terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sexualidade e Masturbação Feminina: um olhar histórico-crítico e de repúdio contra a Mutilação Genital Feminina


Ouça o vídeo acima na íntegra e saiba mais sobre a temática!

Olá queridos leitores, seguidores e ouvintes do nosso Blog Educação e Sexualidade, eu professora Doutora Cláudia Bonfim, resolvi hoje aprofundar um pouco mais a temática da sexualidade feminina, dando continuidade ao tema da masturbação feminina, abordando inclusive uma das origens históricas e nosso repúdio à Mutilação Genital Feminina. 

Antes quero hoje parabenizar e deixar meu abraço e meu cumprimento a todos os alunos que tiveram seus nomes contemplados, após o processo seletivo e a entrevista que eu e o Prof. Livaldo Teixeira da Silva,  como membros da comissão do processo seletivo dos bolsistas, foram ai escolhidas para integrarem o GEPES – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade, sob minha orientação e com bolsa e apoio integral do MEC que em breve dará início aos seus estudos e pesquisas teóricas e de campo, além de atividades de ensino e extensão  na Faculdade Dom Bosco, formando a tríade da indissolubilidade da universidade brasileira. E meu abraço a todos vocês que me surpreendem a cada dia com o elevado número de visitas no blog e com suas manisfestações de carinho, credibilidade e respeito para com meu trabalho, meu muito obrigada sempre. Inclusive registro aqui meu abraço ao Bruno do Blog Brain Express (http://brain-express.blogspot.com) pelo carinho para com nosso Blog.

Segue abaixo trechos da nossa  fala sobre o post de hoje que versará sobre Sexualidade e Masturbação Feminina  – um olhar histórico-crítico e de repúdio contra a Mutilação Genital Feminina que você pode conferir na íntegra pelo áudio acima.

 “Uma das formas mais desumanas de reprimir e controlar a sexualidade feminina surgiu da visão patriarcal, machista e equivocada da sociedade, como inclusive também uma tentativa de impedir que a mulher sentisse prazer e não se masturbasse.  Mesmo que os dias de hoje a  medicina reconheça que a masturbação não produza danos físicos ou emocionais desde que claro, não seja obssessiva,  sabemos que alguns países continuam cruelmente expondo especialmente o sexo feminino às mutilações especialmente clitorianas. 

A prática a mutilação genital feminina (MGF) conhecida como excisão ou circuncisão feminina, se caracteriza como total desrespeito aos Direitos Humanos, sem e deveria ser motivo de protesto e combatida por todas as sociedades. A circuncisão feminina é um ritual considerado comum em alguns países africanos, como a Costa do Marfim. É  uma espécie de ritual onde alguns grupos étnicos realizam a remoção da parte maior ou menor dos lábios vaginais e o clitóris, o que corresponderia à circuncisão do pênis.

[...] Entre as razões alegadas para a  MGF seria a garantia que a mulher fosse fiel ao seu marido, o que se constitui num ritual ainda mais desumano, toda vez que o homem sai para viajar este faz a infibulação e quando regressa ele ‘rasga’ os pontos da circuncisão. A mesma nega a possibilidade do prazer sexual feminino em sua totalidade, tendo assim  uma  vida sexual de completa resignação. Outro motivo que alegam para este ato inadimissível, completamente absurdo, mas culturalmente aceito  e praticado por alguns grupos,  objetiva a manutenção social da submissão feminina ao homem.

 Além dos inúmeros riscos de saúde a que são expostas, a dor dessas mulheres é física, emocional, sexual. São tolhidas do prazer e o pior inconscientemente, são violentada na sua dignidade humana. È lamentável e revoltante saber que parte da humanidade ainda está sujeita às violências que vão  deixar marcas profundas visíveis e invisíveis, no corpo, na mente, na alma.

Os obstáculos que ainda impedem a exclusão dessa prática, assim como contribuem,por exemplo, com todos casos de violência contra a mulher, inclusive no Brasil, se refere ao medo, à ignorância, à dependência financeira, à submissão, aos preconceitos de gênero, enfim são inúmeros entre os quais poderíamos afirmar que seja o silêncio das próprias mulheres; que culturalmente condicionados e passivas, sem consciência e conhecimento, ainda concordam com prática, permitindo inclusive, que suas filhas sejam também mutiladas.

