quarta-feira, 29 de julho de 2009

Descentralização e "Autonomia" na Escola: é preciso ler as entrelinhas

A Educação sempre foi uma das instituições essenciais dentro das estratégias políticas para o desenvolvimento da sociedade, seja em âmbito político, econômico, social, etc. Especialmente após a década de 1980, a educação tornou-se central dentro das políticas públicas, tanto em países desenvolvidos, como subdesenvolvidos como o Brasil. Isto ocorreu, especialmente devido aos avanços tecnológicos que provocaram mudanças profundas nas demandas na sociedade, como a globalização, a mundialização da economia, a organização do trabalho, etc.

A Educação, conseqüentemente, passa a ocupar ainda mais papel estratégico nas políticas governamentais na promoção do desempenho social e econômico da população, condição indispensável para obter sucesso na nova ordem internacional, marcada por grande competitividade entre os países. Com isso iniciou-se um processo de responsabilidade ainda maior da instituição escolar para atender às demandas do mercado e da sociedade em si. Com isso, surge uma “certa autonomia” na escola através de um novo modelo de gestão, a “gestão democrática”, aumentando a responsabilidade da escola em relação a decisão dos recursos e poder alocados no nível da escola e à prestação de contas, etc. Por outro lado, há uma cobrança maior através do mecanismos de avaliação governamentais no sentido de garantir e controlar a qualidade do ensino produzido, o que traz para a escola uma exigência maior e nem tão democrática como aparenta ser, são os fios políticos que se laçam e entrelaçam para garantir a qualidade esperada pelo mercado.

Se por um lado dá-se autonomia, por outro, pressiona-se para garantir os resultados sociais esperados (lembrando que estes resultados esperados, nem sempre são os socialmente necessários para a emancipação social do cidadão). As políticas educacionais, em diferentes países, e, inclusive, no Brasil, trazem em si as ideologia produzidas pela hegemonia, estratégias que visam legitimar os pressupostos dominantes. De outra parte, a legislação educacional apresenta forjadamente conteúdo desprovido de crítica e formação política, mascarando o viés regulador e controlador social das políticas públicas. Fabricam-se planos, referenciais, programas e medidas de toda a ordem, como as propostas de descentralização da gestão, financiamento, bem como, currículo e formação docente, entre outros.

Com efeito, a descentralização, a municipalização entre outras, em vez de possibilitar a ampliação da democratrização educacacional reduziu ainda mais a aplicação de recursos do governo central em educação. Da forma como tem sido efetivada a descentralização da educação, sem o suporte técnico e financeiro, não possibilita avançar na qualidade da oferta educativa, podendo inclusive, aumentar a desigualdade social e a exclusão, especialmente em algumas regiões do País. Ou seja, a descentralização, isoladamente, como qualquer outra reforma educacional, não é capaz de promover a melhoria educacional e social desejada .

Entrevista ao Jornal EM PAUTA - Bandeirantes-PR

Mais uma vez nossos agradecimentos à comunidade de Bandeirantes-PR, professores e gestores das escolas estaduais deste município pela oportunidade de estarmos socializando o pouco que aprendemos nessa trajetória acadêmica. Hoje, um agradecimento especial ao Jornalista Tiago Dedoné, pela entrevista que realizamos e que foi publicada no Jornal EM PAUTA. Profissionalismo em Destaque, Competência, Carisma, Paixão pelo que faz e Ousadia são as palavras que eu usaria para descrever o trabalho deste Jornalista, obrigada pelo espaço concedido!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Agradecimento aos Professores da Rede Estadual de Bandeirantes, Paraná


Hoje vou apenas postar aqui meu agradecimento aos Professores da Rede Estadual do município de Bandeirantes-PR pela oportunidade de lá estar nos dias 20 e 21 de julho de 2009 ministrando palestras e aprendendo com eles. Voltei engrandecida principalmente pelo carinho e alegria das pessoas que lá estiveram, podem ter certeza que mtas delas eu trouxe comigo no coração para sempre! À todos os educadores e gestores presentes meu profundo respeito e carinho!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Contra qualquer tipo de violência e pela garantia da diversidade de gênero e os direitos da mulher

