segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Violência Simbólica e Desvalorização Feminina na Sociedade Capitalista Pós-Moderna







Olá amigos, leitores, ouvintes e seguidores do nosso blog Educação e Sexualidade, eu professora doutora Cláudia Bonfim inicio o post de hoje mandando um abraço à Suely Oliveira que carinhosamente tem divulgado e acompanhado nosso trabalho, e um abraço também à Elizângela Freitas da Editora Papirus como prometido pelo respeito e credibilidade para com nosso trabalho.
O post de hoje versará sobre Violência Simbólica e Desvalorização Feminina na Sociedade Capitalista Pós-Moderna.
Acompanhe as reflexões na íntegra pelo vídeo acima...


Na sociedade capitalista mercantil e pós-moderna, embora já tenhamos passado por um processo inicial de emancipação da mulher, ainda há muito que avançar.
As mulheres ainda sofrem preconceitos e são desvalorizadas, sofrendo diversos tipos de violências, desde a simbólica, até físicas, morais, psicológicas, pois somos fruto da sociedade patriarcal machista onde a mulher é especialmente objeto de consumo e usada para estimular o comércio e ser ela mesma comercializada, como ser fosse uma coisa, um mero produto e não sujeito histórico, sua imagem está exposta desde a venda de uma cerveja até a comercialização de produtos eróticos.


É lamentável a imagem da mulher ser reduzida às suas genitálias. E seu corpo, especialmente às nádegas e seios ter sido transformado pelo sociedade e divulgado pelo mídia como o  símbolo da mulher brasileira. A superexposição do corpo feminino, diariamente pela mídia, reforça a violência e a desvalorização sofrida pelas mulheres historicamente, e esta violência simbólica passa muitas vezes, do imaginário para um violência concreta, física, social, psicológica  e contribui para consolidar o discurso social machista enraizado numa sociedade de origem patriarcal.
 A mídia, especialmente a televisão especialmente explora esse caráter sexual contribuindo grandemente para a banalização e reducionismo da sexualidade, estimulando a vivência de uma sexualidade exacerbada, genitalista, meramente instintiva e quantitativa. Onde a mulher, especialmente, torna-se o objeto de desejo a ser consumido. Na era da globalização o Brasil vive uma era desvalorização feminina através de uma imagem depreciativa e coisificada. Mas, lamentavelmente esta  depreciação é ideologicamente camuflada e inconscientemente sofrida e permitida por muitas mulheres e homens, que não possuidores de uma consciência crítica e ética, não conseguem ler as entrelinhas das mensagens e linguagens proferidas pelo discurso midiático.

Se historicamente nós mulheres conquistamos direitos sociais e sexuais, e espaço no mercado de trabalho, avançando no aspecto profissional e intelectual. Por outro lado, há ainda muitas mulheres que sofrem diariamente todo tipo de humilhação, violência e dessvalorização sexual e social. E não conseguimos deixar de pensar nesta problemática como uma questão social que expressa os antagonismos de classe e trazem em relevo, as condições sociais desiguais, duais, das condições de vida a que são submetidas a maioria da população. 

Parafraseando Sartre: Temos que saber o que fizeram de nós e o que fazer com o que fizeram de nós. Portanto, precisamos nos questionar sobre quem somos, o que nos fez ser o que somos e como somo e o que ainda podemos ser! A história é construída e não estática, portanto a possibilidade de superação está em nossas mãos. História é movimento, contradição, possibilidade e não fatalidade. Superamos alguns tabus e precoceitos e conquistamos alguns direitos, mas ainda há muito o que lutar e modificar!
Bem por hoje é só, mas num próximo post vamos continuar esta reflexão sobre a sexualidade feminina retomando  a temática da naturalização e banalização da nudez feminina e outras temáticas necessárias a formação da consciência crítica no tocante à vivência da sexualidade feminina.
 Abraços e até lá!
 Profa. Dra Cláudia Bonfim
 Fonte das Imagens: Internet

2 comentários:

  1. adorei muito estou apredendo muito com vc bjs

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  2. Querida Dra. Cláudia,

    Gosto muito da sua abordagem sobre o mercantilismo da imagem feminina contemporânea, exercida pelos mídia brasileiros - bem como latinoamericanos em geral, paricularmente os do México e Colômbia.

    Desejaria contrapor a imagem feminina nos midia franceses - particularmente nos canais abertos de televisão - em que feminilidade da francesa é valorizada sem os extremos a que chegamos no Brasil.

    Com essa introdução, meu pressuposto teórico é que a imagem feminina propalada nos mídia brasileiros, tão bem criticada pela ilustre doutora, tem embasamentos sociológicos e psicossociais muito mais profundos que o que aflora à superfície televisiva e o das revistas masculinas.

    Assim, eu presto mais atenção ao papel econômico subordinado que as mulheres exercem na sociedade nacional, à instrução formal incipiente, à divisão social do trabalho pouco sofisticada. Em contrapartida, a mulher entrevê como avenida à sua ascenção social sua beleza física e outros adereços pertinentes - como o vestir-se bem, o uso dos cosmésticos, a expressão de sensualidade e da sexualidade.

    Em consequência, os meios de comunicação exploram e transmitem esses nossos valores sociais dos quais, eu enfatizo, as mulheres são partícipes ativas, não tão-somente vítimas de exploração do vil metal.

    Com essa ligeira e superficial observação,
    permita-me expressar minha alta admiração pelo seu engajamento e sua coragem pessoal no trato de temas tão delicados.

    Seu admirador,

    Henrique Levy, Ph.D.

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