 Segundo dados a luta contra essa prática foi uma bandeira levantada por mulheres intelectuais islâmicas que levantaram o véu contra a MGF. Portanto, mais uma vez, vemos o quão importante é a aquisição do conhecimento e da compreensão crítica da história da sexualidade e da humanidade em todas as suas dimensões; pois esta prática só será proibida a partir da superação das crenças dessas grupos étnicos, o que só se dará pela aquisição de uma mente crítica e conhecedora, da formação ética das mulheres afetadas, o que ainda irá demandar tempo, mas que deve ser uma luta contínua, todas nós mulheres e homens esclarecidos devemos de alguma forma manifestar nosso protesto, indignação e repúdio à práticas como essas.

Felizmente há grupos mais conscientes, e contrários à essa crueldade que tentam lutar para acabar com estes rituais, embora lamentavelmente isso ainda ocorra. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente cerca de três milhões de meninas são vítimas de mutilação genital.
Sigamos lutando... afinal como diz Geraldo Vandré [...] ainda “temos a história na mão...”
Sobre essa temática da mutilação genital feminina também indico o filme e também livro livro “ Flor do Deserto”, baseado na autobiografia da modelo somali Waris Dirie que no ápice de sua carreira, chocou a opinião pública revelando que quando menina  fora circuncidada, iniciando uma luta contra a circuncisão feminina.”

Profª Dra Cláudia Bonfim
  

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

25 DE NOVEMBRO DIA INTERNACIONAL DE COMBATE Á VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


 


Em 25 de Novembro de 1981,  em Bogotaá, Colômbia , ocorreu o Primeiro Encontro Feminista Latino-americano e do Caribe realizado em homenagem às irmãs Mirabal, conhecidas como Las Mariposas, que  foram brutalmente assassinadas pelo ditador Trujillo em 25 de novembro de 1960 na República Dominicana, quando estas retornavam de Puerto Plata, onde seus maridos estavam presos. As irmãs foram detidas na estrada e assassinadas por agentes militares, que simularam um acidente.

Como já apontamos, num artigo comemorativo ao Dia Internacional da mulher, datas como estas,  simbolizam a busca de igualdade social entre homens e mulheres, em que as diferenças biológicas sejam respeitadas, mas que elas não sirvam de pretexto para subordinar e inferiorizar a mulher.

No Brasil só em 1932 é que o Governo de Getúlio Vargas promulgou o Código Eleitoral através de um Decreto, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras; mas apenas o direito ao voto não alteraria a condição feminina se a mulher não modificasse sua própria consciência. Porque a libertação da mulher exige mudanças em âmbitos não apenas políticos, mas econômicos e sociais, a libertação da mulher não pode tão-só representar um problema de gênero mas, sobretudo, é uma questão de classe.  

 Ainda hoje, sofremos preconceitos e exploração, sofremos todo tipo de violêcia: físicas, emocionais, simbólicas. Um exemplo é a exploração e mercantilização do corpo das mulheres crescem na globalização, mas são expressões antigas e atuais da opressão e exploração das mulheres. No Brasil, esta problemática foi vivida, sobretudo, pelas mulheres negras e pobres, desde o período colonial, mantendo-se até os dias de hoje. A imagem do corpo da mulher associada à venda de mercadorias reproduz, no plano simbólico, a idéia de que o corpo das mulheres pode ser mercantilizado.



Em relação a vivência da sexualidade,nossa luta ainda é para que toda mulher tem direito à liberdade sexual, à autonomia reprodutiva e autodeterminação sobre seu corpo. As mulheres, de maneira geral ainda são as mais sacrificadas e, por muito tempo, foram castradas em seu desejo sexual, como se este o desejo fosse um exclusivo direito masculino. As mulheres orientais até hoje sofrem castração do hímen quando ainda mocinhas pelos seus pais, sem ter direito a sentir prazer, apenas proporcionar, ou seja tornam-se propriedade e objeto dos maridos. Ainda hoje, as mulheres são inferiorizadas e vistas como objetos, no entanto as mulheres assim como os homens têm desejos, sentimentos, sonhos, vontades, necessidades e direito de dizer sim ou não, mulheres assim como homens não são propriedade privada nem objeto, nem mercadoria, são seres humanos.

