terça-feira, 29 de novembro de 2011

Entrevista: "Como ter uma noite inesquecível por R$ 9,90"

Abaixo, na íntegra a entrevista que concedi à  Juliana Rangel e Talita Bristotti.  Você pode também conferir a versão editada da entrevista no Blog 

"Como ter uma noite inesquecível por 9,90"



- Um casal precisa necessariamente de "brinquedinhos sexuais" para se divertir? Existe outra saída?


- Não. A melhor saída é usar a criatividade mental que denomino de criatividade erótica. Sexo se alimenta de erotismo, ou seja, da surpresa, do mistério, do inesperado. Assim como o amor, o tesão precisa ser alimentado. E se os “brinquedos sexuais” ajudarem então use-os, mas entendam que eles são em apenas um complemento, uma variação, e não parte necessária da relação sexual. Um “brinquedo sexual” jamais poderá substituir uma pessoa ou a prática sexual ou provocar a mesma sensação. Eles são apenas um recurso artificial que pode ajudar a apimentar a relação ou levar a resposta sexual diferenciada, ou não, pois se a pessoa não estiver preparada para assimilar ou nos permitir isso, nada acrescenta. Não há de forma alguma como fazermos qualquer comparação. Embora os fetiches por brinquedos sexuais sejam de longa data surgindo especialmente com os gregos e romanos que tinham o que denomonina-se de agalmatofilia (desejo, tesão  por estátuas, inclusive faziam sexo com estátuas ou usavam elas para masturbarem). Os protótipos de “pênis” também são antigos, entre outros “brinquedos sexuais”. Porém, nos dias de hoje, mais do que nunca sexo virou produto, a sociedade capitalista hedonista, pós-moderna comercializa e estimula o seu consumo. O mercado erótico está em alta e as pessoas acreditam que um simples “brinquedo sexual” vai lhe proporcionar mais prazer ou ajudar a melhor sua relação sexual. Mas, a questão do prazer é muito mais ampla e complexa que o simples uso ou não de um artifício destes. Os “brinquedos sexuais” inclusive, deixaram de ser usados apenas como forma variável para “divertir” ou apimentar o sex, lamentavelmente na são muito usados até para “substituir” o parceiro contribuindo para a desumanização da sexualidade e reduzindo esta a um mero momento mecanicista de prazer. Eles não são necessários, porque nenhum “brinquedo sexual” pode substituir o cheiro do outro, o calor, o toque, o beijo, você pode utilizá-los como algo para hora ou outra incrementar o sexo, mas não como se fossem essenciais para o prazer. 


O ato sexual tem se mecanizado tanto que há pessoas que hoje em vez de fazer amor com um parceiro se habituaram a usar vibradores e bonecas infláveis (eu penso que isto é muito triste) e não caracteriza apenas carência sexual, porque como eu disse sexo de toda forma está a venda, é ainda pior isso caracteriza a carência afetiva, as pessoas não tem alguém com se relacionar afetiva e sexualmente eis a diferença. Vivemos numa sociedade pornográfica, e carente de erotismo. E como já afirmou Highwater: "O erotismo não é sexo bruto, mas sexo transfigurado pela imaginação. [...]  A derradeira consequência da rebelião erótica será o desaparecimento do erotismo e daquilo que foi a sua mais sublime e revolucionária invenção: a ideia do amor." 


