quarta-feira, 7 de abril de 2010

Tantra - Sexualidade e Divindade - Parte I


Sentir-se amado é uma necessidade essencial aos seres humanos em toda e qualquer idade, pela necessidade básica que todos temos de ter alguém que nos admire, nos dedique atenção, nesse sentido, amor e atenção são umbilicais.O Tantra é uma das formas mais amorosas  de vivermos nossa sexualidade de maneira qualitativa e significativa em qualquer fase da vida .

No Tantra há o que as mulheres tanto reivindicam, e poderíamos chamar de uma preliminar e tanto, a massagem tântrica (que abordaremos em outro momento), mas que resumindo se caracteriza como o conhecimento corporal de si e do outro. No Tantra o foco da relação sexual deixa de ser  a penetração, o aspecto central é o carinho, o encanto e a magia do toque, seja com as mãos, seja com os olhos, seja com a boca.

No Tantra não devemos fazer amor quando estamos excitados, parece loucura dizer isso, não? Por quê? 

Porque acredita-se que se fizermos amor quando estamos excitados ( e é quando geralmente fazemos),  o sexo torna-se uma luta do corpo para aliviar uma necessidade instintiva básica, o que resulta, muitas vezes em: mulheres insatisfeitas que não conseguiram atingir o orgasmo e homens aliviados porque colocaram a tensão para fora, mas também insatisfeitos com seu desempenho pois, na maioria das vezes, essa excitação culmina numa ejaculação precoce.

Por isso, no Tantra o ideal é fazer amor quando o corpo estiver calmo, relaxado, tranqüilo, meditativo para que a relação sexual não seja apenas uma luta para aliviar as ansiedades da necessidade biológica primária. Seguindo essa lógica,  quando a tensão não se faz presente, o prazer pode ser prolongado  por horas e horas, ou seja, a ejaculação pode ser adiada.  

A sexualidade no Tantra é uma relação intensa e profunda, de fusão do corpo e da alma, um  dissolvendo-se no outro, completando-se, uma ligação profunda de senitimentos,  e a relação sexual não significa apenas alívio, e sim revigoramento.

Quando faz-se amor sem pressa, sem agressividade, sem luta, mas em completude, o prazer torna-se duradouro e intenso, mais profundo provocando reações químicas indescritíveis e surpreendentes, descobertas, através da troca de energias físicas e espirituais que fluem nesse momento de plenitude.

Sendo assim, o que para muitos configura-se tão somente em um prazer homérico momentâneo, apenas antes e durante a relação, no Sexo Tântrico, passa a ser um prazer que estende-se, transforma-se em bem-estar, depois da relação sexual.

Se o sexo profano configura-se como uma luta, no Tantra o sexo configura-se como uma entrega plena e rececptiva que exige uma relação de profunda admiração e confiança mútua. Nesse sentido chega-se ao ápice de um prazer interminável quando você consegue sentir que o desejo e admiração que o outro sente por você não é apenas pelo seu corpo, mas pela inteireza do seu ser.
Dessa forma, considerando a sexualidade como corpo e alma. o Tantra acaba por consolidar a visão que defendemos de a que sexualidade pode e deve ser vivida intensa e plenamente incluive na terceira idade.

No próximo post continuarei divagando sobre o Tantra, que é algo que venho estudando apaixonadamente por considerar que a sexualidade passa a ter um significado profundamente maior e sublime, quando conseguimos atingir essa completude dialética de corpo e alma, que  é voracidade e calma, que é na verdade o equilíbrio que tanto procuramos entre o sagrado e o profano. Entre a necessidade animal e humana, do prazer e do amor.

2 comentários:

  1. Oi Dra. como sempre vc desliza nas linhas, e que delicia poder ler isso tudo.
    Concordo com vc em tudo, mas também não posso negar que grande maioria faz sexo no ápice do seu tesão.
    Sabe, demorou mas aprendi que o prazer não pode ficar apenas na penetração e no gozo, tem que se iniciar no beijo, no toque, no acarinhar, nas línguas enfim...
    É possível sim tem prazer e chegar ao gozo sem penetração e é muito gratificante.
    Outra coisa.
    Homens...controlem a sua ejaculação, pois nós sempre ficamos excitados mais rápido e aí queremo logo aliviar este prazer, precisamos controlar e deixar elas loucas, loucas mesmos, ai sim poderemos desfrutar de tudo de uma maneira plena e juntos chegar ao gozo.
    Claro que se o caso for "ela com ela" isso fica bem entendido, e se for "ele com ele", se segurem...hahahahaha...

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  2. Olá Cláudia!

    Concordo com tudo o que foi postado. Acredito que o "sexo rápido", àquele que nasce com o tesão desmedido, não é somente fruto de um momento de excitação. Penso que a banalização do sexo, também é ocasionado pelo afrouxamento das relações entre os sujeitos. Para além, falta o questionamento, o debate, o trazer à cena. Falar em sexo em família... Jamais! E me pergunto: por que não? Afinal, quando paramos para pensar em sexo e na sua qualidade? Geralmente, quando estamos com o "tal tesão".

    Carinhos para você!

    Alessandro

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