A mulher sempre foi discriminada na história, reprimida, taxada como inferior, por muito tempo excluída da vida social, de sua condição como sujeito; considerada um ser frágil, inferior, passivo e que deveria ser educada apenas para exercer seu papel de mãe e esposa, atuando no seio familiar. muitos foram os movimentos e lutas e ainda são muito recente as conquistas por seus direitos e esta ainda sofre muito preconceito e é tratada com desigualdade seja no trabalho, em casa ou na sociedade. em relação à sexualidade essa repressão ainda é grande.

Consideramos que a criação da secretaria especial de políticas para as mulheres, status de ministério; “para desenvolver ações conjuntas com todos os ministérios e secretarias especiais, tendo como desafio a incorporação das especificidades das mulheres nas políticas públicas e o estabelecimento das condições necessárias para a sua plena cidadania” criada pelo governo lula (1/01/2003) foi um avanço importante nesta luta. que culminou na criação também de setores institucionais encarregados de políticas públicas para mulheres nos estados e em muitos municípios. e na elaboração de planos nacionais: i plano nacional de políticas para as mulheres (2005, 2006); ii plano nacional de políticas para as mulheres (março de 2008) - atualizando o anterior e introduzindo novas áreas estratégicas de políticas públicas para as mulheres.

Em relação à violência contra a mulher a Lei Maria da Penha (lei nº 11.340) criou “mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8 o do art. 226 da constituição federal, da convenção sobre formas de discriminação contra as mulheres e da convenção interamericana para a eliminação de todas as formas de prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher; dispõe sobre a criação dos juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher; altera o código de processo penal, o código penal e a lei de execução penal; e dá outras providências.” Porém, apenas criar Leis não basta para coibir a violência, precisamos criar consciências. Podemos que avançamos na luta pelos direitos da mulher, especialmente nas últimas três décadas diante de conquistas como o acesso a educação, direito de voto, criação da secretarias especial de políticas para as mulheres e de vários centros de referência ou atendimento a mulheres em situação de violência, como delegacias especializadas de atendimento à mulher (DEAMs), defensorias públicas da mulher, casas abrigo. mas ainda há muito por fazer, muito para conscientizar as mulheres para que não permitam ser violentadas, nem discriminadas em qualquer instância de suas vidas, pois só assim vamos conseguir efetivar os direitos das mulheres na sociedade.

Como já dissemos num artigo anterior a sociedade homofóbica, ao nosso ver, contribui para os atos de violência e discriminação contra a mulher devido à arraigada mentalidade patriarcal e machista, apesar das transformações socioculturais (formas de sexualidade, relações afetivas, estruturas e convivências familiares); pela permanência de padrões masculinizantes de interpretar o mundo e exercer as práticas sociais; pela naturalização das diferenças entre sexos como algo dado, imutável. o que culina na enorme dificuldade em quebrar certos padrões sexistas de relacionamentos sociais entre homens e mulheres.

Então questionamos qual seria nosso papel de educadores frente à esta problemática? Reflita: sileciar-se, omitir-se, é também uma forma de continuar permitindo que essas situações de discriminação e violência se reproduzam na sociedade. Devemos desenvolver uma cultura crítica-reflexiva que contribua para pela efetivação dos direitos das mulheres e dos direitos humanos de maneira geral.