Portanto, a melhor saída é Fantasiar. Estimular nossa criatividade erótica. Usarmos nosso maior, melhor e mais potente e divertido órgão sexual: a mente, sem ela nenhum “brinquedo sexual” nos diverte, e nenhuma genitália é estimulada, é nossa mente (psique) que nos permite sentir prazer. Uma mente livre de tabus, culpas, medos nos permite viver ainda que mentalmente as mais picantes fantasias e com a cumplicidade do parceiro vivenciar algumas ou menos verbalizar outras, porque algumas como o próprio nome diz, são fantasias e não precisam, e algumas por limites éticos nem devem ser realizadas, são tão importantes enquanto fantasias que se saíssem desse nível talvez perdêssemos parte do nosso prazer. As fantasias eróticas, são uma forma de seduzir, fazem parte do jogo erótico. Precisamos superar os preconceitos e aquela ideia primeira, a que fomos condicionados, moralmente, ou seja, precisamos entender o sexo como fonte de prazer e afeto (eventualmente como reprodução), o ato sexual é gerador de energia, de cumplicidade, de intimidade, de alegria, de prazer, de sentimentos necessários, prazerosos, bonitos e não o contrário, como alguns ainda teimam em acreditar.  Os tabus e preconceitos arraigados me nossa educação sexual não nos permitem viver a plenitude de nossa sexualidade nem nos descobrirmos por inteiro. Se nos permitirmos viver o erotismo com naturalidade e afetivdade, certamente podemos ser mais felizes sexualmente. Não  se culpe  por amar-se sem medos. Se culpe se não conseguir amar. Amar  não é pecado, assim como cultivar o amor com doses de sensualidade, erotismo, sedução e prazer jamais será. Só quem vivencia ou vivenciou a experiência do sexo com afetividade pode entender sobre o que dizemos, pois, já experimentaram o prazer em sua plenitude, sexo por sexo é apenas sentido, agora sexo com afeto, passa a ter sentido, significado. As fantasias eróticas são formas de potencializarmos nossa vivência sexual, contribuindo para que possamos transpor limites individuais e sociais morais, transcender os tabus e preconceitos, estimular-nos e estimular o outro,  a nos prepararmos para receber o outro, assim como, nos produzimos para uma festa, tornando-se mais atraente e se sentindo-se mais seguros, afinal o ato sexual amoroso é a maior celebração que podemos participar, é a festa de celebração do afeto e da vida. 


Fantasiar e externalizar, ou seja, socializar as fantasias com quem nos relacionamos melhora nossa auto estima individual, e do casal, os  tornam cúmplices e  cada vez mais íntimos, melhorando o relacionamento, afinal quantos casais convivem e não se conhecem, são de fato íntimos, nada sabe sobre o outro; lamentável, pois, deixam de viver e saborear momentos que ambos desejarm , que podem ser comuns, mas que, não foram realizados porque nunca foram declarados. Com isso, muitos casais se separam, e não é porque não existia amor, não existia era cumplicidade e compreensão da própria sexualidade, e esta falta de conhecimento são fatores geradores de divórcios e da prostituição,  que  aumenta a cada dia. Quando alguns parceiros não entendem a sexualidade de maneira saudável, natural, e sim de maneira dogmática e moralista, o outro acaba, muitas vezes, indo buscar fora do relacionamento a realização das suas fantasias, se tornando um dos fatores que alimentam a rede de prostituição. Reprimir  as fantasias que  são instintos naturais e que são saudáveis que pode acarretar problemas emocionais e psicológicos. O autoconhecimento é fundamental. Precisamos nos conhecer  enquanto homens ou mulheres, em todos os sentidos. Inclusive, a nossa sexualidade, nosso corpo. Não defendo uma sociedade banal, sou contra uma sexualidade mecaniscista, muito menos uma sexualidade mercantil hedonista, mas penso que temos direito que de vivenciar a sexualidade maneira prazerosa e em sua forma mais sublime, através da troca de carinho, cumplicidade, comunhão do prazer,  do ato  que faz com que duas pessoas se sintam uma só,  mas,  sem medos, culpas  ou  tabus sufocando ,esse momento de celebração da vida. Afinal como tudo na vida, como qualquer relação, o desejo sexual precisa ser cultivado.  Quando o assunto é sexualidade, fantasiar é essencial. Por isso, sempre afirmamos que nosso maior órgão sexual é a mente. Através do pensamento, da imaginação  podemos ter as mais ousadas e excitantes fantasias, interagimos corpo e mente, o que nos permite uma entrega maior e consecutivamente um prazer maior.  As fantasias sexuais são uma das formas mais deliciosas para apimentarmos um relacionamento e mantermos acesa a chama do desejo. Ainda exercita nossa criatividade e nos ajuda a superar os limites culturais repressores da sexualidade. Claro que nem todas as fantasias se realizam, seja pela limitação social (cultural), por inibições individuais, ou escolhas éticas.  Podemos afirmar que todas as pessoas tem fantasias eróticas, elas são inerentes à sexualidade, e independem da idade, são saudáveis e  de certa forma, compensatórias. Porque mentalmente nos levam ao prazer  e são parte da sedução necessária, para que o erotismo estenda o desejo para além do momento do ato sexual.  As fantasias eróticas são afrodisíacos potencializadores da nossa sexualidade. Num relacionamento mais duradouro as fantasias eróticas nos ajudarão a não cair na rotina ou a sair dela. São estimulantes do desejo, trazem novos temperos e dão novos sabores à relação,  além de nos ajudarem a superar nossos tabus, nos libertando das amarras psicológicas e morais a que fomos condicionados; melhorando a vivência da sexualidade, tornando-a mais livre e prazerosa. Ajudam ainda, a melhorar a auto estima, a exercitarmos nossa arte de sedução e desenvolver nossa sensualidade nos tornando mais confiantes e mais abertos ao outro e ao prazer, melhorando assim o relacionamento e permitindo contatos mais íntimos e transparentes com quem nos relacionamos.” 

