sexta-feira, 1 de outubro de 2010

AMOR E SEXO: Quem disse que tem que ser uma coisa ou outra?


Olá querido leitores, seguidores e agora também ouvintes do nosso blog Educação Sexualidade, é um prazer estarmos aqui novamente para levar até você nossas idéias e estudos. E hoje eu quero iniciar enviando um abraço ao Wagner que esteve conosco participando do I Ciclo de Palestras sobre Sexualidade Educação e Saúde Sexual, que mesmo não sendo aluno da Faculdade Dom Bosco, esteve lá nos prestigiando e enriquecendo nosso espaço de diálogo com sua presença e que me disse que entra hoje de férias e durante esse tempo de descanso estará se dedicando a leitora de todos os artigos do nosso blog, o que muito nos alegrou. E o tema de hoje é Amor e Sexo: Quem disse que tem que ser uma coisa ou outra? Vamos ao post...
Quem reduziu a sexualidade ao sexo? Quem separou o amor do sexo?
Sexo por sexo é visão instintiva, biológica, mera necessidade física, animal, visão pós-moderna, quantitativa, falsamente hedonista, mercantilista, onde sexualidade e sexo se tornaram uma coisa só e meros produtos do capital.
Então eu seria apenas um corpo?
Não, sou uma inteireza, exijo respeito à minha totalidade, sou corpo e mente, que pensa e sente, sou razão e emoção.
Meu corpo é subjetivo é a expressão do meu todo, do que penso, sinto, é também subjetividade.
Fazer sexo com afetividade é pensar na sexualidade como a mais fundamental e bela expressão da vida. É qualificar a primária necessidade biológica, é a junção do instinto com a subjetividade, do animal com o humano, é pensar na importância da humanização da sexualidade, especialmente em tempos de uma sexualidade virtualizada, mecanizada, deserotizada e pornográfica.
Imagens da Internet
É dar significado à vivência da sexualidade e do sexo, pautar-se não apenas do instinto biológico momentâneo, mas na significação, na satisfação corpo e alma, na qualidade das relações afetivo-sexuais que estabeleço e no quanto elas podem ser fundamentais para meu bem- estar físico e psicológico.   
É conseguir ver e sentir prazer além das genitálias, compreendendo que não faço sexo com genitálias, com uma coisa ou um objeto, mas com uma pessoa, que possui corpo e mente, alma. São corpos eróticos que sentem e se sentem, que buscam prazer, mas  precisam de toque, carinho, sentidos, significados, que devem saboreados, mas admirados e respeitados. É conseguir ir além de um prazer momentâneo, que vê o outro apenas como um corpo objeto.
Amor e sexo são sinônimo de sexualidade, inteireza, leveza, bem-estar, relação sexual humanizada, afetiva, prazerosa, significativa.
Imagens da Internet
E ainda que a sociedade e a cultura tenham mutilado as partes. Lhes afirmo: não tem que ser uma coisa ou outra, para ser pleno tem que a fusão de desejos carnais, com sentimentos humanos,  tem que ser latifúndio e invasão, prosa e poesia, divino e animal, bossa nova e carnaval, escolha e sorte, isso e aquilo, vir de si e do outro e demorar, ultrapassando o tesão de um momento e se tornar um prazer que se incorpora na vida como bem-estar. Para ser pleno tem que ser pensamento e teorema, novela e cinema. Para ser completo tem que ter e ser sentido, com corpo e alma, para ter nexo, tem que ser amor e sexo, animal e humano, selvagem e doce, dialético, explosão e calma, inquietação e paz.
E quando falo de amor, como já apontei em outros artigos estou de falando de gostar, de afeto, de carinho, respeito, admiração. Sexo é sempre melhor com paixão, tesão, entrega, encontro.
Para ser pleno tem que ser fusão não separação e mutilação de partes, ou de sensações e de sentimentos. Por isso, a importância de uma educação sexual emancipatória, que nos ajude a superar a visão banal e reducionista que separa, mutila, divide, reduz, diminui, fragmenta o sexo, por uma visão de sexualidade que une, dá sentido, alimenta, acrescenta, completa, enriquece, humaniza.
Fazer sexo virtual pode ser uma mera fantasia pontual, ou até um complemento, mas apenas num momento em que estamos distantes do ser amado, do parceiro real. Mas o que assistimos hoje é a troca, a inversão de valores e significados, um sexo banal, instintivo e mecanizado. O toque sendo substituído por uma imagem exibida na tela do computador, entendam que nada pode ser mais significativo e prazeroso que o contato humano, real, carnal, que o cheiro, o toque, a sensação, o olho no olho, o calor, a pele, o carinho, o sentir.