Nós mulheres não somos objetos, somos seres humanos com sonhos, desejos, com igual capacidade, potencialidade, sexualidade e afetividade! Não queremos ser mais chamadas de Amélia, nem ser como as mulheres de atenas, queremos respeito, dignidade e igualdade sexual e social!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Pílula do Dia Seguinte: dados alarmantes

A pílula do dia seguinte foi criada para emergências, especialmente para ser usada em casos em que a vítima de uma violência sexual evite uma gravidez indesejada após ser abusada sexualmente e em outros casos muito delicados. Mas é incrível como nossos jovens precisam ser educados sexualmente, um dos temas que considero alarmantes é sobr e o uso abusivo da pílula do dia seguinte que é ABORTIVA, uma reportagem apresentada no fantástico no mês passado sobre o uso da pípula do dia seguinte que mostra que nossas jovens tomam a pílula como quem toma um anticoncepcional, mas temos que lembrar o anticoncepcional impede a fecundação, já a pílula do dia seguinte intemrrompe o processo de uma fecundação que já possa ter ocorrido, sendo assim abortiva.

A pílula do dia seguinte apenas impede a implantação do óvulo no útero e não que ele seja fecundado, interrompendo a nova vida. Os números mostrados na reportagem são ao meu ver preocupantes desde 2005 a pílula é distribuída, gratuitamente, na rede pública de saúde em todo o Brasil. Neste ano, a previsão é repassar 380 mil cartelas. Mas os números mostram que é na farmácia que as jovens costumam buscar ajuda. Em 2005 foram vendidas mais de 2,9 milhões de cartelas. No ano passado, a procura aumentou. E muito: passou de 5,3 milhões de cartelas. As dúvidas e a dificuldade para conseguir informação levam muitas jovens a tomar a pílula do dia seguinte do jeito errado. Algumas mulheres usaram antes do ato sexual.

Outras muito tempo depois. E uma boa parte apelou para o medicamento inúmeras vezes. Um estudo feito em escolas públicas de São Paulo revela que 30% já recorreram ao método. Metade deles repetiu a dose uma ou mais vezes. O uso repetitivo desregula o ciclo menstrual. É tanto hormônio que pode acontecer justamente o que ela está querendo evitar: uma gravidez indesejada. Os depoimentos apresentados na reportagem indicam o quanto precisamos esclarecer nossos jovens sobre sexualidade e inclusive sobre a abordagem biológica, nem essa abordagem a escola e a sociedade tem dado conta de fazer com eficácia, porque precisamos além de fazer o jovem conhecer seu corpo, acima de tudo precisamos que eles entendam que precisam RESPEITAR o seu corpo, estou falando de ética, agora se nem de métodos anticoncepcionais eles sabem, quem dirá de ética.

E a questão aqui não é nem ser contra ou a favor do aborto não, a questão é a preocupação com a agressão que essas jovens fazem a si mesmas e a desorientação que elas notadamente apresentam ter. Vejam os depoimentos apresentados no fantático:

Daiana passou por isso. A segunda vez que apelou pra pílula, não funcionou.
Aos 19 anos já é mãe. O bebê tem um ano e três meses.

“Nós percebemos que a sexualidade da jovem, principalmente da menina, é um tabu. Então, a família não orienta com medo de incentivar o sexo. Ela tem a relação escondida, ou desinformada”, observa a pesquisadora da Secretaria de Saude de São Paulo Regina Figueiredo.

E por esses e outros dados ainda mais graves que a gente defende EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS já! Mas não basta pessoas de boa vontade e voluntarismo para tratar do assunto precisamos formar educadores sexuais. Informar sobre sexualidade num todo, numa abordagem bio-psico-social-afetiva.


Hoje li no Jornal que dentro de um mês estará no mercado dos Estados Unidos a pílula do três dias seguintes denominada Plan B one-step (desevolvida por pesquisadores israelenses e hungáros) que segundo os fabricantes não faz efeito caso o óvulo já tenha sido fecundado. Os fabricantes ainda não informaram os efeitos colaterais nem indicações, nem tem previsão de chegada no Brasil, enfim, criam-se métodos e métodos, enquanto deveríamos pensar em EDUCAÇÃO.