- O sexo matinal é, de fato, o melhor horário para transar?
Eu sempre digo que “para fazer amor não tem hora, nem lugar”. Mas, exige de nós cuidados.  È uma questão de gosto pessoal. Mas é um fato geral, que muitos homens confessam que ao acordarem sentem-se ainda mais tesão (especialmente solteiros). Não conheço pesquisas científicas sobre isto, mas dos relatos que tive e meus estudos creio que podemos associar isso ao fato dos sonhos eróticos, e talvez associado a própria vontade de ir ao banheiro urinar pela manhã. Urinar também é um “ato sexual”, “sem caráter erótico” mas associado ao prazer. E você tem uma rotina, eu diria: “O prazer nem sempre precisa esperar.” Mas, também não vejo nada de errado naquelas pessoas que acabam involuntariamente “criando” um horário para isso, e de certa forma por aquele momento. Mas quebrar algumas regras também pode ser bom, surpreende. Se vocês estão com vontade, para que pensar em hora? A melhor hora somos nós que fazemos independente de estarmos ou não estimulados para isso, aliás no “sexo tântrico” a melhor hora seria aquela em que estamos relaxados e não estimulados no meu Blog eu tenho um post específico que trata disto vale a pena ler e entender sobre isto.

- Quais são os melhores lugares para se fazer sexo?
É muito pessoal isso. É uma pergunta relativa. O “melhor lugar” em que sentido?
Para alguns o melhor lugar é aquele que lhe deixa confortável, relaxado, “seguro”. Sua casa, um motel, um hotel... Para outros que gostam mais do inusitado “ o carro, praia...”
Eu diria que o melhor é aquele que lhe permite sentir prazer e estimular o prazer do outro em plenitude. Mas é importante sair da  rotina. Uma casa por si só pode ser grande para que se possa variar. Você é quem cria o melhor lugar, estimulando a mente/corpo (a psique), despertando a libido. Ambientes românticos, aconchegantes, velas, uma meia luz, aromas, música sensual...

- E como minha pauta é sobre 9,90... seria possível uma noite especial por este valor? (rs)
Bem, para uma noite ser especial não precisamos de dinheiro algum, basta usar a criatividade mental como  afirmei. Mas se pensarmos nesse valor, use sua criatividade e por exemplo compre frutas (um cacho de uva, morango) ou um lenço. Com essas duas possibilidades você pode criar uma noite especialíssima. Vamos usar nossa criatividade erótica? O que você Juliana conseguiria fazer a partir dessas duas aquisições para erotizar a relação sexual? Primeiro pensando nas frutas... sexo envolve todos os nossos sentidos: tato, olfato, audição, visão, paladar. Com as frutas podemos desenvolver muitos deles não? Comer no sentido de alimento é também um prazer sexual, ou seja, unir o uso da fruta ao ato sexual, nos une dois prazeres essenciais. Eu, Cláudia penso que eu poderia enviar um sms ou email, um bilhetinho no carro ou uma caixinha com um cachinho de uva ou alguns morangos no emprego dele com um bilhetinho dizendo “isso é tudo que vestirei nesta noite”... Ou... “Hoje a noite iremos saborear isso juntos e nus”... Enfim, o mesmo vale para o homem “É tudo que eu quero ver cobrindo seu corpo nesta noite”... “Quero saborear esta fruta em e com você”... Uma foto com o morango na boca, o cachinho de uva, e as frutas pelo corpo, são extremamente eróticos e pode também ser um recurso e tanto (e veja sem usar nenhum “brinquedo sexual”  mecânico comercializado. Isso sim poder ser uma diversão gostosa, mental, isso sim para mim é a criatividade erótica necessária, usar a mente e os recursos naturais que temos acesso, sem nenhum cunho de artificialidade para estimular o tesão, o desejo. E o lenço? Veja segue a mesma linha “quando chegar em casa hoje vende os olhos e me chame”... e ai mentalmente você crie todo um processo de estímulo. Quando ocultamos um dos nossos sentidos os demais se exacerbam, quando um dos sentidos se “perde”, o tato, a audição, o paladar ganha maior sensibilidade, então aproveite isso.  Ainda pode dizer “isso é tudo que vou vestir nesta noite”, ou  “isso é tudo que eu gostaria que você estivesse usando nesta noite”.  Ou “é com isso que vou te seduzir hoje”.... O lenço ainda pode ser utilizado para “algemar”, prender as mãos ou corpo na cama. Ou “imobilizar” para quem gosta destes fetiches. Como um véu para uma dança sensual, para “masturbar” a si ou ao outro, um toque que proporciona uma sensação diferente e por ai vai... Assim se nutre o desejo erótico do outro que passa o dia a fantasiar, a imaginar as mais variadas possibilidades a partir daquilo para aquela noite. Usando coisas que você tem em casa ou simples, é possível com sua criatividade erótica apimentar e muito sua vida sexual e tornar sua relação certamente mais prazerosa e harmoniosa em todos os sentidos.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Para refletir sobre a sexualidade pós-moderna

