismo despótico.

Sócrates dizia: "Conhece-te a ti mesmo". Isso nada mais é do que a descoberta, dentro da mente humana, de que a pessoa ainda é escrava de suas paixões e emoções, submetida à ignorância e que precisa ser libertada. Mas essa libertação não depende de ninguém a não ser dela própria.

Mesmo quando podemos escolher, há limites estabelecidos nessa liberdade. Como assim? Eu posso ir à Grécia ou à Nova Iorque? Isso é uma escolha. Mas eis aí o limite, pois temos que escolher.

Por isso, sou apaixonada pela filosofia, pela ética, as quais sempre lançam novas perguntas, novas reflexões. Isso nos faz crescer humanamente. Minhas alunas da disciplina de Ética diziam que ficavam confusas. Eu fazia perguntas e, quando elas acreditavam que haviam encontrado a resposta, essa se transformava em uma nova indagação.

Alguns psicólogos afirmam que se você sente alguma coisa, não deve reprimir esse sentimento. Deve colocá-lo pra fora, expressá-lo. Então, isso seria liberdade?

Lembrem-se: a liberdade tem limites éticos. Um simples exemplo: as barbáries que vivenciamos na sociedade hoje. Violência, drogadição, sexo exacerbado, sem qualquer responsabilidade ética e afetiva...

Se liberdade significasse fazer o que se quer, ou se sente, por necessidade, não teria porque existir leis. O caos estaria estabelecido (o que, aos poucos, está acontecendo).

A liberdade está lá fora ou aqui dentro? Onde você começa a procurar a liberdade? No mundo exterior? Ou a liberdade começa dentro de você, na sua consciência?

Espero que estejam começando a entender meu questionamento.

A ética é a reflexão sobre a moral, imposições e crenças socialmente estabelecidas. Condicionadas. E a partir da ética, que a liberdade pode nascer. Exatamente do caos que houver dentro de si.

Portanto, se quer ser livre, não jogue fora seus medos. Enfrente-os. Dialogue com eles. Argumente. Vença-os. Supere-os.

Entendem?

Se há conflito dentro de mim é por lá que devo começar: dentro de mim.

Na minha mente, no meu coração, é assim que posso ser livre dos medos, ansiedades, mágoas e sentimentos negativos que sofremos por causa de alguma desordem.

Observe tudo por si mesmo!

A luz que buscamos está dentro de nós. Assim como a paz, o amor.

Se buscamos isso no outro; se o outro é nossa energia, a dependência continua. E, portanto, continuamos escravos. Sempre dependendo de alguma outra pessoa.

Para a superação do senso comum, a ética faz-se necessária, pois as influências externas também devem ser questionadas, quando psicologicamente, religiosamente, afetivamente, sexualmente, politicamente eu não consigo enxergar as armadilhas, as ideologias, as amarras invisíveis que me reprimem, me limitam, não apenas externamente, mas, especialmente, internamente.

Então, temos de começar a compreender a profundeza da liberdade. Precisamos começar por aquilo que está mais perto: nós mesmos.

A grandeza da liberdade, a sua beleza, está dentro de nós. Um homem internamente livre. Essa é a verdadeira liberdade e a mais bonita. E esse equilíbrio interno só vem quando somos uma luz para nós mesmos.

A Liberdade é equilibrada pela disciplina. Ou estabelece-se o caos, que resulta na degradação pessoal, familiar e profissional. Portanto, a Liberdade a que me refiro implica respeito, nesses limites éticos.

Respeito a si mesmo e ao outro. Nesse sentido, respeitar o espaço do outro é vital numa relação afetivo-sexual. Todos precisamos de espaço e que nossa identidade seja respeitada.

Temos amigos pessoais, sonhos, projetos, desejos, comuns e individuais. Mas, sem liberdade, a falta de individualidade é como falta de ar. As pessoas começam a se sentir sufocadas, causando frustrações e, às vezes, acarretando o final de um relacionamento.

Assim como o ar é vital para o corpo, o amor é vitalidade da alma.

Há que se ressaltar que estou falando de individualidade, e não de individualismo (que é uma forma egoísta de agir sem pensar e respeitar o outro e os limites éticos), uma vez que é necessário compreender essa diferença entre individualidade e individualismo.