Governantes eu lhes pergunto:
Quando vamos nos preocupar em previnir ao invés de tentar remediar?


sexta-feira, 10 de julho de 2009

Gênero, Identidade de Gênero e Orientação Sexual




Gênero é o que "determina" aquilo que culturalmente seriam características do ser “masculino” e do “feminino”: forma física, anatomia, maneira de se vestir, falar, gesticular, enfim as atitudes, comportamentos, valores e interesses de cada gênero (lembrando que essas características são designadas pela cultura, pela sociedade dominante). Essas diferenças são estabelecidas historicamente, de acordo com dada sociedade influenciados pela cultura. Portanto, são uma categoria histórica e não naturalmente determinadas. Sendo nessa perspectiva conceituado por Scott (1995, p. 14) como “[...] um elemento constitutivo de relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos, e o gênero é um primeiro modo de dar significado às relações de poder”.
Nesse sentido, não se pode abordar o  conceito de gênero sem lembrar de Butler (1998), que basilarmente, nos aponta  o gênero como culturalmente construído, diferenciando de sexo (biologicamente natural), essa compreensão é que abre as possibilidades de reflexão com vistas à superação do preconceito de gênero, da visão do ser feminino como frágil e submisso. Homens podem até ter maior força física, mas as mulheres podem também ter mais energia (o que seria uma diferenciação biológica), porém, a diferença não pode significar desigualdade. Homens e mulheres podem ser diferentes biologicamente, mas devem ter socialmente os mesmo direitos e deveres, pois ambos tem a mesma potencialidade intelectual e amorosa, que pode ou não ser desenvolvida, dependendo das oportunidades e possibilidades oferecidas pela família, pela sociedade, pela cultura. Assim, Butler (1998, p. 26) afirma que, “[...] não a biologia, mas a cultura se torna o destino”.





Identidade de gênero se refere à forma como alguém se sente, se identifica, se apresenta, para si próprio e aos que o rodeiam, bem como, relaciona-se à percepção de si como ser "masculino" ou "feminino", ou ambos, independe do sexo biológico ou de sua orientação sexual, ou seja, da sua maneira subjetiva de ser masculino ou feminino, de acordo com comportamentos ou papéis socialmente estabelecidos.
Cabe ainda, conceituarmos orientação sexual, entendemos que esta se refere ao sexo das pessoas pelas quais sentimos atração física, desejo e afeto. O que nos caracteriza dentro de um destes três tipos de orientação sexual: a heterossexualidade, a homossexualidade e a bissexualidade.
Concluímos que a sexualidade não se reduz a instintos, impulsos, genes, hormônios, genitálias, ato sexual, nem se resume somente à subjetividade ou às possibilidades corporais de vivenciar prazer e afeto. A forma como vivemos e entendemos nossa sexualidade é construída historicamente, através de um processo contínuo, através do qual construímos nossa identidade pessoal e sexual, que emerge nos desdobramentos históricos e culturais. O fato de nascermos com um determinado sexo biológico (masculino e/ou feminino), não é suficiente para determinar a maneira como iremos sentir, expressar e viver nossa sexualidade, ou construir nossa identidade de gênero, nossa orientação sexual não pode ser determinada pela visão hegemônica de heterossexualidade como único padrão “normal”.
Precisamos superar essa visão da heteronormatividade, e de que homens e mulheres têm que agir de maneira socialmente e subjetivamente distintas. É urgente enterdemos que a sexualidade deve ser vivida naturalmente não dentro de padrões normativos, mas de uma forma que nos torne mais humanos e mais felizes, porém conscientes de nossas responsabilidades éticas e afetivas.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Educação: Michael Jackson - algumas reflexões

