sábado, 12 de novembro de 2011

Palestra sobre Educação Afetivo-Sexual no Colégio Dom Bosco

Foi com grande alegria que estivemos no dia 07 de novembro de 2011 ministrando palestra aos alunos do Colégio Dom Bosco de Cornélio Procópio-PR. Abaixo o registro do evento. Grata à direção, coordenação e em especial à professora Silva e aos alunos pelo convite, receptividade, carinho e respeito.
Sempre digo e repito é nesse palco, no chão da sala de aula e das ruas nas intervenções sociais, através de ações afetivas, críticas e efetivas que mostro meu compromisso maior com a humanização da sexualidade e a educação. Pois, como já dizia Paulo Freire: 

“Se nos interessa analisar o compromisso de um profissional com a sociedade,teremos que reconhecer que antes d ser profissional, é homem. A NEUTRALIDADE  frente ao mundo, frente ao histórico, frente aos valores, revela apenas o medo que se tem de revelar comprometimento. Quem se diz neutro está trabalhando na preservação do "status quo". COMPROMISSO só é verdadeiro se engajado c/ a realidade. Ao experienciá-lo, com coragem,decisão e consciência [...]”  (Paulo Freire)

"Precisamos romper com a ideia de que adolescente é sempre aborrescente. 
Por mais complexa que seja a fase, 
podemos transformá-la em um aprendizado prazeroso, alegre, amoroso".
 (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Sexualidade é desenvolvimento e relacionamento humano. Diz respeito à forma como nos relacionamos conosco mesmo, com o outro, com o mundo. Esta relação afetuosa pode ser de amizade, de paixão, de tesão, de carinho, de amor. Está liga a tudo que nos dá prazer. O prazer de sentir, de sorrir, de comer, de amar, de fazer sexo, de estar com alguém, do olhar, do toque, de um afago, de um beijo, de um abraço, de uma boa conversa, de fazer aquilo que gostamos, com quem gostamos." (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Diante de tanta violência, de uma sexualidade vivida de maneira banal, sem qualquer limite ético; de famílias desestruturadas; de crianças, jovens e adultos depressivos, vemos uma sociedade doente e uma das maiores causas é exatamente a falta de afeto. As pessoas anda carentes não de sexo. Sexo se encontra em todo lugar, na internet, nas baladas, e à venda, virou produto ou é vivido de maneira instintiva. Sexo por instinto pode ser bom, mas é prazer finito, momentâneo. As pessoas andam carentes é de afetividade". (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Por mais dura que seja a realidade. Temos que lembrar que história é possibilidade e não fatalidade. E essa possibilidade de humanização da vida e da sexualidade está nas mãos de cada um nós, minha, sua, nossa. Temos que pensar o que eu quero para minha vida? - Bem, eu quero amar e ser feliz e vocês?. Mas quem não ama a si mesmo, não cuida do seu corpo, não se valoriza, não pode amar o outro. Responsabilidade Afetiva é um cuidado necessário conosco mesmo, antes de tudo. Um prazer momentâneo, instintivo, pode acabar com o prazer de uma vida inteira. Então, cabe a cada um pensar sobre isto e escolher conscientemente como quer viver sua sexualidade". (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Os adolescentes de hoje não podem ser culpabilizados pela forma com que vivenciam suas sexualidades, eles, assim como as gerações anteriores são frutos da educação afetivo-sexual que receberam. A grande questão não é achar o culpado, mas fazê-los pensar que a sexualidade é um processo sócio-histórico-cultural, e que essa história foi construída por nós, homens e mulheres, portanto, podemos também reconstruí-la. E que a sexualidade até pode ser vivida separando afeto e sexo, mas que ao separarmos o afeto da sexualidade ela perde seu sentido humano. E quando falo de afeto, não falo de casamento, pode ser uma relação envolta simplesmente de carinho, de admiração, de respeito, ou de tesão, de paixão, mas sempre com alguém especial, para quem você também seja especial e não um mero corpo, uma simples genitália. Os Animais fazem sexo por instinto e necessidade de reprodução, nós humanos, além destes aspectos devemos vivê-la com prazer, mas com responsabilidade, ética. Isso significa sentir e dar sentido à sua vivência. E dizer isso, não é ser moralista, longe disso, porque moral é viver a sexualidade da forma como a sociedade nos impõe, sem questioná-la. E qual a sexualidade tem sido estimulada a vivermos hj? E divulgada pela mídia? Uma sexualidade mercantil, banal, exacerbada, que coisifica o corpo, que transforma o sexo em fasfood, as pessoas em meros corpos, produtos a serem consumidos e descartáveis. E a educação sexual advinda família hoje se polariza, ou é repressiva, ou no outro extremo, permissiva. Muitos pais preferem simplesmente "fechar os olhos", omitir o tema, como se a sexualidade não fosse ser desenvolvida independente de ser esclarecida ou não. Porque ela é inerente ao ser humano. Viver uma sexualidade ética é refletir sobre as diversas formas de vivênciá-la e então, discernir o que será bom para si, o que irá conduzir você à felicidade." (Profª Dra Cláudia Bonfim)