Esta música pode nos ajudar a fazer uma bela reflexão sobre a sexualidade humana, de todos os tempos, mas faremos um recorte dela para analisar a sexualidade pós-moderna que será o tema de um próximo post... Aguardem! Ouçam e comecem refletir.


 Folhetim (Chico Buarque) 

Se acaso me quiseres 

Sou dessas mulheres 
Que só dizem sim 
Por uma coisa à toa 
Uma noitada boa 
Um cinema, um botequim 
E, se tiveres renda 
Aceito uma prenda 
Qualquer coisa assim 
Como uma pedra falsa 
Um sonho de valsa 
Ou um corte de cetim 
E eu te farei as vontades 
Direi meias verdades 
Sempre à meia luz 
E te farei, vaidoso, supor 
Que é o maior e que me possuis 
Mas na manhã seguinte 
Não conta até vinte 
Te afasta de mim 
Pois já não vales nada 
És página virada 
Descartada do meu folhetim 

sábado, 12 de novembro de 2011

Palestra sobre Educação Afetivo-Sexual no Colégio Dom Bosco

Foi com grande alegria que estivemos no dia 07 de novembro de 2011 ministrando palestra aos alunos do Colégio Dom Bosco de Cornélio Procópio-PR. Abaixo o registro do evento. Grata à direção, coordenação e em especial à professora Silva e aos alunos pelo convite, receptividade, carinho e respeito.
Sempre digo e repito é nesse palco, no chão da sala de aula e das ruas nas intervenções sociais, através de ações afetivas, críticas e efetivas que mostro meu compromisso maior com a humanização da sexualidade e a educação. Pois, como já dizia Paulo Freire: 

“Se nos interessa analisar o compromisso de um profissional com a sociedade,teremos que reconhecer que antes d ser profissional, é homem. A NEUTRALIDADE  frente ao mundo, frente ao histórico, frente aos valores, revela apenas o medo que se tem de revelar comprometimento. Quem se diz neutro está trabalhando na preservação do "status quo". COMPROMISSO só é verdadeiro se engajado c/ a realidade. Ao experienciá-lo, com coragem,decisão e consciência [...]”  (Paulo Freire)

