domingo, 21 de junho de 2009

Mercantilização e Banalização da Sexualidade - a importância da orientação familiar


No Brasil é cada dia maior número de gravidez na adolescência, de casos de pedofilia, de violência sexual em todas as faixas etárias. A sexualidade foi banalizada e mercantilizada, o corpo que sempre foi produto de mercantilização, desde a escravidão (que ainda se perpetua de alguma forma), pois o corpo continua sendo considerado mercadoria, força de trabalho (para produzir capital). Diante de uma sociedade capitalista em que a mídia, especialmente a TV e Internet induzem à erotização precoce, novos padrões de relacionamentos e comportamentos sexuais, não podemos mais ignorar a problemática que se desenvolve em torno da sexualidade. Entendemos que essa demanda da Educação Sexual deveria ser da família, mas muitos pais por medo de perder o respeito e a autoridade perante os filhos, ou mesmo condicionados por dogmas religiosos, ou por desconhecimento e sentirem-se constrangidos (ao qual foram condicionados em ter ou sentir) deixam de abordar o tema. Acreditamos que a formação dos valores inclusive relativos à sexualidade deveria ocorrer inicialmente no meio familiar. Porém, a família não tem proporcionado às crianças, adolescentes e jovens a formação, o discernimento sobre a sexualidade, sendo assim, consideramos que a escola não pode agir da mesma forma, ignorando tantos problemas sociais decorrentes da falta de uma Educação Sexual emancipatória e comprometida com o bem-estar do ser humano, pois a omissão apenas contribui para agravar o problema, gerar e aumentar preconceitos.
Torna-se cada dia mais precoce a erotização do corpo da criança e do adolescente. Os pais condicionados pelo mercado consumista e pela mídia, inconscientemente expõe seus filhos à violência sexual, através da erotização precoce que o corpo de seus filhos sofrem pela maneira com que os pai permitem ou vestem os filhos. A programação da TV, as imagens veiculadas na Internet, a exposição exacerbada no corpo (especialmente o feminino) pelos meios de comunicação induzem à precocidade de desejos sexuais, pois acreditamos que o corpo sente antes mesmo de racionalizar o pensamento. Portanto, uma criança exposta à imagens eróticas pode involuntariamente e precocemente sentir desejos, o que se consolida como uma dos maiores motivos que antecipa o início de uma vida sexual ativa de nossos adolescentes, sem que se tenha maturidade corporal ou psicológica, passando muitas vezes, a viver uma sexualidade instintiva, desassociada de afetividade, de responsabilidade, de respeito com o próprio corpo e o corpo do outro.
A descoberta do corpo erótico traz para o interior da escola situações como a masturbação em sala de aula, entre outros acontecimentos relacionados à sexualidade e que a escola não está preparada para orientar. Consideramos com Belisário (1999) que quando mais escondemos algo, mais contribuímos para criar fantasias em relação a isso. Diante dessa exposição das crianças e adolescentes sofrem um erotização inconsciente do próprio pensamento, precisamos salientar que nem sempre o anseio dos alunos por mais esclarecimentos sobre sexualidade se manifesta através de questionamentos, o que exige do professor sensibilidade para ler olhares, gestos, interpretar palavras e comportamentos e saber como direcioná-los da forma mais adequada. Orientamos que os alunos não devem ser chamados atenção na frente de outros, nunca trate de assuntos tão íntimos na frente de outros, sem expor a criança a humilhações; se não podemos controlar os pensamentos e desejos de uma pessoa, devemos orientá-los que há espaços adequados para vivermos nossos desejos, que há limites que devem ser respeitados. Os pais devem ser informados quando nos deparamos com a precocidade sexual de uma criança, para que estejam conscientes e também orientem seus filhos.
Orientamos aos pais que não deixem de dialogar com seus filhos sobre temas tão urgentes como valores, sexualidade, internet, drogas, entre outros, com receio de perder o respeito e autoridade deles. Sempre digo que o que os filhos tem que ter por nós é respeito, o que é muito diferente de ter medo; quando um filho tem medo dos pais na frente deles, o filho age como um anjo, faz tudo corretamente, porém basta que virarem costas e mudam totalmente o comportamento. Um filho que respeita os pais, age da mesma forma na frente ou longe deles. Nós pais, temos que ser os melhores amigos dos nossos filhos, ou estaremos, de certa forma, “permitindo” que eles se percam por caminhos pelos quais jamais deveriam trilhar.

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