Nossa luta dever ser: pelo fim da mercantilização do corpo das mulheres; pelo fim da exploração sobre a sexualidade das mulheres; pela defesa dos serviços públicos de qualidade: creches, escolas e serviços de assistência à saúde; por serviços especializados no atendimento à mulher. 
No Brasil, só em 1985, é que surge a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher - DEAM, em São Paulo. A violência contra as mulheres aumenta a cada dia e a maioria dos municípios ainda não possuem um atendimento especializado para as mulheres.



 

A Lei denominada Maria da Penha, Lei nº 11.340/06, simbolizou inicialmente, uma  importante conquista para a as mulheres brasileiras. Lei que criou e estabeleceu mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, a sua criação cumpre também a determinação da convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres e da convenção Interamericana para prevenir , punir e erredicar a violência contra a mulher. Mas lamentavelmente os dados no Brasil os dados continuam alarmantes, uma em cada cinco brasileiras declara que já sofreu já algum tipo de violência. A cada 15 segundos uma mulher sofre espancamento por um homem, totalizando cerca de 2 milhões/ano.

O que vem mostrar, lamentavelmente, a não eficácia da  Lei Maria da Penha. Pois,como sempre dizemos não basta que se aprove uma Lei, o que é necessário é a conscientização social, o respeito aos direitos, à igualdade, e no mais é preciso um apoio de atendimento psicológico e jurídico às mulheres que denunciam suas agressões, assim  como construção de abrigos que possam por um tempo servir de proteção às vítimas de violência.
 Uma violência brutal que tem atingido mulheres de maneira geral, porém as mulheres das classes mais desfavorecidas, são as que mais sofrem agressões, especialmente as mulheres negras. O Dossiê Mulher 2010, do Rio de Janeiro, revelou uma  pesquisa que aponta  que as mulheres negras, são as maiores vítimas de violência no Brasil,  (55,2%) são vítimas de homicídio doloso (com intenção de matar,  (51%), sofrem tentativa de homicídio, e (52,1%) são vítimas de lesão corporal (52,1%), além do estupro e atentado violento ao pudor (54%). As mulheres brancas são as maiores vítimas apenas nos crimes de ameaça (50,2%). E o pior somente 2% dos agressores são penalizados por seus atos.
            Importante dizer, que nós mulheres precisamos participar mais e ativamente da vida política do nosso país. A política é uma das atividades mais importante para transformar a vida das mulheres, e da sociedade nós mulheres precisamos ainda aumentar nossa participação política para que possamos influir sobre os rumos da nossa comunidade, do nosso país, da nossa história.
 Ainda que os homens tenham maior força bruta, as mulheres têm mais energia, mais sensibilidade, têm uma visão mais geral das coisas e do mundo, têm intuição, percepção, tato, e mais disposição e enfrentamento da vida, da dor, do trabalho elas precisam apenas ter consciência de que se elas quiserem podem mudar sua realidade e o mundo.
 Como eu disse datas como estas não são exatamente de comemoração e sim, de reflexão!
 Pretende-se chamar a atenção para o papel e a dignidade da mulher e levar-nos a uma tomada de consciência do valor da pessoa, perceber o seu papel na sociedade, contestar e rever preconceitos e limitações que vêm sendo impostos à mulher.
 A mensagem final que eu deixo para minhas companheiras mulheres nesse dia é de resistência, de luta, de força e coragem, características que já estão em cada mulher e que em muitas delas precisam apenas ser afloradas.
 Espero que todas as mulheres tenham direito ao amor e ao prazer, sejam respeitadas em sua dignidade de mulher, e para isto eu digo: estudem, tenham sua autonomia, física, emocional e financeira. Só assim nos tornando independentes financeira e intelectualmente seremos capazes de dizer que somos realmente livres, respeitadas e com direitos iguais.
Ter renda própria é condição imprescindível para liberdade e autodeterminação das mulheres na vida adulta e na velhice. Estudar, adquirir autonomia de pensamento é sem dúvida também uma condição ímpar para essa libertação.
Enfim, desejo que todas as mulheres assim como todos os seres vivos tenham mais dignidade e respeito.
            Lutemos juntas pela igualdade de direitos, para que as diferenças culturais de gênero sejam superadas e tenhamos direito de ser mulher em nossa totalidade!