Cada um com suas escolhas, sensações e conseqüências. Eu não gosto de limitações sensoriais, gosto de sensações plenas, de intensidades. Por isso, eu não quero sexo sem amor, eu preciso de essência que dê sentido à existência. Quero amor selvagem e doce, como dizem os jovens, tem que ser tudo junto e misturado.
Eu não sou adepta à superficialidades. Eu tenho personalidade. E é assim que as pessoas precisam aprender a ser, sem ficar aderindo à onda de modernidades desenfreadas, só para se sentir parte da tribo, ou moderninho.
Podem me chamar de careta, mas eu gosto de beijo bem dado e sentido. Não de bocas desconhecidas que disputam números de beijos dados.
Gosto de ser tocada com o corpo e alma, com a pele de fora e dentro, com tesão, calor, e sentimento.
Gosto de ser acariciada não apalpada.
Prefiro ser admirada com desejo que simplesmente ser um objeto olhado com tesão animal.
Eu não sou apenas um corpo, nem me reduzo à uma genitália, não sou fragmento, nem metade, sou totalidade.
Não gosto de sentimento fulgazes, gosto de sentir prazer com tamanha intensidade que seja capaz de estender do ato sexual para a vida.
Imagens da Internet
 Quem faz sexo por sexo, sente muito prazer, goza e o corpo se esvazia. E o prazer é finito.
Quem faz sexo com afeto, sente um prazer infinito, goza e sacia o corpo e energiza a alma. E o prazer permanece e se plenfica, faz a vida parece mais leve.
Ah! O amor! Hum o sexo, para ser pleno e significativo tem que ser do bom e do bem, tem que ter nexo.
Se você procura sexo com uma visão reducionista, pautada no instinto e na genitalidade. Lhes digo, se você quer sentir prazer pleno e felicidade de verdade, com toda sua intensidade, não busque apenas informações sobre sexo, busque compreender a sua sexualidade. Portanto se você veio aqui no meu blog apenas buscar informações sobre sexo, desculpe lhe informar que esta não é minha especialidade, eu sou Doutora em Sexualidade, por direito e com propriedade, por ter defendido uma tese de Doutorado na Unicamp sobre Educação Sexual e ter estudado e continuar estudando a sexualidade desde Darwin, Lamarck, Mendel, ou seja desde a vertente biológica e toda sua historicidade, até a passagem para as Ciências Humanas,com Freud, Reich, Lamarck, Havelock Ellis, Engels, Marcuse, Foucault, entre outros estudiosos.
Não condeno escolhas pautadas na superficialidade, mas como educadora sexual não podemos reforçar uma linguagem senso-comum, nem reforçar uma visão de mero prazer pelo prazer, ainda que usemos uma linguagem que possa ser entendida por todos, nossa forma de expressão será sempre pautada numa visão de superação do senso-comum e da vulgaridade, sempre de maneira ética, responsável e fundamentada na cientificidade.
E para finalizar lhe afirmo: pode até ser uma coisa ou outra, se você não carece de significados, nem de plenitude, o sexo pode ser separado do amor, se você gosta de metades. Sabemos e respeitamos, embora não aderimos à prática do sexo ser separado do amor, mas claro consideramos esta possibilidade de que amor e sexo possam ser  coisas independentes, inclusive conhecemos diversas pessoas que lidam muito bem com esta vivência de sexo. Outras pessoas tem o sexo como centralidade na vida e o amor como secundário.

Porém, em nossa visão amor e sexo são complementares, e somente no amor o sexo atinge sua plenitude e divindade.

 E que amor e sexo não tem que ser uma coisa outra para quem compreende a necessidade de uma vivência saudável, verdadeiramente prazerosa e qualitativa da sexualidade. O sexo sendo parte integrante e fundamental de nossa sexualidade está inserido em nossa afetividade.
  Por hoje é só. Abraços e até o próximo post!

Um comentário:

  1. Profª Cláudia! Ando sumido por uma questão meramente técnica. É que, no meu blogo, não aparece mais a atualização do seu blog. Continua aparecendo um artigo de 4 semanas atrás. Já tentei inúmeras alternativas e nada adiantou.

    Estou tentando corrigir. Passei para lhe deixar o meu abraço e dizer que volto depois, com mais tempo.

    Meu carinho a você!

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