quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sexualidade da Mulher

Se refletirmos sobre a vida sexual das mulheres hoje, vamos encontrar avanços e contradicoes. Mesmo em pleno séc. XXI, ainda vivemos numa sociedade sexualmente em crise, pautada em dogmas, tabus e preconceitos, e por outro lado uma sociedade que usou o hedonismo para tornar o sexo um produto de mercado, uma sexualidade de pura libertinagem, sem limites éticos e sem respeito e cuidado com o próprio corpo.

Vivemos numa sociedade que deixa a educação sexual dos filhos a mercê da midia, ou delega esta a Escola, e onde a Escola por sua vez, não se encontra preparada sobre o que ensinar no âmbito da sexualidade. Numa sociedade que, ou continuou na vertente do patriarcalismo, do moralismo ou foi ao seu extremo oposto, não conseguindo encontrar o equilíbrio e viver de maneira saudável e emancipadora sua sexualidade, onde a enorme maioria de homens e mulheres ainda que conhecedores dos perigos do sexo desprotegido com estranhos, continuam instintivamente praticando o Bare back, onde a prostituição é um hábito enraizado de Norte a Sul.

Mesmo após tantos avanços e debates a mulher ainda é alvo de violência familiar desde a infância, e seu desenvolvimento sexual e podado, negado, reprimido ou abusado, e mesmo na adolescência e depois em adulta, continua sofrer violências sexuais, emocionais, afetivas, intelectuais, sociais, economicas, físicas, etc. Precisamos ainda avancar muito para conseguir viver plena e saudavelemente nossa sexualidade. Estamos entre a libertinagem e a liberdade, precisando encontrar o ponto de equilibrio, mas sabemos que muitas mulheres condicionadas pela visao dogmatica e reprodutiva da sexualidade nao tenham em pleno seculo XXI se permitido conhecer e viver sua sexualidade de maneira plena e saudavel.

Estudos comprovam que Cinco (5) em cada 10 mulheres apresentam algum tipo de disfunção sexual, por diversos motivos sejam eles físicos ou psicológicos, aqui vou enfatizar apenas o lado educativo, emocional que influem no aspecto psicológico. O que deixa explicito a dificuldade que muitas mulheres têm em lidar com a sua sexualidade e o seu prazer. E lamentavelmente a maioria destas mulheres sequer reconhecem que sofrem disfunções sexuais. Muitos casais chegam ao divórcio devido aos problemas de incompatibilidade sexual oriunda destas disfunções. Na maioria das vezes um dos parceiros sofre de uma disfunção sexual e não percebe essa deficiência por achar que é algo comum por ignorância e temor, vivem sexualmente frustrados por não buscarem ajuda e esclarecimentos.

É um lamentável em pleno o século XXI o sexo ainda ser tratado como vergonhoso, como pecado. Que a sexualidade ainda seja vivida de maneira reprodutiva e moralista. Muitas pessoas, especialmente mulheres deixam de fazer sexo ou o enchem de proibições em tudo, ou vivem uma vida sexual de culpa e frustração até mesmo dentro dos seus relacionamentos maritais, dessa forma abre-se espaço a busca de outros relacionamentos. Sexualidade envolve fantasia, erotismo. O ato sexual é finito, mas o erotismo tem que infinito.

As mulheres precisam primeiro se permitir explorar a sua própria sexualidade para depois seduzir. Precisam ter auto-estima, seguranca, pois a sensualidade vem de dentro, o aspecto físico é secundário, o que torna uma mulher realmente sensual, é seguranca. Precisamos nos aceitar, nos cuidar, nos conhecer, sentirmo-nos à vontade conosco mesmas, so entao conseguiremos fazer com o que outro nos deseje, nos valorize. Mulheres permitam-se conhecer melhor seu proprio corpo e o corpo do seu parceiro, uma tecnica que pode ajudar e muito nesse sentido e o Tantra que pretendo abordar num outro dialogo.

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