Meu abraço, minha admiração e respeito à todas as mulheres sensíveis e guerreiras, à todas as Marias trabalhadoras, mulheres resilientes deste Brasil, em especial à minha Mãe Cleuza, às minhas filhas Caroline e Beatriz e à todas as minhas amigas pessoais, alunas e companheiras de trabalho que são exemplos de luta e merecem ser respeitadas em sua totalidade, assim como todas as mulheres.
Profa. Dra. Cláudia Bonfim

 

MASTURBAÇÃO FEMININA: um olhar histórico e educativo


“Todos temos direito à ter uma vida sexual saudável e prazerosa. A masturbação feminina, assim como a masculina é saudável, desde que não se torne obsessiva.  
Conhecer o próprio corpo é primordial para melhorar a qualidade da vida sexual com seu parceiro, assim como conhecer as zonas erógenas do corpo do outro, pois dessa maneira  você saberá como sentir e proporcionar maior prazer.  importante ressaltarmos que, mesmo a masturbação sendo uma fonte de prazer, não pode, nem deve ser a única. E você não precisa fazer isso sozinha (o), ela pode ser uma das formas de excitar seu/sua parceiro (a). Porém, lembrem-se que sexo não se limita às genitálias, ou seja, a sexualidade engloba a genitalidade, mas não se reduz à ela. A sexualidade está em todo corpo. (Profa. Dra. Cláudia Bonfim) 
Para Monteoliva (1990, p.33), “a genitalidade é a forma cuja função concreta é a produção de prazer e a procriação, é o sexo físico como uma expressão instintiva do desejo humano e acaba, ao ser atingido o orgasmo.”
Por isso, como já apontamos, sexo é momentâneo, já sexo com afetividade e erotismo é que vai estender esse momento de prazer para uma sensação de bem-estar e leveza para a vida.” [...]   (Profa. Dra. Cláudia Bonfim, 2010)
Ouça o post e saiba mais sobre a MASTURBAÇÃO FEMININA...
No próximo post vamos abordar sobre a Sexualidade Feminina e posteriormente sobre Masturbação Masculina, Polução Noturna e sobre os mitos e tabus que envolvem a masturbação. Abraços e te espero aqui no nosso blog sempre.

