domingo, 11 de abril de 2010

TANTRA – SEXUALIDADE E DIVINDADE – II PARTE


 Há muitas interpretações equivocadas sobre o Tantra.Para alguns é uma religião, outros remetem ao sexo livre, outros entendem como uma terapia sexual.
Nós entendemos o Tantra, como uma forma amorosa de atingir a consciência corporal.


O toque demonstra carinho,  estimula, excita e gera e desperta sensações maravilhosas. Temos que deixar livre a alma e as mãos para demonstrar toda nossa sensualidade e a sensibilidade.


Quem não gosta de receber carinho?


Como disse no artigo anterior, todos os seres humanos tem necessidade de sentir amados, e para nos sentirmos amados, as palavras não são suficientes, quase desncessárias. Há inclusive estudos sobre recém-nascidos, que mostram que os bebês que são acariciados quase não choram, são mais sorridentes, quase não adoecem, já o contrário ocorre com aqueles que não foram estimulados pelo toque; assim também ocorre com os adultos, as pessoas que sorriem mais, que se sentem amadas, que tem brilho no olhar, que vivem apaixonadas, exalam vitalidade pelos poros. Eu lembro que uma vez fui com minha vó ao médico e ele disse: sabe o que fez sua vó viver até agora? Esse sorriso estampado no rosto dela! Em cada sorriso que ela dá a vida dela se estende. Eu que já acreditava nisso, não tive mais qualquer dúvida.


Pense no quanto é bom ser tocado por quem amamos, e a sensação inigualável que experimentamos quando tocamos aqueles que amamos. Tocar e ser tocado significa trocar sentimentos, energia, alegria.


No Tantra a sexualidade torna-se uma prática sagrada, e é vivida com profunda consciência. De forma que, o ato de fazer amor rompe julgamentos, preconceitos, supera limitações, liberta os pensamentos, sentimentos e desejos mais intensos e profundos.


Durante o Tantra permita-se usar todos os seus sentidos. Use e abuse do tato (tocar sensual, sedutora e sensivelmente); do olfato (cheirar, o cheiro do sexo, da pele, (os feromônios sobre isso  pretendo falar num próximo post); da visão (enamorar com olhar, venerar, endeusar, seduzir, encantar-se e se permitir ser encantado); o paladar (saborear o outro)


No Tantra os toques são de uma sutileza, sensualidade e suavidade que conseguem ultrapassar os limites da pele.  A massagem tântrica alimenta o erotismo, tão essencial para um vida sexual plena. Nesse momento de comunhão e entrega aprendemos a estimular e ser estimulado, a seduzir e se deixar ser seduzido. Através do toque, do olhar, do cheiro, do paladar conseguimos atingir o orgasmo, não como êxtase momentâneo e passageiro, mas profundo, o orgasmo não apenas como expressão máxima do prazer corporal, mas como expressão e experimentação máxima do amor.


A massagem tântrica nos mostra possibilidades de experimentar temperos e sabores nunca antes permitidos ou imaginados. Nos proporciona novas formas de sentir, olhar, tocar, amar.  Por isso, consideramos o Tantra a maneira mais sensual, sedutora, prazerosa e erótica de fazer sexo,  e de viver a inteireza da nossa sexualidade de forma consciente e amorosa


Vocês já reparam que dois amantes (referindo-se a duas pessoas que se amam  profundamente),  não precisam necessariamente de palavras para expressar-se um ao outro? E sabem por quê? Porque o amor é uma linguagem silenciosa. Os amantes olham-se, tocam-se, entregam-se de maneira tão profunda que não necessitam falar, há uma harmonia intensa do corpo e da alma, que tornam desnecessárias as palavras.


Interessante refletir um pouco mais sobre isso. Nunca acreditamos que  a fala seria  a melhor forma de expressão de um sentimento. O silêncio, o olhar, o toque, o gesto revelam e expressam o que sentimos e o que as pessoas sentem por nós da maneira mais profunda, intensa e verdadeira que podemos experimentar.


Esses momentos em que o corpo, os olhos e as mãos se expressam, falam mais do que milhares de palavras. Porque são expressões sentidas, saboreadas, digeridas, incorporadas.


Pensem no momento de êxtase gritamos, para liberar as tensões,  mas no momento que experimentamos a paz, silenciamos.


Num momento de expressão profunda de amor você precisa de fato, falar? 


Penso que acariciar o rosto, segurar a mão da pessoa amada, um abraço apertado, corpos emaranhados, entrelaçados ou debruçados um sobre o outro, corpos e alma nus. Nenhuma palavra expressaria sentimento maior, basta sentir a presença do outro, nas suas entranhas.