Eu não consegui ficar alheia ao maior assunto midiático do momento: a morte de Michael Jackson. Ontem assisti à celebração do tributo ao Rei do Pop, confesso que me emocionei, chorei desde a primeira música pra ser sincera, eu era fã, cresci ouvindo suas músicas, suas mudanças, suas polêmicas, sua morte me levou a algumas reflexões sobre as influências da família e das experiências que o ambiente que viemos vai construindo na formação de um ser, da sua identidade, da sua personalidade. Porque é nessas relações que a gente se constrói ou se destrói, enfim... Fiquei me perguntando o que de fato pode nos levar à felicidade, à construir relações afetivas, positivas, enriquecedoras. Se pensarmos no exemplo de vidas pessoais de pessoas famosas, consideradas ídolos, em minha juventude ou juventude atual vamos acabar vendo que pessoas tão cheias de fama e dinheiro, são pessoas muitas vezes tão carentes, tão imaturas de afeto.

A morte do ídolo mundial na música POP veio apenas nos trazer mais um exemplo real que muitas pessoas conseguem superar desafios profissionais, subir ao topo da fama, mas do alto só conseguem visualizar o abismo. Porque dentro de si não conseguiram superar conflitos. E ai chego ao ponto que quero no caso de Michel a sua sofrida infância, a forma como o pai o tratava, as exposições de uma criança psicologicamente imatura, sendo “obrigada” a se tornar adulto antes da hora, o levou a não ter maturidade na vida adulta. De um lado um profissional disciplinado, determinado, e na vida pessoal um homem que não cresceu, que queria viver coisas que lhe foram tiradas e que lhe levaram a caminhos dos quais ele não conseguiu regressar.

Há outros exemplos de famosos que ao chegarem no topo da fama estavam na decadência da vida, como o vocalista do The Doors: Jim Morrison, que morreu aos 28 anos, encontrado morto na banheira do apartamento, em Paris. E a possível causa da morte seria overdose de cocaína. Entre outros exemplos estão também Jimi Hendrix, um dos maiores guitarristas do mundo, morreu aos 27 anos, após uma overdose de LSD e vinho. Janes Joplin, a maior estrela feminina do lendário festival de Woodstock, morreu aos 27 anos, por overdose de heroína.

No Brasil também temos grandes perdas artísticas como Elis Regina, aos 37 anos, abuso do álcool e cocaína. E outros ídolos que não morreram por overdose, mas por viverem a vida de maneira abusiva, descontrolada, o que caracteriza um certo distúrbio emocional, enfim de uma busca sem fim, de um insatisfação pessoal, de um certo desequilíbrio em alguma instância de suas vidas. Cazuza um dos mais brilhantes ídolos, crítico, revolucionário, instigante, denunciando injustiças socais, preconceitos, tabus, mas que também não foi capaz de encontrar o equilíbrio pessoal, sendo vitimado pela Aids e Bob Marley, o fenômeno do reggae, não resistiu ao câncer depois de anos e anos fumando maconha sem nenhum controle.

Enfim, Cássia Eller, Bob Marley, Marylin Monroe... E tantos outros que nos fazem refletir sobre as contradições da vida, do que é ser humano, do que realmente seria importante nessa curta trajetória da vida terrena. Da importância da família em nossa formação, dos traumas que uma criança pode carregar pro resto da vida. Também nos mostra a possibilidade de realização dos nossos sonhos. É eu diria que a vida é esse mistério todo, vida e morte são mesmo dialéticas.

Mas, voltando ao Michael, que ele era um ser cheio de luz, que nasceu com uma estrela dentro de si, mas tb diria que ele foi vítima de sua própria vida, que era apenas um menino que não pode compreender o que era ser uma criança, quando criança. E depois foi vítima da mídia que injustamente, maldosamente cria polêmicas para ganhar audiência. Me diz é tão difícil assim entender o amor de alguém pelas crianças? Eu, como professora amo todos os pequeninos, com um amor tão especial, como o amor que tenho pelas minhas próprias filhas. Me diz, anormal seria não sentir amor por uma criança, não se apaixonar pelo ser mais puro e sincero nesse mundo. A maldade está nos olhos de quem a enxerga. Pais: atentem-se para seus filhos, não os faça ser adultos antes da hora, os amem como eles são, cultive neles valores essenciais, uma criança sabe e sente quando é amada.