sábado, 20 de novembro de 2010

SEXUALIDADE E MASTURBAÇÃO



Etimologicamente, Masturbação já surge como um ato feio, sujo. A palavra foi citada pela primeira vez pelo poeta Marcial no século I d.C., já com origem semântica depreciativa derivando-se de “manu” e “stuprarere”, ou seja, “sujar com as mãos”.
A masturbação é uma prática sexual que costuma efetuar-se com as mãos, como também esfregar os genitais contra algum objeto. Nos dias de hoje é comum o uso dos chamados "brinquedos sexuais" ou eróticos, para excitar-se. 
A masturbação é algo saudável  e deve ser encarada com tranquilidade pelos pais, que devem conversar individualmente com seus filhos explicando que a masturbação é um momento extremamente íntimo, que, portanto, diz respeito tão somente ao adolescente, o que significa que há espaços adequados e restritos para que ela ocorra.  Não devemos reprimir, apenas orientar, pois este é um dos fatores culturais que fazem tanto os adolescentes, quanto algumas pessoas adultas ainda sentirem culpa pela masturbação.
Como apontamos com Freud, desde a primeira infância, podemos observar ereções penianas do bebê especialmente quando a mãe vai trocá-lo. Em torno dos três ou quatro anos de idade a criança começa curiosamente a manipular suas genitálias. A brincadeira de cavalinho, entre outras é uma forma da criança inconscientemente buscar o prazer e "masturbar-se". Porém, devemos esclarecer que nesta idade o mais correto é dizer que a criança manipula-se, pois a masturbação é um ato consciente com o objetivo de obter prazer, já a manipulação é um ato natural, de conhecimento de si, de curiosidade e de um prazer sem caráter erótico. Já na puberdade e na adolescência é comum a manipulação direta das genitálias, assim como roçar o pênis ou o clitóris, já com vistas ao prazer, podendo denominar-se masturbação.
Freud foi quem primeiro afirmou ser a masturbação  algo comum na infância e na adolescência, como parte do desenvolvimento sexual, porém temos que discordar pela primeira vez do mesmo teórico que dentro da psicanálise, então apontava ser uma causa de neurose na fase adulta. 
Penso que para entendermos as neuroses, assim como a sexualidade na sua totalidade temos que integrar diversas áreas de estudos desde a Biologia, a psicologia, a antropologia, entre outras. 
Como já apontamos, a criança se "masturba" ou  se manipula, num primeiro momento na busca de um prazer de maneira inconsciente e melhor dizendo acidental, o esbarrar a genitália em algum objeto, nas brincandeiras como já apontamos, ou no esbarrar-se no corpo do outro, assim como segurar o “pipi”, entre outros. Na adolescência, quanto mais eles se isolam do mundo e do contato interpessoal com o outro, a masturbação se intensifica. Não há do ponto de vista científico um número exato que determine o limite entre masturbação normal ou excessiva, obsessiva. Porém, esta deve fluir de maneira natural, transitória e sem culpas.
Havelock Ellis, foi outro teórico que não apenas afirmou ser a masturbação  era comum nos homens, como também se tratava de uma prática habitual nas mulheres de todas as idades.

Historicamente o ato ou a fantasia da Masturbação sempre esteve  ligada à inúmeros tabus e considerada pecaminosa. Interessante apontar que a  masturbação já foi considerada pecamisa pela igreja que considerava um desperdício de sêmen (espermatozóides), pelo fato da religião entender o ato sexual com função reprodutiva, ou seja, gerar filhos.
A masturbação é uma forma de exercitar a fantasia erótica, isso para ambos os sexos, pois, é nosso momento mais íntimo, conosco mesmo, em que podemos e devemos liberar nossas fantasias. Durante a masturbação, grande parte das mulheres costumam fantasiar o seu próprio companheiro como objeto sexual e para nossa alegria ou espanto, os homens também nos envolvem em suas fantasias nesse momento, ainda que, de maneira diferenciada. Porém, sabemos que grande parte (especialmente das mulheres) sentem dificuldade ou não se permitem reconhecer seu próprio corpo, tocar-seç não conhecem a si mesmas, não se aceitam e nem se permitem sentir o prazer em sua plenitude, fruto da sexualidade histórica-cultural e socialmente construída.
Consideramos que  o autoconhecimento não é crime, nem pecado. Precisamos nos conhecer enquanto homens ou mulheres, em todos os sentidos. Inclusive, a nossa sexualidade. Se permitam ter essa experiência, não permitam regras falsamente moralistas que lhes violentem o direito de serem felizes.  Não estou defendendo uma sociedade banal, muito menos uma sexualidade falsamente hedonista, muito pelo contrário, lutamos por um educação afetivo-sexual, por uma humanização da sexualidade, por um vivência ética, saudável e qualitativa, pelo direito que temos de vivenciar o amor em sua forma mais sublime, através da troca de carinho, cumplicidade, comunhão do prazer, do ato que faz com que duas pessoas se sintam uma só, mas,  sem medos, culpas  ou  tabus sufocando, esse momento de celebração da vida.
Muitas pessoas se masturbam apenas para descarregar as tensões do cotidiano, porém embora realmente ela alivie nossas tensões, não deve ser encarada apenas deste ponto de vista, e sim com um momento de auto-erotismo, de auto-conhecimento, de exercício da criatividade erótica, de fonte de prazer.
A masturbacão, tanto a masculina como feminina, é a estimulação dos órgãos genitais com o objetivo de obter prazer sexual, podendo chegar ou não ao orgasmo, e geralmente diz respeito ao ato de tocar-se ou para a estimulação realizada sobre os genitais de outra pessoa.
Bem este post foi apenas para aguçar sua curiosidade  sobre este tema, que é um dos assuntos mais polêmicos e ocultos da sexualidade, no próximo post vamos falar especificamente da masturbação feminina e, posteriormente, masturbação masculina e  sobre os tabus e mitos que envolvem a masturbação desde os tempos mais remotos.
Abraços e até lá!