Permita-se entender e viver uma sexualidade verdadeiramente humana, pautada nos sentimentos e não na carência (sentimental ou física), e isso não tem idade, basta permitir florescer sua sensibilidade.


Aprenda a ser inteiro e não fragmento, a compreender a inteireza, a naturalidade divina e a beleza da sexualidade. A viver sua sexualidade com significado e não pelo metade, a ouvir seus sentidos, sem ser meramente instintivo, mas para que a sexualidade tenha de fato sentido! Eu desejo que você consiga um dia sentir e entender que a sexualidade humana na sua plenitude se dá na totalidade das nossas relações afetivas e prazerosas. E que embora, fazer o ato sexual em si,  também é um momento sublime e de uma beleza estonteante, mas igualmente ou até mais belo e prazeroso é a comunhão de amor entre uma mãe e seu filho.
Uma mãe experimentando o ato de amor e a sensação única de amamentar seu filho, de ser alimento para o corpoe sustento para a alma. O Sugar do seio de uma mãe por seu filho é a mais bela, pura e natural prova da grandeza da sexualidade que é a celebração da vida na sua totalidade.
Ou seja, amamentar, amar, saborear um olhar, deliciar-se num sorriso,  sentir  o calor  do abraço de um amigo ou de amor, o prazer de uma deliciosa gargalhada, a sensação inexplicável de chorar de alegria, são algumas das inúmeras formas de manifestação e expressão da totalidade da sexualidade que nós é, essencial e inerente, parte visceral da gente!

2 comentários:

  1. Owww quero fazer sexo tântrico...

    Sabe me identifiquei muito com esta segunda parte, mas me gerou alguns questionamentos também.
    Na parte do estar sempre sorrindo, apaixonado, com brilho no olhar me achei alí, e lembrei de Ludovic, que diz: POSSO ESTAR NA MERDA MAS ESTAREI SORRINDO. ( Ludovic é o personagem do Diário de um louco 3 que vai pro Blog já já).
    Quanto ao tocar e ser tocado. Nos últimos três anos mudei muito neste sentido e percebi que hoje tenho uma necessidade incrível de estar tocando as pessoas, abraçando, beijando... é muito interessante. Mas o tato para mim é muito importante, nem que eu esteja encostando mindinho com mindinho, é prazeroso sentir a pele, se sentir tocado e tocar, e é aí que me questiono.Porque isso agora? Será que estou tentando recuperar o tempo perdido? Será que estou mais aberto ao meu próprio eu? Será carência? Será necessidade de atenção? O que será? Porque esta necessidade?
    E também me questiono de como pude viver tanto tempo sem isso como muitas pessoas o fazem.
    TOQUE...
    CHEIRE...
    OLHE...
    OUÇA...
    DEGUSTE...
    AME, ACIMA DE TUDO AME, a você primeiro, pois quem não se ama, não sabe como amar alguém.

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  2. Olá Hugo, primeiro obrigada por seus preciosos comentários sempre. Para eu chegar a uma resposta mais acertada às suas indagações eu precisaria conhecer um pouco mais da sua história. Mas, vamos lá, primeiro eu fico feliz que você tenha mudado, na verdade isso tem nome, humanização. Você se humanizou mais, o que e raro nesse mundo onde as pesssoas vão se tornando cada dia mais frias e desumanas. Segundo, pode ser mesmo que a mudança tenha se dado pela conjunção do que você citou. Que a partir de um amadurecimento humano do Hugo pode ter conseguido entender que precisava recuperar o tempo perdido sim, e isso pode ter se dado num momento de carência, de atenção ou mesmo quando você atingiu a plenitude do amor próprio, porque como vc bem disse, quem não a ama a si é incapaz de amar o outro, porque não podemos dar o que não temos. E para terminar Hugo eu diria que você apenas aflorou e permitiu que sua parte melhor, mais amorosa, mais sensível e precisa florescesse. Vou escrever uma frase que sempre falo aos meus alunos nós somos seres inconclusos, inacabados (e que bom isso), temos dentro de nós um Lobo Bom e um ruim ou seja, temos uma parte boa e uma ruim, uma dura, fria, excessivamente racional e outra sensível, humana, afetiva e sabe qual lobo sobrevive? Qual parte prevalece? Aquela que alimentamos em nós, ou que de alguma forma permitimos que as pessoas alimentem por nós. Pois, como dizia Santo Agostinho *quereis encontrar alguém superior aos anjos? Procurai num homem. Quereis encontrar alguém pior que os demônios? Procurai num homem.* Porque nós somos um projeto, um vir a ser, sendo assim, a história significa sempre possibilidade de crescimento, amadurecimento, mudança, de humanização. Que bom que você evoluiu e alimentou mesmo que lentamente seu lado ou seu Lobo Bom! Meu abraço!

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