quarta-feira, 8 de julho de 2009

Educação: Michael Jackson - algumas reflexões

Eu não consegui ficar alheia ao maior assunto midiático do momento: a morte de Michael Jackson. Ontem assisti à celebração do tributo ao Rei do Pop, confesso que me emocionei, chorei desde a primeira música pra ser sincera, eu era fã, cresci ouvindo suas músicas, suas mudanças, suas polêmicas, sua morte me levou a algumas reflexões sobre as influências da família e das experiências que o ambiente que viemos vai construindo na formação de um ser, da sua identidade, da sua personalidade. Porque é nessas relações que a gente se constrói ou se destrói, enfim... Fiquei me perguntando o que de fato pode nos levar à felicidade, à construir relações afetivas, positivas, enriquecedoras. Se pensarmos no exemplo de vidas pessoais de pessoas famosas, consideradas ídolos, em minha juventude ou juventude atual vamos acabar vendo que pessoas tão cheias de fama e dinheiro, são pessoas muitas vezes tão carentes, tão imaturas de afeto.

A morte do ídolo mundial na música POP veio apenas nos trazer mais um exemplo real que muitas pessoas conseguem superar desafios profissionais, subir ao topo da fama, mas do alto só conseguem visualizar o abismo. Porque dentro de si não conseguiram superar conflitos. E ai chego ao ponto que quero no caso de Michel a sua sofrida infância, a forma como o pai o tratava, as exposições de uma criança psicologicamente imatura, sendo “obrigada” a se tornar adulto antes da hora, o levou a não ter maturidade na vida adulta. De um lado um profissional disciplinado, determinado, e na vida pessoal um homem que não cresceu, que queria viver coisas que lhe foram tiradas e que lhe levaram a caminhos dos quais ele não conseguiu regressar.

Há outros exemplos de famosos que ao chegarem no topo da fama estavam na decadência da vida, como o vocalista do The Doors: Jim Morrison, que morreu aos 28 anos, encontrado morto na banheira do apartamento, em Paris. E a possível causa da morte seria overdose de cocaína. Entre outros exemplos estão também Jimi Hendrix, um dos maiores guitarristas do mundo, morreu aos 27 anos, após uma overdose de LSD e vinho. Janes Joplin, a maior estrela feminina do lendário festival de Woodstock, morreu aos 27 anos, por overdose de heroína.

No Brasil também temos grandes perdas artísticas como Elis Regina, aos 37 anos, abuso do álcool e cocaína. E outros ídolos que não morreram por overdose, mas por viverem a vida de maneira abusiva, descontrolada, o que caracteriza um certo distúrbio emocional, enfim de uma busca sem fim, de um insatisfação pessoal, de um certo desequilíbrio em alguma instância de suas vidas. Cazuza um dos mais brilhantes ídolos, crítico, revolucionário, instigante, denunciando injustiças socais, preconceitos, tabus, mas que também não foi capaz de encontrar o equilíbrio pessoal, sendo vitimado pela Aids e Bob Marley, o fenômeno do reggae, não resistiu ao câncer depois de anos e anos fumando maconha sem nenhum controle.

Enfim, Cássia Eller, Bob Marley, Marylin Monroe... E tantos outros que nos fazem refletir sobre as contradições da vida, do que é ser humano, do que realmente seria importante nessa curta trajetória da vida terrena. Da importância da família em nossa formação, dos traumas que uma criança pode carregar pro resto da vida. Também nos mostra a possibilidade de realização dos nossos sonhos. É eu diria que a vida é esse mistério todo, vida e morte são mesmo dialéticas.

Mas, voltando ao Michael, que ele era um ser cheio de luz, que nasceu com uma estrela dentro de si, mas tb diria que ele foi vítima de sua própria vida, que era apenas um menino que não pode compreender o que era ser uma criança, quando criança. E depois foi vítima da mídia que injustamente, maldosamente cria polêmicas para ganhar audiência. Me diz é tão difícil assim entender o amor de alguém pelas crianças? Eu, como professora amo todos os pequeninos, com um amor tão especial, como o amor que tenho pelas minhas próprias filhas. Me diz, anormal seria não sentir amor por uma criança, não se apaixonar pelo ser mais puro e sincero nesse mundo. A maldade está nos olhos de quem a enxerga. Pais: atentem-se para seus filhos, não os faça ser adultos antes da hora, os amem como eles são, cultive neles valores essenciais, uma criança sabe e sente quando é amada.

Também podíamos estender esse assunto para a repressão sexual que todos vivemos, especialmente os grandes ídolos que ou reprimem, ocultam ou exacerbam suas orientações sexuais, mas que se frustram por não poder viver de maneira plena, como todo ser humano, suas vidas sejam sexuais ou pessoais. Quanto ao Rei do Pop (ou Pequeno Príncipe, ou Perer Pan) ele viverá para sempre em nós através da sua música e de alguns exemplos bons que ele deixou. É! Realmente o essencial é invisível aos olhos... Que esses sejam exemplos para refletirmos sobre o que queremos ser, viver, e alcançar em nossa passagem por aqui.

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