sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Prazeres Agressivos: Sadismo e Masoquismo

Dominatrix - Imagem associada ao sadismo 


Hoje vamos abordar os denominados Prazeres Agressivos, entre eles: o Sadismo e o Masoquismo.
 O Sadismo é considerado uma parafilia (perversão ou anormalidade). A terminologia surge do nome do Marquês de Sade (escritor e filósofo francês Donatien Alphonse François de Sade),  o prazer advém da dominação e sofrimento que provocam à alguém, através de dor física ou emocional (psicológica), incluindo a humilhação do parceiro. Importante destacar que nem sempre  é uma simulação agressiva, o sadismo geralmente envolve o real sofrimento alheio. Porém, há pessoas que tem o sadismo apenas com uma fantasia erótica, simulando a dominação da vítima e seu sofrimento.
 Há ainda aqueles que se dizem parte do grupo que praticam o que denomina-se de Sadismo Seguro representada pelos termos SM (Sadismo e Masoquismo) e BDSM (Bondage, Dominação, Sadismo e Masoquismo), esse grupo aponta que o sadismo se encontra como uma prática segura, por ser realizado de comum acordo entre as partes envolvidas no ato. A comunidade BDSM usa o lema SSC, que significa "são, seguro e consensual".
Existem pessoas que compartilham seus desejos sádicos com parceiros masoquistas, que sentem prazer (ou ao menos consentem) em sofrer dor ou humilhação. Este tipo de prática, onde os dois desejos se complementam, é denominado Sadomasoquismo.  Mas, há casos que colocam em prática seus desejos sexuais sádicos mesmo sem o consentimento das vítimas.  Como fetiche a roupagem do sadismo seria  a da dominatrix de máscara e espartilho de couro ou borracha, empunhando um chicote e gritando impropérios.
 Importante diferenciar que, quando Sadismo é uma prática, e não apenas uma fantasia, ou seja, uma simulação. Embora sejam confunddidos, o que os diferencia é a intenção. Enquanto ao fetichista, o prazer se dá na simulação e no uso da indumentária. Ao sadista, o que dá prazer é a prática real através do domínio e sofrimento que causa em seus parceiros, seja através da tortura psicológica ou física.
 Cabe ressaltar que, é relativamente recente a atual dissociação  entre o termos sadismo e o masoquismo pela psicanálise. No geral, os teóricos e psicanalistas acreditam que se trata de tendências distintas, apontando que numa relação sadista, tendo em vista que o objetivo da mesma é satisfazer os desejos do sádico, e quando envolve um masoquista a satisfação de ambos. Geralmente apenas um dos envolvidos é sádico e que esta relação pode envolver diversas pessoas, e nem sempre há um masoquista no grupo.  
A origem dessas parafilias, em geral, se dão na infância, quando a criança sofre agressões físicas ou emocionais e na fase adulta tende a ser ele o causador da dor para de alguma forma compensar seu sofrimento, embora inconscientemente, no caso do sadismo, ou por ter se habituado a sentir dor, esta transformou-se em um prazer condicionado e consentido no caso do masoquismo.
 Geralmente o sadismo sexual é um problema crônico. Que quando cometido especialmente sem o consentimento da vítima tende ser repetitivo e em alguns casos a intensidade e gravidade dos atos sádicos tendem a aumentar no decorrer do tempo, caso a pessoa não tenha um acompanhamento psicoterápico.  
 Lins e Braga (2005) apontam que o sadismo pode apresentar extremo perigo, pois em alguns casos pode haver um desvio de conduta podendo a chegar ao homicídio.
 Um exemplo de um comportamento extremista do sadismo envolvendo o canibalismo, numa prática de sadomasoquismo, ocorreu em março de 2001, quando o sádico alemão Armin Meiwes, anunciou pela internet que queria candidatos à ser assassinatos e canibalizados. ela internet, e encontrou uma vítima que consentiu o crime, Bernd Jürgen Armando Brandes que permitiu que o mesmo o assinasse e comesse. Segundo depoimento de Meiwes ele, à pedido da vítima, amputou seu pênis e os dois comeram juntos antes dele morrer. Ainda relatou que,  Brandes insistiu que ele arrancasse seu pênis a dentadas, mas que ele teria usado uma faca.  O corpo da vítima consentida foi mantido no freezer e Meiwes teria se alimentado por meses da carne, chegando a ingerir cerca de 20kg do cadáver.
 Já o Masoquismo, seria o prazer em sentir dor ou ser dominado por outra pessoa. Por isso, se denonima masoquistas aquelas pessoas que gostam de sofrer. A terminologia também advém do nome do austríaco Leopold von Sacher-Masoch, escritor do romance “A Vênus das peles”, no qual descreve os desejos de dominação e dor do protagonista.
 Diferente do sádico, o masoquista ao sentir medo, dor, ou ser humilhado consegue chegar ao orgasmo. Ou seja, o masoquismo refere-se ao prazer sexual relacionado com o desejo de sentir dor no corpo, ou mesmo de imaginar situações em que esteja sendo submetido à a humilhação e dominação, e em alguns casos o prazer deriva-se  de uma situação de inferioridade perante o parceiro sexual e não da dor.
 Cabe dizer que, em ambos os casos: sádicos ou masoquistas, o ideal é procurar uma ajuda psicoterápica adequada, pois a sexualidade deve ser um ato humanizado e afetivo e não um ato de agressividade e violência, seja esta consentida ou não.
 O prazer tem que se dar pelo toque amoroso, ainda que outrora mais selvagem, mas sempre pautado no carinho e numa relação de respeito e admiração, nunca de humilhação e sofrimento seja físico ou emocional.
 Até o próximo post!
Referência:
LINS, Regina Navarro e BRAGA, Flávio. O Livro de Ouro do Sexo. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.

 

Um comentário:

  1. Sou um tanto quanto "quadradão" nesse aspecto. Acho que meu romantismo é por demais acentuado e não consigo me ver dentro de relacionamentos que transitassem por tais pontos. E você fecha muito bem a postagem. Sua conclusão é a síntese do que acredito. Ousadias são sempre bem vindas, atiçam a libdo, a vontade, desperta mais do homem, entretanto, há que se ter carinho na carícia, há que se completar mutuamente. Não há lugar, na relaçao sexual, para voos solos, quaisquer que sejam eles. O verbo completar tem que ser conjugado pelos dois parceiros, sem o que, sofrerá a mutação para a incompletude.
    Abraços, Cláudia!

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