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sexualidade na Adolescência - III Parte da Entrevista



Queridos leitores, ouvintes e seguidores do nosso Educação e Sexualidade eu Professora Dra Cláudia Bonfim hoje, vou  apresentar para vocês a última parte da entrevista ao Jornalista Carlos Bonfim da rádio FM 104 de Cornélio Procópio, que teve como tema a Sexualidade na Adolescência. Antes de irmos à entrevista quero mandar meus abraços como sempre.

 Os abraços de hoje vão para minha ex-aluna da pós-graduação Silvia Carla Pio, para minha aluna do 1º. Período do Curso de Administração da Faculdade Dom Bosco, a Viviane da Pura Mania de Cornélio Procópio e um beijo carinhoso ao meu amigo psicólogo e psicoterapeuta sexual Ale Ezabella, do site: O Sexo Nu. E claro, hoje vai um abraço especial e super carinhoso a todos vocês que acessam, lêem, ouvem, comentam, seguem o blog pelo recorde que batemos no blog hoje, ou seja, MAIS DE 4 MIL VISITAS NO BLOG EM APENAS UM MÊS, ultrapassando a totalidade de mais de 14 mil visitas no blog desde o final de abril de 2010. Eu só posso dizer obrigada de coração e saibam que isto nos motiva a continuar socializando nossos estudos e reflexões, sempre pautados na linguagem científica de maneira educativa e claro sempre com muito carinho para vocês.
Em breve continuaremos nossos posts abordando outros temas ainda inseridos na adolescência como masturbação, gravidez não planejada, a primeira relação sexual, a primeira ejaculação e a primeira menstruação, entre outros. Aguardem!
Abraços,
Profa. Dra Cláudia Bonfim

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA - II parte da entrevista

Breve socializeremos a última parte da entrevista, aguardem!


Olá queridos leitores, ouvintes e seguidores do nosso Educação e Sexualidade, eu professora doutora Cláudia Bonfim, venho hoje socializar a II Parte da Entrevista que concedemos ao Jornalista Carlos Bonfim, do Programa Alô Bom Dia, da Rádio FM 104 de Cornélio Procópio, cujo tema versou sobre a SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA. Antes de irmos ao post quero mandar os meus abraços de hoje que vaão para minha aluna Ana Karina Moraes do curso de administração da Faculdade Dom Bosco que nos declarou que adora o  blog. E um abraço também, à Neilza Franco da UNIP de SP e Mestranda da USP que me enviou um email carinhoso e que muito me alegrou. E claro, sempre meu abraço e meu carinho a todos vocês que passam por aqui, seja no seja anonimato ou vocês que seguem, comentam ou me escrevem no email.
E vamos então, à reprodução da segunda parte da nossa entrevista dando sequência ao tema da sexualidade na adolescência.
 O Programa Alô Bom Dia, vai ar de segunda a sábado das 9 às 13 h, produção e apresentação do Jornalista Carlos Bonfim que inclusive tem um site atualizado diariamente com notícias locais, regionais, nacionais e internacionais, além de uma série de outras dicas e informações. www.cbnoticias.com.br

