quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dia Mundial de Luta Contra a Aids

Em outubro de 1987, na  Assembléia Mundial de Saúde, apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi instituida a data de 1º de dezembro como O Dia Mundial de Luta Contra a Aids . E foi a partir de 1988, que o Ministério da Saúde, decretou a comemoração desse dia no Brasil.

É um dia voltado ao combate da doença com o objetivo de despertar nas pessoas a consciência da necessidade da prevenção, buscando reforçar a compreensão, a tolerância e o respeito às pessoas infectadas.

Segundo o Boletim Epidemiológico da Aids e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), divulgado em novembro de 2009, foram registrados índices alarmantes na faixa etária de 13 a 16 anos de idade.

Nós que atuamos como educadores sexuais nas escolas sabemos que, muito dos jovens raramente usam preservativo na primeira relação sexual e continuam não usando depois. Alguns usam no início dos relacionamentos, mas quando o relacionamento fica estável, o uso da camisinha é deixado de lado. Por isso, sempre digo não basta ensinar a usar preservativo, não basta distribuir camisinhas, não é suficiente apenas a veiculação nas emissoras de televisão e rádio, sobre as formas de contágio da doença e os cuidados para a prevenção. Essas são medidas também necessárias, mas insuficientes e, embora ajudem são paliativas. 
Novamente alerto: É URGENTE desenvolver um programa de educação sexual contínuo de CONSCIENTIZAÇÃO dos jovens e de toda população sobre como viver uma sexualidade saudável, qualitativa, ética, afetiva e prazerosa e não apenas no aspecto de prevenção de DSTs e AIDS. Precisamos de um programa de educação sexual emancipatória que busque superar essa visão reducionista, quantitativa, meramente hedonista e mercantilista da sexualidade.

Nesse sentido creio que devemos aqui agradecer ao Ministério de Educação e Cultura (MEC) que estará no próximo ano apoiando integralmente o GEPES – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade na realização de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. Grupo criado por esta Pesquisadora da UNICAMP, e docente da Faculdade Dom Bosco de Cornélio Procópio, tendo seu projeto avaliado e aprovado pelo MEC, ficando em 2o. lugar no Brasil, ou seja, sendo considerado após avaliação como o 2o. melhor projeto avaliado pelo MEC entre todas as Faculdades e Universidades Particulares do Brasil, projeto que foi elaborado na busca de promover a formação e a conscientização sobre a vivência e compreensão da sexualidade em sua totalidade, fundamentos no esclarecimento crítico da historicidade e cientificidade da sexualidade humana, a partir da leitura e apropriação crítica dos clássicos como Freud, Foucault, Marcuse, Reich, entre outros, através de pesquisas científicas teóricas e de campo e da socialização destes aprendizados com a comunidade acadêmica e com a sociedade, buscando fomentar o debate e a produção do conhecimento científico sobre a sexualidade humana, a diversidade sexual, a saúde sexual, os preconceitos de gênero e os direitos sexuais.

Que ícones da música brasileira como Cazuza e Renato Russo, com suas letras críticas, analíticas e poéticas e suas formas de viver a vida e sua sexualidade nos sirva de exemplo e de alerta, podemos sim, viver nossa sexualidade de maneira livre e natural, mas sempre pautados na responsabilidade que devemos ter, antes de mais nada, com a nossa própria vida, com a nossa saúde.

Cuidar do próprio corpo e respeitar seus limites é uma forma amorosa de vivermos a nossa sexualidade, nenhum prazer momentâneo poder ser maior do que o nosso prazer de viver. Amor implica em cuidado e respeito consigo mesmo e com o outro.

A grande questão é que nós não entendemos sobre liberdade, confundimos liberdade com liberalidade exacerbada, saímos da repressão sexual para a exacerbação, para a mercantilização, para a banalização.

Não conseguimos ainda encontrar o equilíbrio da sexualidade. Ou seja, ainda não aprendemos sobre como viver nossa sexualidade de fato de maneira plena, porque liberdade implica em escolha consciente, responsável e amorosa.

Saímos de um extremo ao outro, nos perdemos no caminho, mas o bom é que a vida nos permite sempre recomeçar, porque história não é fatalidade, mas possibilidade. Por isso, minha luta pela educação sexual emancipatória, para que possamos viver nossa sexualidade com naturalidade, de maneira intensa, bonita e com a verdadeira liberdade.

VAMOS JUNTOS NA LUTA POR UMA EDUCAÇÃO AFETIVO-SEXUAL EMANCIPATÓRIA, PELA FORMAÇÃO DE COSNCIÊNCIAS CRÍTICAS E ÉTICAS!


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