terça-feira, 27 de abril de 2010

Sexualidade e Subjetividade (Feminina)?


"Começo a conhecer-me, não existo.
sou o intervalo do que desejo ser
e o que realmente me fizeram
ou metade deste intervalo
porque também há vida... sou isto, enfim..."

(Fernando Pessoa)

Subjetividade é condição existencial feminina? Nãoooo!
Eu sempre digo que depois da razão o que caracteriza-nos (homens e mulheres) de fato como seres humanos é subjetividade, nossa capacidade de sentir, de ser, a afetividade, essa necessidade de nos sentirmos amados, desejados, essa capacidade de sonhar.
Subjetividade pode ser definida como o espaço íntimo de encontro consigo mesmo (mundo interno) e do encontro com o outro  (mundo externo, social), e através dessas interações vamos construindo nossa identidade, nossos pensamentos, emoções, sentimentos, nossos valores e crenças, nossa forma de se relacionar com o mundo.  
Lembram quando em outro post eu afirmei que  nossa  resposta sexual se divide  em impulso sexual (ação do feromônio), desejo sexual (que só se mantém através da motivação sexual ou seja, de erotismo, fantasias) que provocam um estado de excitação (que se caracteriza como aquela sensação de prazer sexual, que provoca alterações fisiológicas, estado de euforia, respiração ofegante, o instinto  imperando sobre a razão) o que possibilita chegar ao orgasmo (o ápice do prazer, clímax do prazer) e que deveria culmina no relaxamente muscular e deveria conduzir a estado posterior de bem-estar (que só acontece quando há um envolvimento subjetivo entre os pares).
Cientificamente há pesquisas que apontam  que para as mulheres de aspectos subjetivos são mais importantes, porém se a subjetividade tem seu lado positivo, quando a mulher é consciente, livre de preconceitos morais, de  determinações culturais e sociais e dogmáticas, a subjetividade torna-se positiva, do contrário, torna a sexualidade feminina limitada, o que inclusive é um dos motivos centrais que impedem ao nosso ver, que uma mulher consiga atingir o orgasmo.
Eu particularmente, considero que a subjetividade (onde a afetividade e o prazer formam a base motivacional) bem resolvida seja o caminho da libertação social, sexual, profissional, etc. Na sociedade capitalista onde ter é imperativo, as pessoas esquecem de ser, de sentir. Buscam ter prazer (que é finito, sexualidade instintiva, genitalista, o corpo apenas como objeto sexual) em vez de sentir prazer ( sexualidade sentida e com sentido, que estende o prazer momentâneo para bem estar que é infinito, que se plenifica).
Nossa esse post está longo demais, vou terminar dizendo que a maioria mulheres (culturalmente construídas) são mais subjetivas que a maioria dos homens (com uma subjetividade culturamente destruída). E que a subjetividade é nossa condição interna de ser humano de fato (homens e mulheres) e só através desse processo de conhecimento interno, da percepção e compreensão do que somos e sentimos é que podemos ainda construir o que poderemos ser, viver, sentir, em todos os aspectos.

Como bem apontou Sartre: "Primeiro todo homem tem que saber o que fizeram dele para não ser ingênuo, pois, nós somos produtos de instituições históricas. Depois todo homem deve escolher, decidir o que vai fazer com o que fizeram dele"

A subjetividade consciente é nos torna GENTE!
Gente que ama,
Gente que pensa,
Gente que sente,
Sente com o corpo, com a alma, com  a mente!
A subjetividade sexual é motivada pela afetividade, pelo prazer, pelo erotismo, pelas fantasias (pela imaginação), pelas emoções e sensações sejam elas visuais, olfativas, táteis ou auditivas. Mas sobre essas sensações auditivas que mexem com a libido e as emoções da gente eu falo no próximo post.

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