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sexualidade na Adolescência

 
 Olá queridos leitores, ouvintes e seguidores do nosso Educação e Sexualidade hoje nós vamos reproduzir a primeira parte da entrevista que concedemos ao Jornalista e locutor Carlos Bonfim apresentador do Programa Alô Bom dia da Rádio FM 104 de Cornélio Procópio, que inclusive dá continuidade ao nosso último post do blog que falou sobre a fase genital e a puberdade. Ouçam então a primeira parte da entrevista cujo tema versou sobre a adolescência. O Programa Alô Bom Dia, vai ar de segunda a sábado das 9 às 13 h, produção e apresentação do Jornalista Carlos Bonfim que inclusive tem um site atualizado diariamente com notícias locais, regionais, nacionais e internacionais, além de uma série de outras dicas e informações no site http://www.cbnoticias.com.br/
Acompanhe também a  segunda  parte de nossa entrevista dando continuidade ao tema da sexualidade na adolescência. Clicando na imagem abaixo:

sábado, 6 de novembro de 2010

Palestra UNICAMP Educação Afetivo-Sexual



Olá queridos leitores, seguidores e ouvintes do nosso Blog Educação e Sexualidade, eu, professora doutora Cláudia Bonfim, estou de volta ao nosso post, para com muito prazer relatar sobre a palestra de Educação Afetivo-Sexual Emancipatória e a Oficina de Vivências Corporais que ministramos para o Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, na UNICAMP, onde atuamos como pesquisadora,  no Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia e Educação - Paidéia. O abraço de hoje vai especialmente aos alunos do 2º. Período do Curso de Pedagogia da Unicamp e também para alguns amigos muito queridos de Campinas, Renata e Eduardo Ruas e também para a Tânia que é professora de História em Campinas e que também acessa nosso Blog. Um abraço carinhoso para todos vocês.
E vamos então ao post de hoje, que esclarece um pouco sobre o que abordamos em nossa palestra na Unicamp que ocorreu no dia 04 de novembro de 2010, das 14 às 18h.
Lutamos por uma formação docente para a educação sexual nas escolas, para que possamos elevar a qualidade das intervenções sobre a temática da sexualidade. O que visualizamos hoje são crianças, jovens e adultos com informações pautadas na visão senso-comum, condicionados pela mídia, pela sociedade capitalista que os induzem a uma sexualidade: reducionista, instintiva, genitalista, mercantilista, hedonista, consumista e quantitativa.
Acreditamos que o caminho para mudarmos este cenário só pode se dar pelo viés de um processo de emancipação e humanização da sexualidade. Ou seja, pela superação das visões e comportamentos a que fomos condicionados e somos ainda condicionados pela cultura, pela sociedade, buscando então a da superação de: preconceitos, tabus e valores culturalmente impostos (seja em relação ao gênero ou em relação ao reducionismo corporal da sexualidade).
E para isso fazem-se necessários criar espaços de diálogos e debates como esta palestra que ministramos sobre a temática da sexualidade e educação na academia e na sociedade para que esse processo se efetive. E especialmente por esse motivo aceitei com muito prazer, honra e alegria o convite da Coordenadora do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação Professora Luciane,  para socializarmos nossos estudos, aprendizados e reflexões e parabenizo-a pela iniciativa. Quero agradecer de coração o convite, o espaço e a credibilidade, espero que nossa humildade fala possa ter alguma forma contribuído para ampliar os horizontes e conhecimentos dos alunos do Curso de Pedagogia que lá estavam presentes. Agradeço também aos alunos pela participação efetiva, pela atenção, pelo carinho, por permanecerem até o final do horário, pelos aplausos, mas  especialmente pelo abraços afetuosos que recebi deles ao final da palestra e da oficina. Espero e acredito que tivemos uma tarde prazerosa de diálogos e aprendizados.
A primeira parte da palestra entitulou-se Educação Afetivo-Sexual Emancipatória: contradições, limites e possibilidades, versou sobre minha tese de Doutorado e sobre estudos posteriores à tese, onde abordamos conceitos e esclarecimentos sobre sexualidade, afetividade, sexo, amor, gênero, identidade de gênero,  homofobia, as fases de desenvolvimento da criança, corpo e consciência corporal, educação sexual na escola, como e quando falar de sexualidade com crianças e adolescentes, a escola e a negação do corpo, a dualidade de corpo e mente na sala de aula e na sociedade, sexualidade na escola: o aluno e  suas manifestações.