Porque vivemos tempos de um sociedade descompromissada afetivamente e individualista. E como afirma Nunes:

"Nessa abissal lacuna a descompressão sexual, o hedonismo, a virtualização de formas tecnologizadas de erotismo, a pansexualização, da violência, [a explosão pornográfica] produzem uma forma de vivência da sexualidade: mecânica, genital, quantitativa, deserotizada, performática, egoísta, descompromissada afetivamente e incapaz de criar laços recíprocos."

E não conseguem perceber que o consumismo sexual, "é a nova forma de repressão sexual, pois a sexualidade reprimida é aquela na qual não há sujeitos livres e esclarecidos, pois estes são objetos de uma determinação ideológicas ou autoritária. Se a repressão, até bem pouco tempo atrás, era de natureza negativista, hoje ela se traduz em sua expressão impulsionadora da sexualização de todas as dimensões do mundo e da vida. Todavia, tanto numa quanto na outra, quando a pessoa não se torna sujeito das suas condutas e atos, reconhece-se a repressão sexual", e a falta de uma ética sexual e consequentemente da liberdade.

Mas o amor e a felicidade estão dentro de nós? Sim, porque ninguém pode dar ou sentir aquilo que não possui. Por isso, creio na teoria que precisamos de alguém que já venha inteiro. Porque a pessoa que vem inteira sabe respeitar espaços, a pessoa que se sente completa aceita que você não é igual, e, principalmente, a pessoa que aprendeu a totalidade sozinha sabe que dividir algo com você não implica nenhuma perda para ela.

O outro não é minha metade. Ele não vem para me completar. Eu já sou inteira. O outro vem para me COMPLEMENTAR, me fortalecer. É como uma extensão do meu ser, que soma, que agrega.

Acredito que a troca no relacionamento só é completa quando cada um é inteiramente proprietário das suas ações. As lições que você aprende durante sua incompletude. Essas, sim, serão imprescindíveis e farão você dividir completamente tudo que existe dentro de você.

Consideramos que liberdade com consciência e respeito é a chave dentro de qualquer relacionamento prazeroso e duradouro. Amar a si mesmo, ao outro e ao mundo e abri-se, crescer, não fechar-se, limitar-se.

No entanto, o que visualizamos hoje é muitas pessoas que na sua ânsia de experimentar a liberdade genuína, lançam-se em uma louca procura de toda espécie de prazer, banalizando a liberdade e transformando-a em libertinagem.

Porém, a satisfação real não se encontra isoladamente no sexo, mas em nossa realização afetivo-sexual e profissional. Nosso equilíbrio também necessita de pilares.

O que vemos hoje são pessoas que se dizem livres, mas que, mesmo rodeadas de pessoas, continuam solitárias e insatisfeitas. E se tornam escravizadas pelas próprias coisas que acreditavam que iam trazer-lhes a liberdade.

Eis o caso de milhares de pessoas que, na sua revolta contra a sociedade, pensam encontrar na droga, no sexo e no prazer banal a sua libertação, só para descobrirem, no entanto, frustração, porque quando se pensam livres estão ainda mais dependentes e escravizadas.

Lamentável que muitas pessoas, ao iniciarem o relacionamento afetivo, percam sua marca individual, a identidade. Anulem-se em função do outro, percam seu espaço, sua individualidade, pois, sem liberdade, perdemos parte da nossa potencialidade de expressão.

Osho escreveu: “O amor permite a liberdade. ... Se você ama a pessoa, então você não interfere na privacidade dela. Você deixa intocada a privacidade da pessoa. Você não tenta invadir seu ser interior”.


“O segundo erro mais comum sobre o amor é a ideia de que dependência é amor. É um conceito errado com o qual vejo as pessoas se confrontando diariamente. (…) Quando precisa de outra pessoa para a sua sobrevivência, é um parasita dessa pessoa. Não existe nem escolha nem liberdade na vossa relação. É mais uma questão de necessidade do que de amor. O amor é um exercício de escolha livre. Duas pessoas sentem amor uma pela outra apenas quando são capazes de viver uma sem a outra mas escolhem viver uma com a outro” (M. Scott Peck).

Seguindo esta mesma concepção, outro autor afirma:

“O sentimento de posse é uma tendência suicida. Facilmente aniquila o que quer preservar. Resulta bem com objectos inanimados mas é pouco delicado a pedir a rendição absoluta a quem tem uma palavra a dizer sobre o assunto. Daí que os amantes não tenham nada a aprender com a guerra - entre paredes a rendição não se ordena, oferece-se. E todos os tratados são condicionados. Tudo o resto é inocência de quem acredita possuir alguém”(Carson McCullers).