"Precisamos romper com a ideia de que adolescente é sempre aborrescente. 
Por mais complexa que seja a fase, 
podemos transformá-la em um aprendizado prazeroso, alegre, amoroso".
 (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Sexualidade é desenvolvimento e relacionamento humano. Diz respeito à forma como nos relacionamos conosco mesmo, com o outro, com o mundo. Esta relação afetuosa pode ser de amizade, de paixão, de tesão, de carinho, de amor. Está liga a tudo que nos dá prazer. O prazer de sentir, de sorrir, de comer, de amar, de fazer sexo, de estar com alguém, do olhar, do toque, de um afago, de um beijo, de um abraço, de uma boa conversa, de fazer aquilo que gostamos, com quem gostamos." (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Diante de tanta violência, de uma sexualidade vivida de maneira banal, sem qualquer limite ético; de famílias desestruturadas; de crianças, jovens e adultos depressivos, vemos uma sociedade doente e uma das maiores causas é exatamente a falta de afeto. As pessoas anda carentes não de sexo. Sexo se encontra em todo lugar, na internet, nas baladas, e à venda, virou produto ou é vivido de maneira instintiva. Sexo por instinto pode ser bom, mas é prazer finito, momentâneo. As pessoas andam carentes é de afetividade". (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Por mais dura que seja a realidade. Temos que lembrar que história é possibilidade e não fatalidade. E essa possibilidade de humanização da vida e da sexualidade está nas mãos de cada um nós, minha, sua, nossa. Temos que pensar o que eu quero para minha vida? - Bem, eu quero amar e ser feliz e vocês?. Mas quem não ama a si mesmo, não cuida do seu corpo, não se valoriza, não pode amar o outro. Responsabilidade Afetiva é um cuidado necessário conosco mesmo, antes de tudo. Um prazer momentâneo, instintivo, pode acabar com o prazer de uma vida inteira. Então, cabe a cada um pensar sobre isto e escolher conscientemente como quer viver sua sexualidade". (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Os adolescentes de hoje não podem ser culpabilizados pela forma com que vivenciam suas sexualidades, eles, assim como as gerações anteriores são frutos da educação afetivo-sexual que receberam. A grande questão não é achar o culpado, mas fazê-los pensar que a sexualidade é um processo sócio-histórico-cultural, e que essa história foi construída por nós, homens e mulheres, portanto, podemos também reconstruí-la. E que a sexualidade até pode ser vivida separando afeto e sexo, mas que ao separarmos o afeto da sexualidade ela perde seu sentido humano. E quando falo de afeto, não falo de casamento, pode ser uma relação envolta simplesmente de carinho, de admiração, de respeito, ou de tesão, de paixão, mas sempre com alguém especial, para quem você também seja especial e não um mero corpo, uma simples genitália. Os Animais fazem sexo por instinto e necessidade de reprodução, nós humanos, além destes aspectos devemos vivê-la com prazer, mas com responsabilidade, ética. Isso significa sentir e dar sentido à sua vivência. E dizer isso, não é ser moralista, longe disso, porque moral é viver a sexualidade da forma como a sociedade nos impõe, sem questioná-la. E qual a sexualidade tem sido estimulada a vivermos hj? E divulgada pela mídia? Uma sexualidade mercantil, banal, exacerbada, que coisifica o corpo, que transforma o sexo em fasfood, as pessoas em meros corpos, produtos a serem consumidos e descartáveis. E a educação sexual advinda família hoje se polariza, ou é repressiva, ou no outro extremo, permissiva. Muitos pais preferem simplesmente "fechar os olhos", omitir o tema, como se a sexualidade não fosse ser desenvolvida independente de ser esclarecida ou não. Porque ela é inerente ao ser humano. Viver uma sexualidade ética é refletir sobre as diversas formas de vivênciá-la e então, discernir o que será bom para si, o que irá conduzir você à felicidade." (Profª Dra Cláudia Bonfim)



"É um absurdo dizerem que adolescentes são incapazes de estabelecer diálogos. Eu acredito na humanização das pessoas e no protagonismo juvenil. A rebeldia de alguns é, muitas vezes, uma forma implícita de dizer: eu preciso de ajuda para me compreender, para compreender o mundo. E esses referenciais deveriam advir especialmente dos pais. Quem não tem um norte segue qualquer caminho. As experiências vivenciadas na infância, ainda que inconscientemente, são a base sustentam o adulto que seremos. Portanto, pais, que a base da educação de seu filho seja o amor. E amor, também precisa de limites éticos. E não se aprende apenas por palavras, mas especialmente pelos gestos afetivos e efetivos. A forma como os pais se relacionam entre si, consigo mesmos, com seu corpo, com seu filho, irão contribuir de maneira ímpar para formação a identidade humana dele, afetiva e sexual". (Profª Dra Cláudia Bonfim)
 "Adolescente não precisa viver chorando, nem isolado, a gente nasce é para ser feliz. Apaixonar-se é uma delícia, é uma das melhores coisas da vida. Mas se você agir meramente por instinto, o que era para ser mágico, pode se tornar trágico." (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Pensar a sexualidade, é pensar sobre si mesmo, em sua totalidade.
Sexualidade é vida!" (Claúdia Bonfim)