Também podíamos estender esse assunto para a repressão sexual que todos vivemos, especialmente os grandes ídolos que ou reprimem, ocultam ou exacerbam suas orientações sexuais, mas que se frustram por não poder viver de maneira plena, como todo ser humano, suas vidas sejam sexuais ou pessoais. Quanto ao Rei do Pop (ou Pequeno Príncipe, ou Perer Pan) ele viverá para sempre em nós através da sua música e de alguns exemplos bons que ele deixou. É! Realmente o essencial é invisível aos olhos... Que esses sejam exemplos para refletirmos sobre o que queremos ser, viver, e alcançar em nossa passagem por aqui.

domingo, 5 de julho de 2009

Sexualidade - O que será? (À flor da pele) Chico Buarque

Retomando a temática da sexualidade hoje vou apenas indicar uma música reflexiva:
O que será (À flor da pele) (Chico Buarque / 1976) - Composta para a trilha sonora do filme nacional Dona Flor e seus dois maridos, de Bruno Barreto, a letra pode exemplificar a visão da sexualidade como energia natural.
Quem é que nunca se sentiu à Flor da Pele?

O vídeo da música está no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=-fShSYpAgF0

Chico Buarque - O que será (à flor da pele)
O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

sábado, 4 de julho de 2009

EDUCAÇÃO - PRODUTOS DE UMA SOCIEDADE DESUMANIZADA


Hoje parei para refletir sobre “Ser Humano”. Vivemos numa sociedade cada dia mais desumanizada. Basta andar alguns quarteirões ou ligar a TV e isso se confirma; são as notícias de corrupção política, infindáveis atos de violência, abandono, descaso... E me pergunto: como fica a “Educação” diante disto? A Educação a que me refiro é o ato de Educar em sua totalidade (Paidéia): educação familiar, escolar... Enfim, como vem sendo tratada a Educação, em tempos de globalização, tecnologia, competição exacerbada, individualismo, modernismos e tantos outros “ismos” presentes na sociedade capitalista, mercantilista?

Partindo do entendimento de que Educar pressupõe relação humana, diálogo, troca, valores e para que esta ocorra necessita-se de respeito, limites. Fico pensando, quais exemplos tem dado a família, a escola e a sociedade para as novas gerações. E não se trata de moralismo, mas de uma carência total de valores éticos que são imprescindíveis a todo ser humano. A relação atual entre pais e filhos é quase inexistente, cada um buscando seus próprios objetivos, a relação entre amigos é virtual, ou seja, a máquina ultrapassando os limites do contato humano.

Quantas horas temos dedicado para refletir sobre o que estamos nos tornando? Sobre o que a ideologia vigente, consegue fazer conosco? Até que ponto não estamos nos desumanizando e nos deixando inconscientemente desumanizar-se? Até que ponto não estamos nos tornando “animais” quando aceitamos, ainda que sem perceber, que sejamos domesticados pela classe dominante, pela mídia, pela tecnologia, pelas ondas da modernidade, da globalização? Não se trata de vivermos alheios a tudo isto, mas não deixar que nos tornem produtos e não produtores de nossas vidas. Não podemos perder nossa subjetividade, nossa capacidade de olhar o próximo, de entender que a vida humana necessita de cooperação, de interação, de calor humano, de que precisamos uns dos outros.

Fico pensando, que Educação é essa que nos torna cada dia mais alienados, materialistas e gananciosos por “status”, poder? É incrível como as pessoas não são capazes de dividir a possibilidade de todos sermos sujeitos e não meros objetos da história. Não podemos perder o que de belo temos nossa sensibilidade. Precisamos entender que Educar é ensinar a ver a vida com olhos humanos, a conhecer a si mesmo, ao universo, para tornamos nossa existência melhor, e o mundo mais humano e mais digno de se viver, ou continuaremos a ser produto social, eu me nego a ser produto, porque quero e tenho por direito produzir minha própria história, nego essa desumanização que impera.