Em todo relacionamento onde haja respeito e responsabilidade, tem-se consciência de que, antes de relacionarem-se entre si, ambos são seres livres, com vontades próprias. Afinal, somos seres humanos, e não objetos para sermos considerados propriedade privada.

No mais, amor implica aceitação. Quando você ama alguém, precisa aceitar e entender a necessidade que cada um tem de ter seu espaço. E só a partir do momento, que ambos se sentirem aceitos, amados, compreendidos, respeitados é que a cumplicidade e a confiança se instalam. O Amor e a Liberdade são umbilicais.

Liberdade e amor devem andar sempre juntos, pois se nutrem mutuamente. Quando alguém dá amor, mas não oferece liberdade, faz com que esse amor, aos poucos, vá perdendo sua capacidade de pulsar.

Sentimentos de apego e insegurança limitam nossa capacidade de amar, tornado-nos escravos de nossos próprios medos.

Quando uma pessoa que não tem espaço suficiente para realizar as coisas de que gosta, de realizar seus sonhos, projetos, desejos, também não oferece isso ao outro.

Amor sem liberdade vai anulando o outro, diminuindo o ar, atrofiando-se, deixando de ser prazeroso, perdendo seu encantamento, a admiração e sua vitalidade.

A anulação resulta ou na perda de amor próprio ou no término do relacionamento. Exemplo: mulheres que abandonaram ou mudaram de profissão em prol de relacionamentos, por medo, rejeição; anulando parte si, gerando frustrações e decepções individuais ou com o relacionamento, bloqueando a possibilidade de crescimento.

Homens também ao iniciarem relacionamentos, muitas vezes, abandonam amigos, o futebol do fim de semana, entre outras relações e atividades que lhe eram saudáveis, para atender ao desejo egoísta da parceira.

Resultado: homens e mulheres anulando parte de si, aniquilando suas identidades, apenas para agradar o outro.

Mário Quintana em forma de poesia consegue nos falar de maneira bonita e simples aquilo que tento passar aqui...
"Meu Deus! Como é engraçado. Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço. Uma fita dando voltas. Enrosca-se, mas não embola. Vira, revira, circula e pronto, está dado o laço. É assim que é o abraço (...) Ah, então é assim o amor, a amizade, tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita. Enrosca, segura um pouquinho, mas não pode se desfazer a qualquer hora, deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade. E quando alguém briga então se diz: romperam-se os laços. Então o amor, a amizade são isso. Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam. Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço." 
Assim, muitos vão construindo um relacionamento baseado na submissão, na dependência, na limitação, no medo, no apego, na carência afetiva, enquanto deveriam ser pautados no Amor, na Liberdade e no cuidado (que é muito diferente de controle).

Como bem diz a música “Mania de Possuir”, de Guilherme Arantes:
“Essa mania de possuir
Mata em nome do amor
Fere o espaço mágico da criação
O sentimento à flor da pele


Essa vontade

De engolir o mundo

Ter tudo nas mãos

Logo pode trazer outra desilusão

Coração que não descansa.



Eu preciso de você do jeito que é

Sem te aprisionar

Eu quero inteira

Quando a gente gosta mesmo

Não quer mudar a pessoa



Quantos vivem de mentiras

Dando a impressão

Que a sua certeza é a verdadeira

Quando a gente enxerga as coisas

Não tapa o sol

Então, me entenda

Esse é o meu jeito.”



Essa canção fala da visão hegemônica de limitação do amor, que vai sendo sufocado por uma relação escravizadora, controladora, em vez de ser uma relação emancipadora e prazerosa.

Uma verdadeira relação de amor implica estímulo e coragem. Para que ambos possam buscar seus sonhos, desejos e tornarem-se pessoas realizadas e felizes, pois ninguém é capaz de fazer outra pessoa plenamente feliz, se, antes, não está feliz em paz consigo mesmo.

Quando conseguimos entender, sentir e viver o amor na sua verdadeira essência, na sua mais bela expressão, na sua plenitude, não controlamos, escravizamos, limitamos, nem anulamos ninguém. Queremos tão bem ao outro que nos tornamos ponte, estímulo e cúmplices. E isso implica em segurança, confiança, coragem e muito amor. A liberdade só é possível através da emancipação individual, da preservação da essência de nossa identidade e do amor próprio.