"Não se impõe "verdades". Nem se convence pela radicalidade. Mas, com diálogo, argumentação e amor". (Profª Dra Cláudia Bonfim)



"Todos nós especialmente os adolescentes devemos refletir sobre o que disse Paulo Freire: A consciência crítica,face ao novo, não repele o velho por ser velho, nem aceita o novo por ser novo, mas aceita-os na medida em q são válidos", eu acrescentaria aceita-os na medida em que eles nos acrescentam, nos melhoram, especialmente enquanto seres humanos." (Cláudia Bonfim)

"Quanto mais dirigidos são os homens pela propaganda ideológica ou comercial, tanto mais são objetos e massas." (Paulo Freire). A novela, o filme, é ficção, a realidade é outra. E os finais felizes dependem das nossas ações. A vida como é ação e reação. Portanto, nós somos os autores da nossa história, por isso cabe a cada um pensar criticamente sobre o que a mídia está querendo nos impor em todos os sentidos, inclusive sobre a forma de vivermos nossa sexualidade." (Cláudia Bonfim)
 Antes da palestra eles declaram que sexualidade era sexo... Já depois... mudança de conceito, ou superação do (pré) conceito! Isso poderíamos dizer, é o início da tomada de consciência, da aquisição de senso crítico, como afirma meu professor e supervisor Prof. Dr. Dermeval Saviani,a possibilidade concreta da passagem "do senso comum à consciência filosófica." :) (Profª Dra Cláudia Bonfim)




"O falo(pênis) historicamente foi cultuado, exibido, exposto, mostrado como símbolo da força, da virilidade, do ser homem. Como se o tamanho de pênis por si só definisse a grandeza de um homem ou fosse isso o responsável por sentir ou proporcionar prazer à mulher. A genitália não é poderosa sem a psique. Prazer a gente (in)copora, mas não é genitália que de fato nos propicia isso, é a mente. Sem o estímulo da mente, o corpo não sente, ele se torna impotente." (Profª Dra Cláudia Bonfim)









 "Aprender também pode ser um prazer". (Cláudia Bonfim)





Mais sobre a temática da sexualidade na adolescência veja também:

sábado, 5 de novembro de 2011

CONTRIBUIÇÃO DAS INTERVENÇÕES ACADÊMICAS SOBRE EDUCAÇÃO AFETIVO-SEXUAL PARA A FORMAÇÃO DE UMA VISÃO EMANCIPATÓRIA DA SEXUALIDADE DE FUTUROS DOCENTES

BONFIM, Cláudia R. S.
Doutora em Educação na área de História, Filosofia e Educação – UNICAMP
Pesquisadora do Grupo PAIDÉIA – FE – UNICAMP
Docente da Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco
Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade
Tutora do GEPES – PET-MEC – FDB
Vice- Presidente da Associação Brasileira de Educação Sexual – ABRADES


Resumo: O presente estudo é qualitativo de caráter bibliográfico e com aporte de campo, através de questionários dissertativos aplicados quarenta estudantes de Cursos de Licenciatura em Educação e Pedagogia. O objetivo central foi analisar a contribuição das intervenções acadêmicas sobre educação afetivo-sexual emancipatória para a formação docente. Buscou-se através de palestras e oficinas contribuir para uma vivência qualitativa, saudável e prazerosa da sexualidade pautada na ética, na humanização, livre de dogmas, preconceitos e tabus, fundamentando-se especialmente em Freud (1996), Louro (2007), Nunes e Silva (2000) e Bonfim (2009). Os resultados sugerem que as palestras e oficinas pautadas numa educação afetivo-sexual contribuíram significativamente para a compreensão da importância do desenvolvimento da consciência corporal e de uma visão histórico-crítica da sexualidade, pois os futuros docentes declararam perceber a necessidade da compreensão da sexualidade desde a infância e ressaltaram um enriquecimento em sua formação docente e humana através dos estudos  e  técnicas vivenciados.

Palavras-chave: Educação Afetivo-Sexual; Consciência Corporal; Formação Docente

        
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