É urgente uma educação pautada na humanização em tempos onde “Ser Humano” parece coisa de outro mundo. Se há algo que procuro cultivar em mim são algumas virtudes (Arete) essenciais como o amor, a humildade e sensibilidade porque se perdemos essas virtudes estaremos a um passo de ruminar.
Direitos autorais: Profa. Dra. Cláudia Bonfim

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Traumas sexuais advindos da sexualidade repressiva


Não é de hoje que a sexualidade se constitui como uma das principais neuroses sociais. Freud, como já apontamos anteriormente, um dos primeiros estudiosos sobre os distúrbios sexuais, trouxe contribuições significativas para o entendimento da sexualidade ao estudar as queixas de pacientes histéricas, grande parte de suas pacientes apresentavam perturbações que comprometiam a vida sexual delas. Porém, foi Reich quem aprofundou estes estudos, afirmando que a perturbação genital não seria um sintoma, conforme Freud apontou, e sim o que definia as neuroses.

(ATENÇÃO!!! A utilização, total ou parcial, das idéias e dos textos deste Blog, deverá indicar a minha autoria)

Podemos afirmar que a sexualidade ainda hoje se constituiu numa das maiores neuroses, sendo que cada vez mais aumenta a procura das pessoas pelos analistas, terapeutas, psicólogos, etc., na tentativa de aliviar suas culpas, medos, romper tabus, enfim de buscar compreender e melhor viver sua sexualidade, permitindo-se sentir prazer.

Em relação especificamente à sexualidade feminina sempre foi envolta de dogmas religiosos, repressivos e morais. A mulher não tinha socialmente o direito de viver plenamente sua sexualidade, de manifestar seus desejos e se permitir descobrir suas potencialidades. À mulher sempre se designou o papel de sexualidade reprodutiva, sem liberdade de obter satisfação e prazer. Fruto dessa sociedade patriarcal o homem sempre viveu sua sexualidade instintiva de forma mais libertária e socialmente mais aberta, porém à mulher sempre coube um papel de reprodutora da espécie, negando-lhe o direito igualitário na relação sexual.

Muitos foram os movimentos e lutas travadas para que a mulher pudesse ter direito de falar e viver mais abertamente sua sexualidade e não mais ser apenas objeto de satisfação sexual masculina. Porém, fruto da forma como foi educada sexualmente ou deseducada, dos tabus e preconceitos que ainda se inserem na sexualidade feminina, a maioria das mulheres não conseguem atingir o ápice do prazer: o orgasmo. Muitas mulheres jamais sentiram e outras equivocadamente acreditam sentir. Orgasmo é indescritível, mas poderíamos tentar definir como a experiência única da sensação plena de morte e vida, unificadas. Você pensa que vai morrer de tanto prazer e renasce plena de vida, de paz. Sentir prazer numa relação sexual, ou sentir muito prazer não caracteriza o orgasmo, que só pode ser atingido quando há uma entrega plena, total da mulher.

Quando uma mulher não despe apenas o seu corpo, mas também sua alma, libera todos os sentidos para viver de inteiramente aquele momento. A mulher é diferente do homem que vive sua sexualidade de forma mais instintiva necessita de envolvimento, de sentir segurança e confiança em relação ao parceiro para que essa entrega ocorra. O orgasmo não depende exclusivamente do homem como muitas visões equivocadas apontam, ela depende da mulher, da superação dos traumas, medos, culpas, tabus a que foi condicionada em sua sexualidade. Orgasmo é muito mais que prazer e só pode ser vivenciado quando a mulher se permite conhecer seu próprio corpo e viver e descobrir todas as potencialidades de prazer que ela pode sentir e proporcionar ao outro.

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