“Pois, aquele que por outro é guiado, não pode falar de amor; mas de submissão. Como aquele que busca impor a sua vontade, não procede em nome do amor; mas das suas próprias carências. Eis que a plenitude não pode brotar senão de si própria. E como poderemos conhecer a plenitude do amor, se cada um de nós não estiver pleno em si mesmo?”

Sobre a sexualidade, é possível verificarmos historicamente que apresenta avanços e contradições. Mesmo em pleno séc. XXI, ainda vivemos numa sociedade que ainda não conseguiu encontrar o equilíbrio para uma vivência ética, qualitativa, saudável e plena da sexualidade.

Vivemos em uma sociedade sexualmente em crise, ainda pautada em dogmas, tabus e preconceitos e falsos moralismos. De outro lado, estamos em uma sociedade que usou falsamente o hedonismo para tornar o sexo um produto, uma sexualidade de pura libertinagem, sem limites éticos e estéticos e sem respeito e cuidado com o próprio corpo e ao outro, sem responsabilidade afetiva.

Acreditando-se livres, muitos tornaram escravos de seus vícios. Precisamos avançar para conseguir viver plena e saudavelmente nossa sexualidade.

Estamos entre a libertinagem e a liberdade, precisando encontrar o ponto de equilíbrio.




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tamanho do Pênis X "Tamanho" do Prazer?


Numa  socialmente falocrática, onde o pênis historicamente foi idealizado, cultuado, esculturado e propagado como símbolo da virilidade, da força, do ser homem. Como se o prazer dependesse apenas de tão somente de uma genitália, só vem de certa forma mostrar um dos porquês, de uma das maiores preocupações masculinas: o tamanho do pênis! Que como muitas outras temáticas da sexualidade advém da construção sócio histórica cultural.


Desde a infância o “falo”, ou seja, o pênis é motivo de grande ansiedade, constituindo-se numa das maiores neuroses masculinas. Nos banheiros masculinos especialmente quando meninos há uma enorme curiosidade sobre a comparação do tamanhos; Hoje quando meninos, alguns inclusive disputam quem consegue gozar mais e mais longe. Parece absurdo. É para se indignar mesmo.  É como se sua masculinidade, como se ser homem se resumisse, ou fosse medida por estes fatores. Ser homem vai muito além de ter um pênis grande. 
Até hoje, ainda são comuns algumas piadinhas e brincadeirinhas sobre esta questão.  
 Desde pequeno seu pênis ganha um caráter exibicionista, é exposto por muitos pais, em fotos, e até mesmo para as visitas em casa, em seus discursos (falas) dizendo: -" olha esse menino é saco roxo, esse é macho", quando chega vsita em casa tem pai diz: “mostra o pipizinho pro tio”, contribuindo para consolidar uma visão machista e genitalista da sexualidade. E depois quando adultos estes são culpabilizados pela forma genitalista com que fazem sexo. 

Nos dias de hoje, o que mais se vê é propaganda de métodos para aumentar o tamanho do pênis. Eu lhes afirmo homens: o tamanho do pênis não é o que determina a intensidade do prazer que a outra pessoa vai sentir e nem que você sente.

Aliás, uma pesquisa divulgada aponta que no ranking da maior média de tamanhos de pênis, o Brasil estaria em 21º lugar (fonte site Manhunt), apontando os brasileiros com pênis em torno de 18,4 cm, sendo os dinamarqueses com maior dote peniano 19,3 cm.  
 Há alguns mitos sobre as relações do tamanho do pênis com os dedos das mãos, até do tamanho do pé. Confesso que eu mesma, há algum tempo atrás, em algum momento  já olhei e pensei sobre esta comparação, rs. Mas enfim, depois de muito senso comum sobre isto uma pesquisadores urologistas de Seul, através de estudo foi publicado no 'Asian Journal of Andrology' defenderam a tese que o tamanho do órgão pênis ereto pode ser comprovado pelos dedos anelar e indicador: quanto mais parecida for a altura entre estes dois dedos, maior será o pênis do homem.
 Segundo o site ABC da Saúde “um pênis flácido mede de 5 cm a 10 cm de comprimento. O tamanho durante a flacidez não determina o tamanho durante a ereção. A medida é feita desde o ponto em que ele se encontra com o corpo (não com a pele) até a extremidade da glande. Se aplicarmos tração manual, o pênis ganhará de 2 a 5 cm. Masters e Johnson (1966) verificaram que o pênis em ereção mede de 12,5 cm a 17,5 cm. Um recém-nascido apresenta um comprimento médio de 3,75 cm.”