Na segunda parte realizamos uma oficina prática de vivência corporal, cujo objetivo foi despertar nos futuros docentes a percepção corporal e importância da consciência corporal e do entendimento do ser humano em sua totalidade, compreendendo que corpo e mente são uma totalidade. Como já apontamos no blog anteriormente, a escola quase sempre separa o corpo da mente, separa, mutila. Apenas a cabeça tem que ficar na sala de aula, o corpo só na aula de educação física. Sempre dual, separado. Não conseguindo entender a totalidade do ser. Somos inteireza e não partes estanques, somos razão e subjetividade, somos seres biológicos e histórico-culturais.
E como já afirmamos também em outros momentos consideramos que tão importante quanto o aprendizado da leitura e da escrita do mundo, é saber ler a si mesmo e escrever sua história, conhecer o seu corpo, suas possibilidade e potencialidades, pois assim como adquirimos conhecimentos para transformar o mundo num lugar melhor, devemos conhecer nossa sexualidade para tornamos melhor o nosso mundo interno, o nosso corpo e nossa mente, que são o berço das significações da vida. Por isso, nossa defesa de que a Educação Sexual escolar supere sua abordagem sobre sexualidade pautada meramente nas noções biológicas, ou seja, no aprendizado da anatomia do corpo humano, seus órgãos e métodos preventivos e DST´s. A visão médica-biologista-higienista-genitalista é importante, mas insuficiente para o entendimento da sexualidade e a conscientização.
Através do corpo que recebemos as informações sobre o que acontece fora e dentro de nós.         Corpo não é instrumento, objeto ou suporte. Você não possui um corpo, você é um corpo!
O nosso corpo é o meio de externalizarmos por meio de ações, os pensamentos, emoções e sentimentos.    É o meio de se entrar em contato com o ambiente e as pessoas que nos rodeiam.
Consideramos que as pessoas se humanizam através da convivência, ou seja, das relações que estabelece com o outro e com o mundo. Sendo a escola espaço de socialização, aprendizagem e interação, deve favorecer o enriquecimento destas relações, ampliando espaços de interação, diálogo e experiências que ofereçam às crianças e adolescentes possibilidades de de descobrir, se expressar, ser, sentir, compreender e vivenciar seu corpo e o corpo do outro, esta unidade humana. Esse aprendizado deve ser acompanhado de autonomia, criatividade, liberdade e prazer. Pois, precisamos entender que a educação não se refere apenas ao desenvolvimento cognitivo mental, mas deve considerar e favorecer e ao desenvolvimento do indivíduo como um todo (Paidéia), ou seja, deve considerar a pessoa na sua totalidade, corpo e mente.
Assim como Freire (1981, p.1) evidenciamos nossa insatisfação com relação ao sistema escolar, educação institucionalizada, traduzindo-a em duas críticas em relação às manifestações corporais da criança:
1) a escola submete a criança à uma imobilidade excessiva, que desrespeita sua "marca característica", qual seja, a intensidade da atividade motora;
2) a escola não deve apenas mobilizar a mente, mas também o corpo, pois "corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um único organismo. Ambos devem ter assento na escola“.
É esta nossa luta de Educação Sexual Emancipatória na perspectiva de Freire de uma Educação de Corpo Inteiro, buscando a superação do dualismo corpo e mente presente na escola.  Um corpo entendido em sua totalidade, ou seja, o ser humano é o seu corpo, que sente, pensa e age.
Quem dera a humanidade pudesse compreender a beleza e a potencialidade que a sexualidade nos traz e o quanto mais humanos podemos ser, o quanto podemos viver plena, intensa e profundamente este aspecto tão essencial da vida.
Convidamos todos a participarem desta luta por educação sexual emancipatória nos ajudando assim a produzir práticas diferenciadas na construção da vivência de uma sexualidade livre de pudores, repressões, dogmas, preconceitos e tabus, mas acima de tudo ética e responsável afetiva e corporalmente, buscando uma vivência prazerosa e plena da sexualidade.
Abaixo alguns flashes da palestra e da oficina. Por hoje é só, um grande abraço e até o próximo post!















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