"É um absurdo dizerem que adolescentes são incapazes de estabelecer diálogos. Eu acredito na humanização das pessoas e no protagonismo juvenil. A rebeldia de alguns é, muitas vezes, uma forma implícita de dizer: eu preciso de ajuda para me compreender, para compreender o mundo. E esses referenciais deveriam advir especialmente dos pais. Quem não tem um norte segue qualquer caminho. As experiências vivenciadas na infância, ainda que inconscientemente, são a base sustentam o adulto que seremos. Portanto, pais, que a base da educação de seu filho seja o amor. E amor, também precisa de limites éticos. E não se aprende apenas por palavras, mas especialmente pelos gestos afetivos e efetivos. A forma como os pais se relacionam entre si, consigo mesmos, com seu corpo, com seu filho, irão contribuir de maneira ímpar para formação a identidade humana dele, afetiva e sexual". (Profª Dra Cláudia Bonfim)
 "Adolescente não precisa viver chorando, nem isolado, a gente nasce é para ser feliz. Apaixonar-se é uma delícia, é uma das melhores coisas da vida. Mas se você agir meramente por instinto, o que era para ser mágico, pode se tornar trágico." (Profª Dra Cláudia Bonfim)


"Pensar a sexualidade, é pensar sobre si mesmo, em sua totalidade.
Sexualidade é vida!" (Claúdia Bonfim)

"Não se impõe "verdades". Nem se convence pela radicalidade. Mas, com diálogo, argumentação e amor". (Profª Dra Cláudia Bonfim)



"Todos nós especialmente os adolescentes devemos refletir sobre o que disse Paulo Freire: A consciência crítica,face ao novo, não repele o velho por ser velho, nem aceita o novo por ser novo, mas aceita-os na medida em q são válidos", eu acrescentaria aceita-os na medida em que eles nos acrescentam, nos melhoram, especialmente enquanto seres humanos." (Cláudia Bonfim)

"Quanto mais dirigidos são os homens pela propaganda ideológica ou comercial, tanto mais são objetos e massas." (Paulo Freire). A novela, o filme, é ficção, a realidade é outra. E os finais felizes dependem das nossas ações. A vida como é ação e reação. Portanto, nós somos os autores da nossa história, por isso cabe a cada um pensar criticamente sobre o que a mídia está querendo nos impor em todos os sentidos, inclusive sobre a forma de vivermos nossa sexualidade." (Cláudia Bonfim)
 Antes da palestra eles declaram que sexualidade era sexo... Já depois... mudança de conceito, ou superação do (pré) conceito! Isso poderíamos dizer, é o início da tomada de consciência, da aquisição de senso crítico, como afirma meu professor e supervisor Prof. Dr. Dermeval Saviani,a possibilidade concreta da passagem "do senso comum à consciência filosófica." :) (Profª Dra Cláudia Bonfim)




"O falo(pênis) historicamente foi cultuado, exibido, exposto, mostrado como símbolo da força, da virilidade, do ser homem. Como se o tamanho de pênis por si só definisse a grandeza de um homem ou fosse isso o responsável por sentir ou proporcionar prazer à mulher. A genitália não é poderosa sem a psique. Prazer a gente (in)copora, mas não é genitália que de fato nos propicia isso, é a mente. Sem o estímulo da mente, o corpo não sente, ele se torna impotente." (Profª Dra Cláudia Bonfim)









 "Aprender também pode ser um prazer". (Cláudia Bonfim)





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