A maioria dos homens preocupam-se tanto com isso, porque acreditam que quanto maior o pênis, maior prazer ele proporcionará à outra pessoa, e especialmente no quesito homem/mulher, muitos, com visão senso comum e machista acreditam que do tamanho depende o fato da mulher atingir ou não o orgasmo, ledo engano, como já afirmei em posts anteriores. Aliás, pênis grande demais pode incomodar e até machucar, por mais elástica que seja a vagina e por maior lubrificação que tenhamos.
As carícias, as preliminares, a estimulação das fantasias, ou seja, da Psiquê, a entrega plena durante o sexo é que faz que realmente o prazer se intensifique. Se você despir apenas seu corpo para o outro, mas não despir-se de todos os pudores, medos, preconceitos, sinceramente o pênis pode ser gigantesco ou micro que não fará a mínima diferença.
E sinceridade, o que importa não é o tamanho, mas a FUNCIONALIDADE, assim como já afirmei em relação ao tamanho do clitóris feminino.  FUNCIONALIDADE, significa a capacidade e a disposição mental e corporal em receber e transmitir estímulos nervosos. Por isso, afirmo que orgasmo não se dá apenas pelo estímulo da genitália. Nosso corpo todo é erógeno e sexual, mas volto a afirmar o nosso maior, mais potente e importante órgão sexual é a mente, a psiquê, esse é nosso maior e melhor órgão sexual, sem o qual não se sente tesão, desejo, excitação, prazer, orgasmo. E no mais independente da sua genitália, lembre-se que o corpo todo é erógeno e você possui boca, língua, mãos e todos eles são fontes geradoras de prazer, aliás de prazeres tão ou mais homéricos que as próprias genitálias.
Volto a afirmar, que nosso maior órgão sexual é e mais potente é a mente (psiqué), para que uma pessoa atinja o orgasmo ela precisa despir não apenas seu corpo, mas sua alma, de culpas, problemas, dogmas, medo, tabus e entregar-se plena, inteira e intensamente àquele momento supremo de amor e prazer. E realmente podemos afirmar que o tamanho seja do pênis ou do clitóris não está ligado necessariamente com a possibilidade de se atingir o orgasmo nem com a quantidade de orgasmos que uma pessoa possa ter, assim como tamanho do pênis não tem nada a ver com o prazer que o homem sente ou é capaz de proporcionar. No mais as formas de sentir ou dar prazer vão muito além das genitálias, muito além da penetração, pois nosso corpo todo é erótico. Leiam o post do tantra para ampliarem essa concepção do prazer para além do genital e também leiam o post sobre o tamanho do clitóris.
Tantra Parte I- link http://educacaoesexualidadeprofclaudiabonfim.blogspot.com.br/2010/04/tantra-sexualidade-e-divindade-parte-i.html

Tamanho Parte II - http://educacaoesexualidadeprofclaudiabonfim.blogspot.com.br/2010/04/tantra-sexualidade-e-divindade-ii-parte_11.html

Se preferir ouça o áudio post



Tamanho do Clitoris X Orgasmo Feminino? - http://educacaoesexualidadeprofclaudiabonfim.blogspot.com.br/2011/01/tamanho-do-clitoris-x-orgasmo-feminino.html

Se preferir ouça o áudio post


sábado, 10 de dezembro de 2011

Referência Estética!

Para pensar na diversidade humana, e nesse mundo desumano e  tão carente de referências estéticas!


"Existe gente de fogo sereno, que nem fica sabendo do vento, e existe gente de fogo louco, que enche o ar de faíscas... Alguns fogos, fogos bobos, não iluminam nem queimam... Mas outros, outros ardem a vida com tanta vontade que não se pode olhá-los sem pestanejar, e quem se aproxima se incendeia." (Eduardo Galeano)



Sangue Latino por Eduardo Galeano/by Elina de Santiago from José Maria Arruda & Elina on Vimeo.

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